Rodolfo Juarez
Eu
nasci no dia 19 de maio de 1946 e, hoje, exatamente hoje, completei, às 3 horas
da madrugada, 74 anos que chorei pela primeira vez. Depois não tenho como dizer
quantas outras vezes e os motivos pelos quais voltei a chorar.
Considero-me
uma pessoa emotiva e tive vários momentos que justificam esse meu lado
emocional, tanto por questões pessoais como por questões de outra ordem, quando
de vitórias coletivas ou individuais.
Nascido
em 1946, convivi com duas das seis repúblicas que o Brasil já experimentou e
estou vivendo a atual, a sétima república, que começou em 1985 e permanece até
hoje, registrada no consciente de muitos como a Nova República, já com de 35
anos, tendo como espinha dorsal uma Constituição promulgada em 1988 e que já
lhe foi inserida mais de 100 Emendas.
Antes,
vivi a 4.ª República, que durou de 1945 a 1964, que coincide com meu período
infantil, de pré-adolescência e de toda a adolescência. Também foi tempo para
concluir o curso primário, no Grupo Escolar de Afuá, em 1959; de 1960 a 1966
estudei o ginasial e o colegial no Colégio Amapaense, em Macapá.
Em 1964
houve o golpe civil-militar que marcou o início da 5.ª República, a Ditadura
Militar, que foi até 1985. Considere que aos 18 anos eu estava cursando
primeiro ano do Curso Colegial, no chamado, então, Colégio Padrão, educandário
que atraia a atenção dos olhos de todos os militantes da ditadura. Nesse tempo
eu trabalhava como professor de
Matemática, do então Território Federal do Amapá. Minhas primeiras turmas, em
1965, foram no Ginásio Santa Bartolomea Capitâneo, em Macapá.
De 1967
a 1971 fiz o Curso de Engenharia, na Escola de Engenharia da Universidade Federal
do Pará, onde me formei em Engenharia Civil, em dezembro de 1971. Em 1972
recebia a Carteira de Registro no CREA/PA. Em 74/75 fiz o mestrado em
Engenharia de Sistemas Urbanos e em 76/77 o doutorado em Infraestrutura Urbana.
Em
1980, formei em Jornalismo e, de 2005 a 2009 fiz o Curso de Bacharel em
Direito; de 2010/2011 conclui a pós-graduação em Direito Processual e, em 2014,
recebi a Carteira da OAB/AP me credenciando como advogado.
Durante
esses 74 anos lutei, vivi e sobrevivi, mesmo com diversidades que tive que
enfrentar em períodos e por tempos diferentes como: as preocupações com o final
da segunda guerra, a vida de ribeirinho no interior do município do Afuá, as
mudanças de cidade, no começo devido às necessidades de estudar, depois, para
trabalhar, crises administrativas e políticas, suicídio de presidente,
presidente eleito que não tomou posse, presidente não eleito que tomou posse,
presidente renunciar, presidente ser impitimado, vice-presidentes assumindo a
Presidência da República.
Vi
também como é o Parlamentarismo no Brasil, eleição de presidente pelo Colégio
Eleitoral, hiperinflação, planos econômicos diversos, recessão econômica,
golpes, votação de constituição, promulgação de constituição, empoderamento
feminino, lutas por igualdade de gênero, alteração no processo educacional e
tantas outras questões, umas que deram certo e outras que se tornaram fracasso.
Mas
vivi 74 anos para ver a um lockdown engendrado por administradores estaduais e
municipais, sem a certeza de que a medida vai dar certo.
Vivi
para ver a discussão sem fim sobre cloroquina por parte de pessoas que não estão
habilitadas para a temática, mas que precisam dar uma resposta. Ninguém sabe se vai ou não dar certo o
lockdown! Mesmo assim insistem no método de tentativa e erro, com resultados
duvidosos e incertos.
Completo
74 anos ajudado por uma máquina de hemodiálise há mais de um ano.
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