Rodolfo Juarez
Os residentes nas
cidades e interiores do Estado do Amapá estão sendo alimentados por notícias em
que os noticiantes não têm tido o cuidado de fundamentá-las e deixá-las, pelo
menos, com a aparência de verdade.
Dá a impressão de
que essa gente nunca passou uma estiagem por aqui e nunca viu temperaturas com
as medidas que agora são anunciadas. Os repórteres de televisão,
principalmente, levam a destaque notícias que são apenas atualizadas, mas que
já foram dadas noutros anos, remotos e recentes.
Há uma espécie de
contaminação pelas notícias que vêm das regiões Sul e Sudeste, distante do
Equador e sem interesse em conhecer o que está acontecendo por aqui, às
proximidades do meio-do-mundo.
Até as previsões do
tempo por aqui, pelo Amapá, são repetidos, as temperaturas também. Então, qual
a surpresa?
O fumaceiros?
Bem, este sempre
foi mais intenso no mês de novembro, mas não tem muita diferença dos meses de
novembro dos outros anos. Até mesmo as secas nos rios que possibilitam
navegação para as cidades do Acre sempre tiveram dificuldades, nesta época do
ano, para serem realizadas.
E tem um detalhe,
todos nós, habitantes do Estado do Amapá, gostamos de farinha de mandioca, de
todos os tipos (ralo etc.), de farinha de macaxeira, de batata roxa, de batata
doce, de jerimum, de melancia. Agora me diga: como vou semear essas sementes sem
arar a terra, sem fazer aceiro, como?
Então não
reclamemos da fumaça. Ela decorre da nossa necessidade e das necessidades do
agricultor. De nada adianta, o morador da cidade, que reclama quando não tem a
farinha e do preço da farinha, querer um ar sem fumaça neste tempo.
Mas essa questão
tem solução, equipar os agricultores para que encontre outra forma de se librar
do entulho das roças. Afinal tem especialista para isso. Ou não?
Aqui mesmo na
cidade os prefeitos alegam dificuldade para lidar com lixo do verão... É ou,
não é?
O que fazer com as
sobras das nossas atividades?
Por aqui, nas
cidades, ainda não se recolhe 100% do lixo doméstico, aliás, se recolhe muito
menos, não chega a 50% do lixo produzido. A conta é fácil de fazer: conferir a
quantidade tirada, em tonelada, e compara com a produção média de lixo para uma
população como a de Macapá.
O engenheiro urbano
responde isso. O prático urbano sabe disso.
E, com o entulho, o
que faço?
A prefeitura não
disponibiliza, para a população, recipientes destinados a receber, da
população, o entulho gerado, seja por melhoria nas casas, seja pela sobra de
material, seja pelo envelhecimento de móveis e eletrodomésticos, e tantos
outros restos que precisam ser descartados.
Descartá-los onde?
Descartá-los quando?
Nos acalmemos,
daqui a pouco a reclamação será outra... Muita chuva, só temos um mês de
espera. E olhe, lá! O “disco” muda de lado, só isso...
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