quarta-feira, 28 de julho de 2021

Equatorial Energia vai substituir a CEA

Rodolfo Juarez

O Estado do Amapá é uma das Unidades da Federação (UF) que figura na lista dos estados brasileiros com menor índice de tratamento sanitário. Os sistemas de esgoto, de drenagem, de coleta domiciliar do lixo urbano, de telefone, internet, energia e água, bem como asfalto, meio fio, linha d’água e calçada que dariam o toque final em uma cidade que precisa de mobilidade para funcionar adequadamente e contando com ambiente de saúde e prazer.

Logo depois da instalação do Território Federal houve um esforço grande das autoridades do Governo Federal para que o governador do então Território pudesse dotar os núcleos urbanos de condições para que a população alcançasse um nível de satisfação que justificasse os investimentos privados que para cá se deslocavam, atraídos pela perspectiva de se ter prazer em viver em Macapá.

A realidade, entretanto, é outra. O fornecimento de energia elétrica sempre foi um grande problema para as autoridades administrarem e fornecerem, em quantidade e qualidade suficientes, energia para o desenvolvimento local. Nem a criação da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) foi suficiente para tranquilizar a população e as autoridades do governo com relação ao fornecimento de energia elétrica. A CEA foi criada como uma empresa de economia mista sendo o Governo do Amapá o seu maior acionista.

Com a descoberta das jazidas de manganês na Serra do Navio, a administração pública, através da Companhia de Eletricidade do Amapá empenhou-se em construir e operar os sistemas de produção, transmissão e distribuição de energia em todo o então Território do Amapá.

Em 1960, a CEA recebeu do Governo do Território o acervo de usina e distribuição, passando a operar com a capacidade instalada de 1.150 KVA.

Em 1976, foi inaugurada a primeira hidrelétrica da Amazônia, localizada no Paredão, hoje distrito do município de Ferreira Gomes, a aproximadamente 140 km de Macapá. Em 1979, o governador do Território, Annibal Barcellos, inaugurou o sistema de distribuição de energia elétrica, 24 horas, de Mazagão.

Em 1984, ocorreu a ampliação do sistema elétrico de Laranjal do Jari e, em 1993, a ampliação chegou no município de Oiapoque, onde a geração de energia era realizada pelos geradores russos adquiridos pelo Governo do Território. Também nesse período, em 2001, os municípios de Calçoene e Amapá passaram a ser atendidos pela Hidrelétrica Coaracy Nunes.  

Finalmente, em 2015, o Estado do Amapá é interligado ao Sistema Elétrico Nacional, vindo junto o processo de Federalização, tendo a Eletrobrás como gestora, nomeando a estrutura administrativa principal: Presidência, Diretoria Administrativa e Financeira e a Diretoria de Planejamento e Expansão, ficando para o Governo do Estado apenas a Diretoria de Operações.

No dia 25 de julho de 2021, a companhia foi leiloada em lance único através de processo de desestatização, pelo valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). O lance foi ofertado pela empresa Equatorial Energia, que foi a única a dar lance na sessão pública. O novo investidor promete aplicar de forma imediata R$ 400 milhões na companhia e deve assumir a administração da empresa distribuidora de energia até dezembro de 2021. A concessão é de, pelo menos, 30 anos.

 

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