Rodolfo Juarez
Os
eleitores precisam prestar atenção no que acontece nos intervalos das eleições
em que escolhe os seus representantes. Este ano é a vez de escolher
representantes que vão para o Congresso Nacional e à Assembleia Legislativa.
Um dos
fundamentos estabelecidos na Constituição Federal de 1988, referindo-se ao
Estado Democrático de Direito, no parágrafo único, do inciso V, do artigo 1.º
da Carta Magna estabelece: “todo poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.
Portanto,
a realização de uma eleição não é um costume ou representa a vontade desta ou
daquela autoridade, a realização de uma eleição é uma ordem constitucional e
que não pode ser negligenciada por quem que seja: nem pelos organizadores e,
muito menos, pelos eleitores.
O
constituinte quis que o poder emanasse do povo e que fosse exercido por
representantes eleitos, um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito.
A
responsabilidade do eleitor não pode ser minimizada, dada a grandeza que
representa na definição desse fundamento constitucional, independente da
campanha ou da propaganda eleitoral.
A
campanha eleitoral tem como principal objetivo o conhecimento, por parte do
eleitor, dos candidatos para que possa fazer a melhor escolha. Não pode ser
assim, qualquer escolha, tem que ser a melhor, aquela que pode satisfazer a
expectativa de um eleitor, mas também, a expectativa de uma população,
principal alvo do Estado.
São
muitos os políticos profissionais, donos de partidos, donos de ideias, mas,
raramente, dono do principio fundamental previsto na Constituição vigente.
Mesmo assim fazem tudo para permanecer um dos representantes escolhido conforme
o fundamento constitucional seja para administrar uma unidade da Federação ou a
própria União Federal, seja para representar no Congresso Nacional ou na
Assembleia Legislativa de um Estado.
Quais
são as referências que utiliza para escolher um candidato a qualquer um dos
cargos em disputa em uma eleição?
Faz um
apanhado do histórico político do candidato? Da atuação em causas que considera
importante para a população?
Isso
deve ser o básico, afinal de contas aquele candidato, se eleito, será o
representante do seu poder para sustentação do Estado Democrático de Direito
que foi desenhado pelos constituintes.
No
Amapá nem mesmo os que são eleitos conseguem sustentar a impressão de que
compreendem o seu papel, alguns negligenciam sem qualquer remorso em relação
àqueles cidadãos que o escolheram como representantes. Aqueles que, também, são
escolhidos como gestores preferem atender o interesse grupal ou familiar,
deixando de lado a vontade do eleitor que o escolheu.
Nos
parlamento – e agora estão sendo escolhidos os parlamentares para o Congresso
Nacional e para a Assembleia Legislativa – em regra não respeitam a escolha do
eleitor, a maioria tem preferido entender que o eleitor o escolhe por qualquer
de seus predicados pessoais, não para atender à ordem constitucional e ao
interesse geral.
No
Amapá estão registrados, no Tribunal Regional Eleitoral, trinta e três partidos
políticos. São tantos partidos que tem político que prefere agrupa-los sob um
guarda-chuva familiar, distribuindo presidência partidária com parentes e
aderentes desde que garanta eleição de
apaninguados para vagas de representantes do povo.
Quem
pode evitar isso? Só o eleitor, mais ninguém!
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