Rodolfo Juarez
Hoje o
Carnaval vai começar a escrever mais um capítulo da história desse movimento
social que cresce, - e cresce -, muito por aqui, demonstrando que a fórmula vem
se aprimorando e o público vem aprovando o movimento e comparecendo aos grandes
espetáculos a céu aberto que anônimos proporcionam durante os desfiles na
Ivaldo Veras, desenvolvendo o enredo escolhido aleatoriamente, mas, que é tão
forte quanto a compreensão da mensagem.
A história
do espetáculo deste ano começará ser escrita logo mais, no ambiente do templo
do samba, o Sambódromo, em Macapá, a partir das 21 horas, com a abertura do
desfile das escolas de samba. Desfile este que vai durar dois dias e será
mostrado pelas 10 agremiações carnavalescas que são filiadas à Liga
Independente das Escolas de Samba do Amapá, a Liesap.
O começo de
tudo já dista 62 anos.
O primeiro
desfile organizado como competição foi realizado em 1963. Desde aquele tempo já
se observava o ambiente de disputa acirrada entre os concorrentes, tanto que,
por querer demonstrar isenção, os juízes-avaliadores chamados para dar as notas
de cada quesito, foram pessoas estranhas para a população, sendo escolhidos,
preferencialmente, o comandante e os demais tripulantes do avião comercial que
pernoitaria em Macapá. Assim, se houvesse margem para reclamação (e sempre
houve!) os alvos estavam longe da cidade, nos ares, voando para lugares
distantes.
Em 1963, a
então Universidade de Samba Boêmios do Laguinho, hoje Associação, foi declarada
vencedora e chegou ao tricampeonato quando conquistou o primeiro lugar e o
título de campeã, nos dois anos seguintes: 1964 e 1965. A sequência foi
interrompida pelo bicampeonato, em 1966 e 1967 da Embaixada de Samba Cidade de
Macapá, na época presidida pelo saudoso R. Peixe.
Essas
primeiras disputas foram realizadas na Avenida FAB, no trecho entre as ruas Cândido Mendes e São José, na Praça
Barão do Rio Branco, onde ficou marcado um protesto da Embaixada de Samba que
levou para a Avenida, no dia da leitura do resultado, várias jacas, reclamando
da pontuação que a escola recebeu.
Depois
disso, o “palanque oficial” mudou de lugar, mas, continuando na Avenida FAB e
se estabeleceu noutra praça que, à época, se chamava Praça da Bandeira, pois
ali se hasteava, durante o cantar do Hino Nacional, a Bandeira do Brasil. A
partir de 1977, a praça possou a se chamar Praça das Bandeiras, uma vez que a
Bandeira Nacional recebia a companhia das bandeiras de todos os municípios do
Estado do Amapá.
Os anos
foram passando, os desfiles se realizando em alguns anos, e não sendo realizado
noutros anos. Até agora, o macapaense não teve desfile de escola de samba em 14
anos. A maior sequência sem carnaval aconteceu nos anos de 1968, inclusive, até
o ano de 1972, também inclusive. Foram 5 anos sem carnaval.
Em 1997 foi
inaugurado o Sambódromo na Avenida Ivaldo Veras, havendo uma virada na
qualidade do carnaval que se aprimora até o deste ano.
Em 2001
aconteceu o primeiro empate no primeiro lugar. Boêmios do Laguinho e Piratas da
Batucada dividiram a conquista. A outra vez aconteceu no ano passado, 2024,
quando Império do Povo e Piratas da Batucada dividiram a conquista.
Desde 1963
até agora, aconteceram 49 desfile: 16 vencidos pelo Boêmios do Laguinho, 16
vencidos pelo Piratas da Batucada, 9 vezes vencido pelo Maracatu da Favela, 3
pela Cidade de Macapá, 1 vez pelas escolas Unidos do Amapá (que não existe
mais), Piratas Estilizados e Império do Povo.
Duas vezes o
título foi dividido: uma vez entre Boêmio do Laguinho e Piratas da Batucada, e
outra, entre Império do Povo e Piratas da Batucada.
Este ano
tudo indica que conquistar o primeiro lugar será difícil, alcançada nos
detalhes e, tomara, que não haja muitas reclamações.
Bom Carnaval
a todos os nossos leitores!
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