Rodolfo Juarez
Alguma
coisa de muito esquisito está acontecendo no Amapá, ou melhor, com aqueles que
estão com a incumbência de desenvolver programas ou executar planos que são
elaborados objetivando o desenvolvimento local e que não avançam ou são
fatiados e com partes muito pequenas executadas.
Não
temos, no momento, nenhum programa em desenvolvimento ou um plano que dê
esperança para a população local, mesmo sabendo que tantas as necessidades e
muitas as oportunidades.
Todos
os planos iniciados nos últimos 24 anos tiveram apenas parte executada ou, nem
isso, para desapontamento da população e mesmo dos profissionais que se
empenharam e, até, acreditaram que “daquela vez ia...”. Mas não foi!
A
frustração mais recente foi com relação ao Plano de Desenvolvimento Regional
Integrado (PDRI), concebido a partir de uma listagem que considerou muito mais
resultados para a gestão pública do que para o contribuinte, e que contava com
o financiamento de um bilhão e cem milhões de reais, com 90% desse total vindo
de um empréstimo feito junto ao Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES.
Pois
bem, nem 20% do PDRI foram executados no prazo estipulado de dois anos, mesmo
que para tal tenha sido contratada uma empresa apenas para acompanhar a
execução do Plano, durante os dois anos, com o Estado pagando para essa empresa
acompanhante mais de 18 milhões de reais.
Percebam:
o dinheiro estava disponível, o plano estava pronto e aprovado, havia uma empresa
contratada para fazer o acompanhamento da execução, a valores altos, e mesmo
assim não foi executado, a não ser uma parte, a mais fácil e, até, não tão
prioritária.
Recentemente
foi elaborado um plano específico para a segurança pública, com previsão de
gastos no total de 200 milhões de reais, com estruturação da Secretaria de
Segurança, ambientes para a Polícia Civil, quartéis para o Corpo de Bombeiros e
Policia Militar. Recentemente obtive a informação de que os 200 milhões
encolheram para 43 milhões e que, mesmo assim, o governo do Estado estava tendo
dificuldades com terreno para as edificações. Pode?!?!?!
Nesse
período em que a gestão estadual atual escolheu para definir-se em crise para
parcelar o pagamento dos servidores, alegando indisponibilidade orçamentária,
não houve queda na arrecadação, tanto que o Orçamento Anual manteve-se em
crescimento, bem como a folha de pagamento do Estado “engorda” a cada ano.
As
obras decorrentes de emendas só avançam quando os parlamentares assumem a
gestão, fiscalizam diretamente o trabalho, pois, de outra forma, as obras nem
iniciam ou, quando iniciam, ficam pela metade, tanto que a grande obra do
período, em valor e importância para o Estado, é o Hospital Universitário que
está sendo construído, com recursos de emendas parlamentares, pela Universidade
Federal do Amapá.
A
Companhia de Água e Esgotos do Amapá (Caesa) tem recursos para fazer um projeto
para melhoria do sistema de coleta de esgoto e de tratamento de água. Não
avança e a Caesa continua em dificuldades para administrar e para atender a
população. O Amapá é o Estado com o menor índice de coleta de esgoto no Brasil.
A
Secretaria de Estado de Transporte está, há mais de 2 anos, segundo o
superintendente do Dnit, com recursos para fazer o projeto de execução e
executar o lote 4 da BR-156, na direção sul, saindo de Macapá para Laranjal do
Jari, e não consegue aprovar o projeto no Departamento Nacional, enquanto isso
a estrada continua de terra com os seus riscos e armadilhas.
Muitos
prédios do Governo estão sem condições de uso, pelo abandono, falta de
manutenção e também pela idade, e o Estado continua alugando e transformando
esses alugueis para pagamento de favores ou viabilização de negócios.
São
tantos os problemas e tantos os projetos iniciados e abandonados que já elevam
para 170 o número de obras paradas e a necessidade de mais de 1,5 bilhão de
reais para concluir as obras, afrontando a capacidade executiva do Governo do
Estado que não tem demonstrado condições de investir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário