segunda-feira, 27 de novembro de 2023

O tempo dá nó na cabeça dos seis analistas

Rodolfo Juarez

Os residentes nas cidades e interiores do Estado do Amapá estão sendo alimentados por notícias em que os noticiantes não têm tido o cuidado de fundamentá-las e deixá-las, pelo menos, com a aparência de verdade.

Dá a impressão de que essa gente nunca passou uma estiagem por aqui e nunca viu temperaturas com as medidas que agora são anunciadas. Os repórteres de televisão, principalmente, levam a destaque notícias que são apenas atualizadas, mas que já foram dadas noutros anos, remotos e recentes.

Há uma espécie de contaminação pelas notícias que vêm das regiões Sul e Sudeste, distante do Equador e sem interesse em conhecer o que está acontecendo por aqui, às proximidades do meio-do-mundo.

Até as previsões do tempo por aqui, pelo Amapá, são repetidos, as temperaturas também. Então, qual a surpresa?

O fumaceiros?

Bem, este sempre foi mais intenso no mês de novembro, mas não tem muita diferença dos meses de novembro dos outros anos. Até mesmo as secas nos rios que possibilitam navegação para as cidades do Acre sempre tiveram dificuldades, nesta época do ano, para serem realizadas.

E tem um detalhe, todos nós, habitantes do Estado do Amapá, gostamos de farinha de mandioca, de todos os tipos (ralo etc.), de farinha de macaxeira, de batata roxa, de batata doce, de jerimum, de melancia. Agora me diga: como vou semear essas sementes sem arar a terra, sem fazer aceiro, como?

Então não reclamemos da fumaça. Ela decorre da nossa necessidade e das necessidades do agricultor. De nada adianta, o morador da cidade, que reclama quando não tem a farinha e do preço da farinha, querer um ar sem fumaça neste tempo.

Mas essa questão tem solução, equipar os agricultores para que encontre outra forma de se librar do entulho das roças. Afinal tem especialista para isso. Ou não?

Aqui mesmo na cidade os prefeitos alegam dificuldade para lidar com lixo do verão... É ou, não é?

O que fazer com as sobras das nossas atividades?

Por aqui, nas cidades, ainda não se recolhe 100% do lixo doméstico, aliás, se recolhe muito menos, não chega a 50% do lixo produzido. A conta é fácil de fazer: conferir a quantidade tirada, em tonelada, e compara com a produção média de lixo para uma população como a de Macapá.

O engenheiro urbano responde isso. O prático urbano sabe disso.

E, com o entulho, o que faço?

A prefeitura não disponibiliza, para a população, recipientes destinados a receber, da população, o entulho gerado, seja por melhoria nas casas, seja pela sobra de material, seja pelo envelhecimento de móveis e eletrodomésticos, e tantos outros restos que precisam ser descartados.

Descartá-los onde? Descartá-los quando?

Nos acalmemos, daqui a pouco a reclamação será outra... Muita chuva, só temos um mês de espera. E olhe, lá! O “disco” muda de lado, só isso...

  

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