quarta-feira, 18 de maio de 2016

Muros e forros, mas não é só isso.

Rodolfo Juarez
Desde meados de abril e durante todo o mês de maio estamos nos defrontando com notícias que precisam ter suas causas exploradas, principalmente quando se trata de obras abertas, mas também nas obras fechadas, e que são destinadas a receber pessoas durante períodos que deveriam ser curtos, mas que estão se alongando, contrariando as pessoas e, até aqueles que podem ser responsabilizados pelas ocorrências.
A queda do muro de uma praça na sede do município de Oiapoque, a queda do muro da Escola Estadual São Benedito, em Macapá, e a queda do forro da sala de espera de uma clínica aqui na Capital acabaram por chamar atenção dos técnicos da área de engenharia e daqueles que são responsáveis pelo funcionamento daqueles espaços.
Uma visão expedida na queda dos muros induz a uma reflexão de como estão sendo executadas e fiscalizadas essas obras e a queda do forro remete à necessidade de um plano de inspeção, além daquele executado pelos técnicos do Corpo Bombeiro Militar.
As regras impostas pelos legisladores e cobradas pelas organizações de fiscalização externa ao Executivo acabam fazendo uma exigência subliminar que não está sendo observada: a segurança do objeto contratado.
De repente se está prestando atenção apenas para o aspecto legal da formalização dos contratos de serviço, desde a cotação de preços, licitação e contrato propriamente dito, do que para a execução, deixando essa importante etapa sem a cobertura técnica necessária.
Fora do Amapá se tem o resultado desastroso de uma obra viária no centro de Belo Horizonte, um prédio de vários andares no Rio de janeiro e, mas recentemente, a queda da ciclovia projetada para ser um legado dos Jogos Olímpicos de agosto deste ano.
As prefeituras têm demonstrado dificuldades para manter equipes técnicas e exigir, seja lá de quem for, acompanhamentos que definam, claramente, as responsabilidades técnicas.
Até agora ninguém foi responsabilizado pela queda do porto de minério em Santana onde morreram 6 pessoas, duas das quais sem, sequer, ter o corpo encontrado nas buscas realizadas pelos órgãos oficiais e pela própria empresa responsável.
As perícias técnicas nunca são concluídas e a sociedade começa a duvidar da capacidade dos técnicos envolvidos na construção, manutenção e os responsáveis pela definição de riscos.
Já tivemos problemas nas barragens, inclusive com morte na que está sendo construída em Laranjal do Jarí e desastres ambientais provocadas pelas que estão no rio Araguari e, mesmo assim, o tempo passa e vai deixando esse rastro para outras obras que estão por terminar ou que terminadas não estão recebendo a manutenção necessária.
Um desses pontos é todo o passeio da orla do Perpétuo Socorro, integrante da orla da cidade de Macapá e que está em uma situação absolutamente crítica, precisando, urgentemente receber reparos que, a cada dia que passa, são mais caros devido o progresso do desgaste que se nota a olho nu. Vale observação também para o terminal do píer 2 do bairro Santa Inês.

O próprio parque do forte, conhecido como Lugar Bonito, precisa de urgente atenção. Os equipamentos estão destruídos, faz tempo, e seria interessante e necessário que ao completar 10 anos de funcionamento, o que ocorre no dia 10 de junho, estivesse em condições de lembrar o que levou o parque forte a ser chamado de Lugar Bonito no dia da inauguração.

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