Rodolfo Juarez
Crônica
extraída do livro Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, a propósito do
Dia dos Namorados.
"Bom
dia", disse a raposa.
- "Bom
dia", o Pequeno Príncipe respondeu educadamente. "Quem é você”? Você
é tão bonita de se olhar.
- "Eu sou uma
raposa", disse a raposa.
- "Venha
brincar comigo", propôs o Pequeno Príncipe. "Eu estou tão
triste."
- "Eu não
posso brincar com você", a raposa disse. "Eu não estou
cativada."
- "O que
significa isso - cativar?"
- "É uma
coisa que as pessoas frequentemente negligenciam", disse a raposa.
"Significa estabelecer laços." "Sim", disse a raposa.
"Para mim você é apenas um menininho e eu não tenho necessidade de você. E
você por sua vez, não tem nenhuma necessidade de mim. Para você eu não sou nada
mais do que uma raposa, mas se você me cativar então nós precisaremos um do
outro".
A raposa olhou
fixamente para o Pequeno Príncipe durante muito tempo e disse:
- "Por favor,
cativa-me."
- "O que eu
devo fazer para cativar você?", perguntou o Pequeno Príncipe.
- "Você deve
ser muito paciente", disse a raposa. "Primeiro você vai sentar a uma
pequena distância de mim e não vai dizer nada. Palavras são as fontes de
desentendimento. Mas você se sentará um pouco mais perto de mim todo dia."
No dia seguinte o
principezinho voltou.
- "Teria sido
melhor voltares à mesma hora", disse a raposa. "Se tu vens, por
exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto
mais a hora for chegando, mais me sentirei feliz. Às quatro horas, então,
estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens,
por exemplo, a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração...
É preciso ritos".
Então o Pequeno
Príncipe cativou a raposa e depois chegou a hora da partida dele.
- "Oh!",
disse a raposa. "Eu vou chorar".
- "A culpa é
sua", disse o Pequeno Príncipe, "mas você mesma quis que eu a
cativasse".
- "Adeus",
disse o Pequeno Príncipe.
-
"Adeus", disse a raposa. "E agora eu vou contar a você um
segredo: nós só podemos ver perfeitamente com o coração; o que é essencial é
invisível aos olhos. Os homens têm esquecido esta verdade. Mas você não deve
esquecê-la. Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativa."
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