domingo, 25 de dezembro de 2022

Waldez sai de cena depois de quinze anos e três meses

Rodolfo Juarez

Está terminando o mais longo dos períodos em que o Estado do Amapá teve um mesmo chefe de governo à frene da governança estadual.

O dia 31 de dezembro, último dia do mandato do atual governador Antônio Waldez Góes da Silva, é próprio para que se registre o nome daquele mandatário como detentor do mais longevo período administrativo de um governador à frente do Governo do Amapá e, também, aquele que, por mais tempo ficou à frente comando administrativo do Estado, desde quando essa Unidade da Federação recebeu a sua autonomia política somando, em dois mandatos, 15 anos e 3 meses.

O primeiro mandato, Waldez Góes assumiu no primeiro dia de janeiro de 2003. Os dois primeiros anos, 2003 e 2004, deste primeiro mandato, foram de muito mais “baixos” do que “altos”, inclusive com riscos ter contra si a votação de um impedimento na Assembleia Legislativa. 

Os dois anos seguintes, 2005 e 2006, Waldez turbinou sua representatividade política com a inauguração do Lugar Bonito, uma obra começada durante o segundo mandato de seu antecessor e principal adversário político, João Alberto Rodrigues Capiberibe.

A obra do Lugar Bonito, integrando o entorno da Fortaleza de São José de Macapá, desde o Araxá até o Trapiche Eliezer Levy, gerava uma grande expectativa, mas, vista pronta, o impacto foi maior do que o esperado pelo Governo do Estado.

A retirada dos tapumes depois de mais de 6 anos protegendo a obra, mas encobrindo a visão do Rio Amazonas, e a divulgação que antecedeu o dia da inauguração, 10 de junho de 2006, deixou o governador Waldez em uma condição tão favorável que, a reeleição, em outubro de 2006, foi um verdadeiro passeio eleitoral. Waldez ganhou a reeleição “com os pés nas costas”.

Impedido, pela regra vigente, de disputar as eleições em 2010, deixou o governo no fim do mês março de 2010 para candidatar-se ao cargo de Senador da República. Uma operação policial, cheia de pirotecnia e às vésperas do pleito, lhe tirou as condições eleitorais favoráveis que tinha e, em consequência, perdeu a disputa.

Depois de quatro anos sem mandato, candidatou-se, mais uma vez, ao cargo de governador do Estado em 2014, e venceu as eleições. Em 2018 foi para a reeleição e, a despeito da rejeição acumulada, venceu a eleição.

Em 2022, com a conjuntura política extremamente modificada, escolheu ficar no Governo até o fim do mandato e apoiar aliados e correligionários para os cargos de Governador do Estado, Senador da República, Deputado Federal e Deputado Estadual, obtendo sucesso na estratégia.

O seu candidato ao cargo de Governador do Estado venceu no primeiro turno e, ainda, o candidato que apoiou para o Senado da República, também venceu, além de ver eleitos 3 deputados federais e três deputados estaduais do seu partido, o PDT, e ainda ver eleito o candidato que apontou para vice-governador.

Deixa o cargo de Governador do Estado para que os eleitores e a História Política avaliem o seu desempenho político, mas, certamente, não deixa a militância política. Com 61 anos de idade, Antônio Waldez Góes da Silva, um gurupaense nascido no dia 29 de outubro de 1961, filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), sai de cena por uns momentos, pelo menos é o que dizem seus aliados.

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