quarta-feira, 23 de março de 2016

A queda na arrecadação estadual compromete o futuro

Rodolfo Juarez
O noticiário nacional tem desviado a atenção daqueles que cuidam e consomem o noticiário local, especialmente com relação ao desempenho do Governo Estadual e os demais órgãos estaduais.
Não é que a concentração das atenções para os acontecimentos fora do estado sejam mais ou menos importantes do que aqueles que são registrados dentro do Estado, principalmente quando a sociedade busca explicações para situações que ainda não compreendeu completamente.
Alguns se arvoram a ser juiz, outro aderem às teses defendidas pelos promotores e procuradores do Ministério Público Estadual ou dos defensores que atuam nos processos que caminham lentamente, mas continuamente e que, uma hora vai ser concluído, pelo menos na esfera estadual.
Infelizmente não há indicativos para que anunciemos pelo menos uma trégua com as dificuldades.
O mês de março é historicamente um mês difícil para a população e para a administração pública, principalmente quando ela está sem o controle necessário e com os gestores dominando a execução do orçamento.
Os governos populistas que se instalaram no Palácio do Setentrião não encontram um caminho e, pior, não tem uma alternativa para enfrentar uma eventual ou esperada queda na arrecadação.
Este ano a queda na arrecadação é esperada com mais certeza do que a manutenção da que foi apurada em 2015, mesmo assim a administração estadual não agiu, até agora, de forma preventiva, acreditando em um milagre improvável e se alinhando a discursos daqueles que estão muito mais interessados em salvar a sua própria pele do que qualquer administração estadual da Federação.
As principais fontes da receita estimada para 2016 não estão respondendo conforme a expectativa, principalmente a receita oriunda dos tributos estaduais que tem como principal fonte o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço (ICMS) que está apontando para quedas históricas se considerado os dois primeiros meses do ano. O Fundo de Participação dos Estados, apesar da pequena queda registrada nos dois primeiros meses (janeiro e fevereiro) já preocupam, principalmente pela expectativa de retração que são admitidas pelos órgãos de controle da arrecadação nacional.
As economias propostas pela administração estadual tem se mostrado insuficientes para garantir o cumprimento das despesas, principalmente com pessoal. Para se ter uma idéia, se for mantido o nível de contratos administrativos com o número atual, esse custo bruto superará 100 milhões de reais durante 2016.
O contingenciamento orçamentário, na forma como tem sido adotado pelo governo do estado, não tem eficácia, uma vez que a principal despesa corrente, sob o título de pessoal pago pelo governo mantém o mesmo nível do ano passado e fica em torno de 170 milhões de reais por mês.
Para os poderes são transferidos a cada mês, um pouco mais de 54 milhões de reais e a dívida pública decorrente dos empréstimos consome mais 30 milhões por mês.

Os duodécimos para os Poderes são decorrentes de ordem constitucional e os contratos assinados não possibilitam moratória da dívida, então resta cortar as despesas correntes. A Administração Estadual está disposta a isso?  

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