quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Praça Barão do Rio Branco e não "Praça do Barão".

Rodolfo Juarez

O primeiro dia do mês de dezembro, com o passar dos anos e o descuido que têm hoje as autoridades públicas e, principalmente, os executivos e gestores da Educação no Estado do Amapá, datas importantes que podem ser destacadas no calendário para as crianças como exemplo, são deixadas de lado ou trocadas por motivações mais recentes.

A curiosidade está se desmilinguido, se desfazendo com o tempo, deixando um vazio de conhecimento que vai acabar, agora ou mais tarde, fazendo falta à própria comunidade que fica com perguntas sem respostas quando um mais curioso ou inquieto, perguntar: Por que uma das primeiras praças de Macapá e uma das mais tradicionais escolas da cidade têm o nome de Barão do Rio Branco.

É preciso encarar com naturalidade o questionamento do curioso ou inquieto. Afinal de contas todos os que vivem em Macapá já ouviram falar da Praça Barão do Rio Branco, ou da Escola Barão do Rio Branco recentemente reformada, com o anúncio de que seria devolvido ao prédio as características do projeto original, datado de 1944.

Não se trata de saudosismo ou preciosismo. Se trata, isso sim, de simples informação àqueles que precisam se referir ao educandário ou à praça. A comprovação desse destaque está na forma errada como repórteres, principalmente de rádio e televisão, se referem à Praça Barão do Rio Branco, como “praça do barão”.

Não faz tempo, ganhou notoriedade um bar localizado no centro de Macapá e que tinha como nome fantasia “Bar do Barão”, uma referência ao dono que era conhecido como Barão. Pode ser essa a explicação para que os iniciantes agentes de imprensa nominem a Praça Barão do Rio Branco como Praça do Barão.

Certamente, isso é resultado do pouco caso para com História daqui, não tão remota, mas, História com “h” maiúsculo. Ora, se o dia 7 de setembro está virando apenas um feriado, o que dizer das outras datas importantes que estão indo para o esquecimento como o dia 1.º de dezembro?

Mas vamos lá! Nada custa tentar despertar e motivar aqueles que têm o compromisso funcional com a História do Amapá para colocar no calendário do seu celular datas que considerar importantes e chamar a atenção dos executivos para a importância de torná-las popular, conhecidas das pessoas simples e que gostariam de conhecer a história completa do Amapá.

Sobre o dia 1.º de dezembro, em 1900, ocorreu a divulgação do Laudo Suíço, depois do arbitramento helvético sobre a disputa de terras na região do Cabo Norte, dúvida levantada pela França sobre a certeza que tinha o Brasil da propriedade.

José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, advogado, diplomata, geógrafo, professor, jornalista, historiador e brasileiro nascido no Rio de Janeiro, é o patrono da diplomacia brasileira e uma das figuras mais importantes da História do Brasil. Foi indicado ao Prêmio Nobre da Paz, em 1911.

Foi esse senhor, ilustre brasileiro, que foi homenageado pelo primeiro governador do Território Federal do Amapá, dando nome para a primeira escola pública construída em Macapá, depois da criação do território federal, e à primeira praça multiuso construída no centro de Macapá.

Se a região depois do rio Araguari consta do mapa geográfico do Amapá, muito se deve a Barão do Rio Branco, pela sua brasilidade, competência e autoridade. Esse foi o motivo da homenagem do povo daqui a quem havia prestado significativo serviço ao Brasil e ao Amapá.    

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