terça-feira, 20 de julho de 2021

A oportunidade de "tirar o atraso"

 Rodolfo Juarez

O atual momento da política partidária brasileira está trazendo para nível indesejado os outros agentes públicos que se esforçam para mudar o que está recrudescido e amalgamado pelos vícios que se perpetuaram ao longo do tempo.

Está difícil de os agentes públicos da linha de frente do país, se comportarem como esperado desde o resultado das eleições de 2018, quando muitos brasileiros voltaram a vestir, sem qualquer culpa, o verde e o amarelo, e a falar de liberdade. Essa mesma liberdade que a população cubana, depois de 70 anos, começa a querer respirar.

O povo brasileiro não esperava uma pandemia de longa duração e os agentes públicos dos estados e dos munícipios, principalmente seus governadores e prefeitos, viram nos acontecimentos, a oportunidade de “tirar o atraso” e resolver seus problemas de futuras campanhas, como também, aqueles que tornavam os orçamentos insuficientes frene às necessidades urgentes da população.

Foram 26 governadores estaduais, 1 governador distrital, e 5.568 prefeitos municipais tendo sonhos mirabolantes e planejando resolver os problemas dos municípios e dos estados no sentido de se perpetuarem no executivo dos estados, do distrito federal e dos municípios, mesmo sabendo da limitação de dois mandatos.

Os governadores das maiores concentrações populacionais nos limites dos estados que governam, passaram a sonhar e querer criar ambiente, não para enfrentar a pandemia, mas para enfrentar a próxima eleição para presidente da República. Diziam: “ora, seu deu para o Bolsonaro, dá para mim que sou melhor que ele”.

E deu no que deu!

Mesmo quem morria de outras doenças ia para a estatística como morte por covid-19 ou com influência direta da doença provocada pelo coronavírus. Imagina a confusão que deu. Até importantes órgãos de comunicação entraram na disputa, estes em dizer para aqueles sonhadores que está pronto para apoiar, desde que assumissem o compromisso de manter o volume de mídia de antes de 2019 e, se puder ainda aumentar e, mais, não pensar em cobrar os tributos que esses agentes empresariais teriam que pagar.

Os outros poderes queriam mais luzes e entraram na confusão e deu no que deu, mais de 540 mil brasileiros mortos até a semana que findou.

Ainda bem que, depois de discussões sobre “sexos dos anjos”, veio a vacina que já mostra reflexos crescentes à medida que o tempo vai avançando. Até o fim do ano fala-se em vida quase normal, sem deixar de estar assustando a população com “variantes” e anedotas.

Para não ficar sem luz os congressistas instalaram a CPI da covid-19, um teatro para representação de poucos. Agora os atores estão na coxia, mas voltam em agosto.

 

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