Rodolfo Juarez
Neste
primeiro final de semana de 2025 estive acompanhando, em televisão aberta, uma
interessante reportagem conduzida pelo jornalista Roberto Gato, no programa
Isto é Amazônia, levada ao ar no sábado.
O tema
desenvolvido pelo jornalista, além de importante para o desenvolvimento local,
tratou de uma realidade que provoca reflexões necessárias entre aqueles que
querem ver o Estado do Amapá se aproximar dos objetivos que fizeram com que
houvesse um movimento social, local e quase compacto, para que o Amapá deixasse
de ser Território Federal e assumisse a condição de mais um estado da
Federação.
As
justificavas, utilizadas pelos representantes amapaenses, para que o Território
do Amapá fosse transformado em Estado, já na Constituição Federal de 1988,
estavam ancoradas em uma sustentação com o desenvolvimento do agronegócio e da
exploração das minas de ferro, manganês e outros minerais, propondo, com isso,
que o Amapá deixaria de depender das verbas federais que, durante todo o
período de Território Federal, sustentava as necessidades financeiras do Amapá.
Os quatro
deputados constituintes, Annibal Barcellos, Eraldo Trindade, Geovani Borges e
Raquel Capiberibe, conseguiram, ao final, que a transformação do Território
Federal do Amapá em Estado do Amapá, mantidos os seus limites geográficos,
constasse do artigo 14 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e, ainda, que a instalação do estado
aconteceria com a posse do governador eleito em 1990.
Uma ressalva
consta do parágrafo quarto do citado artigo 14 da Constituição Federal de 1988,
destacando que enquanto não concretizada a transformação do Território Federal
do Amapá em Estado, o Amapá seria beneficiado pela transferência de recurso
previstas nos artigos 159, I, “a” da Constituição, e 34, § 2.º, II, do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias.
Na
entrevista, o empresário Gilberto Laurindo, militante patronal, já tendo sido
eleito e empossado como presidente do Conselho Superior da Associação Comercial
e Industrial do Amapá – ACIA, sustentado pelo slogan de que “quem não luta
pelos seus direitos não é digno de tê-los”, sendo, também, escolhido, pelo
governo do estado para ser o presidente da Junta Comercial do Estado do Amapá –
Jucap, no governo do atual ministro Waldez Góes.
Em 2022,
Gilberto Laurindo é eleito presidente do partido político Patriotas, pelo qual
se candidatou ao cargo eletivo de senador da República, não sendo eleito. O
baixo desempenho nacional do Patriotas levou à fusão do partido como PTB
resultando no atual Partido da Renovação Democrática (PRD).
O resultado
ruim da eleição para o candidato Gilberto Laurindo, isolou os interesses do
empresário Gilberto Laurindo, proprietário da marca Arroz Tia Nice, cultivado e
beneficiado no município de Itaubal, distrito de Curicaca, onde também chegou a
plantar milho, soja e outras culturas.
Segundo o
empresário, as dificuldades com o Governo do Estado, desembocaram em um série
de problemas. Segundo o empresário, que disse ter o empreendimento há 30 anos,
com campos tratados, equipamentos instalados e pronto para funcionar e que não
conseguiu fazê-lo pelas exigências ambientais lhes foram impostas.
Mesmo
funcionando há 30 anos, os órgãos ambientais do estado exigiram que, para
plantar, necessitaria da licença prévia (LP), da licença de instalação (LI) e
da licença de operação (LO). O empresário não entendeu como obter a LP se a
empresa já funciona há 30 anos. O mesmo ocorreu com relação à LI, se a empresa
já está instalada. Também a LO, se a empresa já opera há anos.
Segundo a reportagem, a empresa está parada, com os funcionais (chegou a ter 30) dispensados e, consequentemente, produção e renda zero.
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