Rodolfo Juarez
No próximo domingo, dia 10 de junho, o
Lugar Bonito, ou Parque do Forte, na orla de Macapá, completa 12 anos que foi
inaugurado com grande festa e a promessa de que seria mantido com zelo e
cuidado jamais visto.
O desleixo foi atestado logo no primeiro
ano, quando um dos diferenciais do Parque, os chafarizes, colocados em linha,
deixaram de funcionar não obstante a beleza lúdica que emprestava ao local.
Nenhuma tentativa de recuperação foi feita e restam apenas as referências no
projeto e as valetas que servem de depósito para lixo.
Mas não foram apenas os chafarizes que
foram abandonados. A iluminação, as vias de circulação, o gramado, o anfiteatro
a céu aberto, os banheiros, o muro de arrimo, toda a instalação elétrica, os
elementos complementares, as bicas de água potável, o espelho d’água, e tantos
outros elementos que concebidos no projeto que mudou a relação entre a
população e a cidade, e entre os visitantes e a Capital do Amapá.
A melhoria na orla de Macapá,
principalmente às proximidades da Fortaleza de São José, era uma das vontades
dos técnicos da Prefeitura de Macapá.
Em 1993 quando Papaleo Paes assumiu a
prefeitura de Macapá, estabeleceu como uma de suas metas administrativas a melhoria do entorno da Fortaleza e, em 1995
entregava o espaço que ficou conhecido como Estacionamento do Bando do Brasil.
Em 1995 tomou posse, como governador do
Estado, João Capiberibe, que conhecia a intenção dos profissionais da área de
urbanismo da prefeitura de Macapá. Agora, como governador, com um orçamento
maior, poderia desenvolver um projeto que envolvesse toda a Fortaleza de São
José.
Em 1996 começaram as tratativas para a
elaboração do projeto que, por envolver um patrimônio da importância histórica
da Fortaleza de São José, tinha muitas limitações para serem consideradas. O
projeto que ficou pronto em 1998.
Em 1999 João Capiberibe tomou posse para
o segundo mandato e com o projeto, pronto, ganhou prioridade e foi licitado
ainda em 1999. Em 2000 foi dada a ordem de serviço para a execução da obra.
Armou-se então o maior tapume que Macapá já viu, escondendo o rio Amazonas dos
moradores do Bairro Central e de quase todo o Bairro Santa Inês.
Os serviços foram projetados para serem
concluídos em pouco mais de um ano, entretanto, passaram os dois anos do
governo de João Capiberibe, um ano do governo de Dalva Figueiredo e mais quase
quatro anos do governo Waldez Góes, para que o tapume fosse retirado, em 10 de
junho de 2006, e aparecer o que o povo chamou de “Lugar Bonito”.
Mesmo apenas com a primeira etapa da
obra concluída (a segunda etapa foi começada e está abandonada desde 2006) a
população aprovou o que fora inaugurado e reelegeu, no primeiro turno, Waldez
Góes para o seu segundo mandato, que durou de 2007 a março de 2010.
Quando Camilo Capiberibe assumiu o
governo do Estado, a primeira providência foi a recuperação do bondinho do
Trapiche Eliezer Levi. Festa na reentrega em abril de 2011, mesmo assim o
bondinho não deu certo. Mas foi só, para o Lugar Bonito.
Quando Waldez Góes assumiu o Governo do
Estado, para o terceiro mandato, em 2015, outra vez a primeira obra foi a
reforma do Trapiche Eliezer Levi, a recuperação do bondinho e a colocação de
uma torre de aço na “cabeça” do trapiche e que até agora ninguém sabe com qual
objetivo. Também não deu certo.
Ao completar 12 anos de que foi
inaugurado, além de desfigurado, o Lugar Bonito precisa de atenção, de mais
interesse da Administração Estadual, para diminuir a frustração de uma
população decepcionada.
O dia 10 de junho, como aniversário do
Lugar Bonito, é para ser um dia marcante para a população, sem frustração, sem decepção
e sem a convicção de que os atuais governantes pouco se importam pelo que é
importante para a população daqui.
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