Rodolfo Juarez
Tenho
certeza que é muito difícil os homens públicos reconhecerem os seus erros.
Sempre tem desculpas, mesmo que esfarrapadas, para poder reconhecer que erraram
e retomar o caminho que pode levar à solução do problema.
Nesse
momento é a principal crise de consciência que os governantes têm e que os
levam à justificativas que não convencem e não esclarecem nada.
A
população, desde o início, se mostrou preocupada e compreensiva. Preocupada com
as medidas tomadas; e, compreensiva, pois não podia colaborar com os comandos
que passaram a ser ditados, todos os dias, e que sempre terminava mandado todo
mundo para casa.
Os
caciques nacionais começaram a se desentender e, todos os dirigentes foram instados
a tomar posição, definindo, claramente, qual o lado pelo qual passaria a se
engajar, com a desculpa de combater o novo coronavírus.
O
governador do Amapá se juntou com outros 19 governadores sem avaliar que,
seriam mínimas as possibilidades de ser ouvido por aqueles que estavam com
declaradas ambições políticas, vendo uma chance de se consolidar como líder
nacional e ter a simpatia do eleitor brasileiro nas eleições de 2022.
Nem
avaliou se podia seguir independente, com o apoio que já dispunha a partir do
presidente do Congresso Nacional, com possibilidade de conduzir o processo,
suprindo às necessidades do povo amapaense em discussão direta com os ministros
de Estado e o próprio presidente da República.
Daí
para frente, tudo o que os governadores do grupo dos 20 aplicavam em seus
estados passaram a ser aplicados aqui no Amapá, carregando uma premissa que
sempre deveria discordar das recomendações ou comentários dos agentes da
República.
Deixou
de considerar assim a possibilidade do Estado do Amapá, pelo tamanho de sua
população, poderia ser tratado diferentemente daqueles estados como São Paulo,
Rio de Janeiro, Bahia e outros, e ter resultados traumáticos para a população e
para as famílias.
Como
resultado disso e que entramos para uma estatística completamente desfavorável
e sem ter a oportunidade de apresentar para o resto do Brasil um procedimento
que deu certo.
Não
adianta dizer para especialistas do setor saúde, ou para toda a população que a
medida salvou ou não salvou vidas. As famílias que perderam seus parentes ou
viram os seus amigos sucumbirem devido o vírus, não aceitarão a afirmativa que
deu certo.
E não
deu certo porque não havia infraestrutura para que os serviços de saúde
atenderem nem um vigésimo daqueles que precisaram ser atendidos, como também os
próprios profissionais da saúde no Amapá, desde muito não estavam satisfeitos
com a forma como são tratados pelos governantes, além dos escândalos que foram
identificados dentro da administração do setor no Estado.
O
dilema do “ficar em casa” ou “sair de casa” foi profundamente influenciado depois das informações que vieram das casas
de saúde do Estado onde os profissionais que tratam do povo atestaram positivo
para o novo coronavírus.
Alargar
o prazo por mais 1, 2, 5, 10 ou 100 dias não oferecer qualquer segurança que,
depois desse prazo, tudo estará sob controle e a vida pode voltar ao normal.
Mas,
mesmo assim, voltar a trás, reconhecer erros e pedir desculpas não faz parte do
egoísta dirigente que só pensa na próxima eleição.
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