Rodolfo Juarez
Mias
uma vez a BR-156 que liga Macapá à sede do município de Oiapoque no extremo
norte do Estado está interdita.
A
notícia divulgada afirma que um caminhão que transportava óleo diesel para abastecer
os motogeradores de energia elétrica que estão instalados na cidade, ao passar
por uma ponte de madeira, esta se rompeu com a carga e isolou a sede do
município dos outros centros de negócio do Estado.
Não é a
primeira vez que isso acontece e, ao que parece não vai ser a última,
considerando que essa ocorrência se repete em intervalos cada vez menores, por
falta de manutenção das pontes de madeira, já bastante castigadas pelo tempo e
pelo fluxo de veículos pesados e que, agora, vai ter que ser recuperada por um
contrato emergencial, muito embora os projetos preliminares estejam prontos e
aguardando uma decisão do Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes – DNIT.
A
BR-156 é rodovia nacional com mais tempo de construção. Iniciada em julho de
1932, sob a orientação do Marechal Cândido Rondon – agora em 2021, em julho,
completará 89 anos que os serviços foram iniciados -, e com a proposta de ser
uma das rodovias mais extensas do norte do Brasil, com aproximadamente 700 km.
Na
primeira arrancada a rodovia chegou até o km9, às mediações de onde fica hoje a
Polícia Rodoviária Federal.
Em 1945
foi retomada a construção da estrada pelo primeiro governador do Território
Federal do Amapá, Capitão Janary Nunes e que, no dia 17 de setembro de 1952, a
estrada de terra chegava à sede do município de Calçoene e em dezembro de 1956
chegou à localidade de Lourenço, atual Distrito de Calçoene.
No mês
de julho de 1964 foi novamente determinado o seu prosseguimento com a
implantação da rodovia chegando até a cidade de Oiapoque, via Lourenço, no dia
26 de novembro de 1970, ficava caracterizada a ligação precária, mas pioneira,
entre o Rio Amazonas e o Rio Oiapoque.
Em 1973
os serviços de construção da rodovia foram paralisados para realização de novos
estudos no traçado. Como resultado no novo traçado, aproximadamente 200 km de
rodovia foram abandonados e a rodovia foi trazida mais para o litoral,
encurtando um pouco mais a sua extensão, mas fugindo completamente de sua
proposta inicial.
O novo
estudo foi recomendado pelos técnicos do DNER.
Técnicos
da área, em Macapá, se perguntavam: porque novo projeto para a BR-156? Porque
abandonar o plano original (integração do interior do Amapá)? Porque preferir
uma estrada mais próxima do oceano?
As
respostas não vieram. A decisão de cima para baixo, sim.
A BR-156 é assim, um poderoso e importante instrumento de desenvolvimento do Estado do Amapá, mas tem encontrado muitas dificuldades para ser concluída, mesmo agora quando está sob a gestão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte, vinculada, diretamente ao Ministério dos Transportes, mas ainda vivendo episódios como o que está, neste momento, janeiro de 2021, com fluxo interrompido deixando a cidade de Oiapoque isolada.
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