quarta-feira, 2 de março de 2016

Como se não houvesse pátria

Rodolfo Juarez
Mesmo sendo uma questão recorrente entendo que é importante insistir para que as autoridades acordem e veja o Brasil real, aquele Brasil que não atende o seu cidadão nem quando as ordens estão expressas e claras na Constituição Federal.
E o Amapá é parte desse país que está deixando os seus nacionais sem atendimento de saúde ao mesmo tempo em que vê importantes autoridades atuais e de passado recente envolvidos em escândalos que, em regra, deram prejuízos ao povo brasileiro esse mesmo povo que se sente abandonado por aquelas autoridades.
As propagandas, principalmente dos partidos políticos que servem de base de sustentação do Governo, seja Federal, seja Estadual ou Municipal, descrevem situações absolutamente fora da realidade ou, então, não tocam nos assuntos que estão na pauta dos brasileiros e dos amapaenses, como a saúde pública.
É chocante ver o momento daqueles que recorrem ao sistema público de saúde para serem atendidos em situação de emergência ou não, em situação de gravidade ou não, saírem cabisbaixo, sem chão, como se não tivesse pátria.
Materialmente falta tudo e, socialmente faltam as relações pessoais mais elementares onde os pacientes são atendidos de uma forma desumana, levando-os ao desespero pela situação de um familiar ou pela sua própria situação.
Os funcionários públicos perderam a confiança no Estado e não hesitam em tentar puni-lo atendendo mal o povo que, em verdade, é o verdadeiro punido pelo sistema que atende mal e produz a desesperança.
Ao contrário do que pode ser interpretada pelos observadores externos a solução começa pelos municípios e pelos estados, no aspecto operacional e por um choque de realidade nos organismos federais procurando trazer os chefes de ministérios, ministros e adjuntos, ao entendimento do que está acontecendo.
A própria presidente da República tem negociado questões que são inegociáveis. Alguns ministros não podem ser políticos.
O que está acontecendo no sistema público de saúde é uma verdadeira aberração, deixando os mais pobres, isto é, mais de 80% da população, sem atendimento adequado para qualquer problema de saúde.
O Amapá podia dar exemplo de organização, tratando os que procuram o sistema público de saúde de forma respeitosa, fazendo com que os profissionais se sentissem parte de uma sociedade que sofre vendo seus filhos sem atendimento médico, esparramados pelos corredores das casas de saúde e uma condição degradante no momento que mais precisam do Estado.
Nem mesmo os que carregam doenças mais graves recebem tratamento diferenciado. Também são deixados à sorte da burocracia e dos incompetentes agentes públicos encarregados de resolver os problemas.
Reconhecer que a situação é grave é dever de quem está no setor e resolver a situação grave deve ser o compromisso de quem é o gestor.   

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