Rodolfo Juarez
O
grande acontecimento do domingo passado foi a estreia da seleção brasileira na
Copa do Mundo da Fifa que está senso realizado na Rússia, e mais uma vez
ficaram evidentes as dificuldades que advêm quando as informações não são
resultados de um debate ou são diversificadas.
A
exclusividade, conquistada a base de dólares, pela Rede Globo de Televisão para
fazer a cobertura daquele torneio de futebol para o Brasil, acaba deixando com
o torcedor que gosta da seleção brasileira, uma série de pontos sem discussão e
que são disfarçados pela necessidade de compensar os anunciantes pelo pacote de
patrocínio que assinaram com a empresa de comunicação.
Os
elogios exagerados e as verdades ditas pela metade produzem uma falsa realidade
na qual se apegam os torcedores que querem apenas vibrar com uma boa atuação da
seleção, uma vez que foi dita para ele apenas as virtudes, os pontos favoráveis
e, ficaram sem análise, as dificuldades e os limites das pessoas que estão ali
com a incumbência de bem representar o futebol brasileiro.
Ninguém
sabe e ninguém discutiu, por exemplo, a capacidade do técnico da seleção em
enfrentar as diversidades, os problemas e os reveses, devido a natural falta de
experiência.
O
torcedor brasileiro acaba aceitando o comportamento do técnico como sendo o
melhor para o momento, mesmo sabendo que todo ser humano tem falhas, tem
limites e precisa de um mínimo de experiência, exatamente a experiência que to
técnico da seleção brasileira não tem.
Não é
por falta de exemplos. O da seleção brasileira de 82 poderia ser uma grande
referência para a atual e outras seleções, nos quesitos: competição, equilíbrio
e resultado.
A
seleção brasileira saiu do Brasil sem que o povo soubesse qual era a escalação
do time da estreia e a imprensa especializada, principalmente a escrita,
começou a especular e logo a emissora detentora dos direitos de transmissão,
passou a encobrir essa deficiência e, quem sabe, essa dúvida do próprio
técnico, que se assim estivesse poderiam estar desestabilizando o grupo de
jogadores.
O
Brasil embarcou com as dúvidas, inclusive de quem seria o “capital” na Copa,
desembarcou na Rússia com as mesmas dúvidas e outras recebidas lá, e permaneceu
com elas até o momento do anúncio dos jogadores que entrariam em campo para o
jogo.
Os
resultados dos jogos dependem do desempenho dos jogadores, inclusive os
adversários, e não do ufanismo de narradores e comentaristas que logo mudam de
humor quando não há correspondência em campo da promessa feita por eles mesmos
para o torcedor que, sozinho, vê sua expectativa muito maior do que a realidade
e seu plano de vibrar substituído pela decepção.
E de
quem é a culpa?
A culpa
é daqueles que iludiram o torcedor com informações incompletas ou para esconder
um problema, uma deficiência, ou mesmo uma falta de prática ou experiência.
Colocar
a culpa em outras pessoas ou noutras estruturas é um comportamento defensivo daqueles
que afirmaram que tínhamos o melhor técnico, os melhores jogadores e a melhor
história.
Estavam
certos apenas na última referência uma vez que no capítulo “a melhor história”
está a narrativa de cinco títulos mundiais, está o Pelé, está o Garrincha, está
o Romário e estão o Ronaldinho e o Ronaldo.
Vê-se
que em 2018 bastou risco de um empate para que a seleção se desarrumasse, sem
produzir o que os propagandistas esperavam e os árbitros do jogo fossem
responsabilizados.
Uma
pena!
Mas
esse é um dos defeitos da exclusividade na informação.
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