Rodolfo Juarez
Estamos
a caminho dos 100 dias nadando em regime de exceção, com a justificativa de
adquirirmos condições para enfrentar o inimigo invisível que veio do oriente,
brincou o carnaval no Brasil e, depois ou durante a folia, atacou os
desavisados foliões que agora estão tendo problema par desvencilhar-se do mal
que o vírus produz e que também tem nome: a covid-19.
Os
políticos brasileiros inicialmente, por ignorância ou por desaviso, esconderam
as informações privilegiadas que tinham e autorizam e/ou incentivaram o
carnaval que levou, para as ruas das grandes capitais, mais de 20 milhões de
seguidores de blocos, os mais famosos, vestidos de reis ou mendigos, desfilando
nos corredores do carnaval em mais de 160 cidades brasileiras.
Quando
terminou a folia, no dia 25 de fevereiro, começaram prestar atenção nas
notícias dos diversos meios de comunicação, especialmente nas redes sociais,
incrivelmente mais ágeis que os tradicionais meios como jornal escrito, televisão
e rádio.
O vírus
então se apresentou, mobilizou os dirigentes da República, dos Estados e dos
Municípios, numa corrente cujos elos estavam atados pelo princípio do
oportunismo, onde o principal interesse, não revelado, era tirar maior vantagem
para que viesse dar condições para resolver outros problemas que não do vírus
que vinha disposto a dominar tudo.
O
principal meio para enfrentar o novo coronavírus era medido pelo número de
casas de saúde, leitos de internação e leitos de unidade de tratamento intensivo.
Quando
os dirigentes, pressionados pela violência e inclemência do vírus, olharam para
os serviços de saúde instalados ficaram assustados, revelando o quanto tinham
vacilado no cuidar o setor.
Pessoal
desmotivado, sem qualquer sentimento de respeito às ordens. Ainda bem que
médicos e paramédicos que trabalham nas unidades de saúde do Governo do Estado
honram o compromisso que assumiram no momento da formatura, e passam a ter nos
pacientes, aliados de primeira hora.
Esses
quase 100 dias foram construídos por uma sucessão de erros nas decisões. Ainda
bem que foi possível contar com alguns dos parlamentares federais que não
mediram esforços para acalmar a população daqui e abastecer o sistema local de
saúde pública de equipamentos, em meio a um palavreado que tinha, no centro, a
hidroxocloroquina.
Agora,
com todos irritados pelas medidas de exceção tomadas, inclusive com o absurdo
do não respeitar o direito de ir, vir ou ficar, elementar e constitucional para
o cidadão que já sabia que o sistema de saúde do estado, ou era sucateado ou há
muito vinha justificando as constantes quebras de aparelhos novos ou seminovos,
também sucateados no período da garantia.
Agora o
equipamento necessário era respiradores!
Onde
estavam? Não estavam!
Ai
veio: o isolamento social, a quarentena, o lockdown, os placas dos carros, que
se não serviu para nada, muitos donos de veículos tiveram que decorar o n.º da
placa ou, pelo menos, o último número: se par ou impar.
Enquanto
isso as brigas internas começaram e não acabaram. Até o vice-governador
desapareceu depois de assinar uma portaria que o levou à desmoralização perante
os agentes do Governo Estadual.
Agora
30 de junho é o limite. Limite de que? De quem? Até lá muitos empreendedores já
quebraram e a vaga de emprego sumiu, deixando ao desespero quem ali estava
empregado.
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