Rodolfo Juarez
Desde
meados de abril e durante todo o mês de maio estamos nos defrontando com
notícias que precisam ter suas causas exploradas, principalmente quando se
trata de obras abertas, mas também nas obras fechadas, e que são destinadas a
receber pessoas durante períodos que deveriam ser curtos, mas que estão se
alongando, contrariando as pessoas e, até aqueles que podem ser
responsabilizados pelas ocorrências.
A queda
do muro de uma praça na sede do município de Oiapoque, a queda do muro da
Escola Estadual São Benedito, em Macapá, e a queda do forro da sala de espera
de uma clínica aqui na Capital acabaram por chamar atenção dos técnicos da área
de engenharia e daqueles que são responsáveis pelo funcionamento daqueles
espaços.
Uma
visão expedida na queda dos muros induz a uma reflexão de como estão sendo
executadas e fiscalizadas essas obras e a queda do forro remete à necessidade
de um plano de inspeção, além daquele executado pelos técnicos do Corpo
Bombeiro Militar.
As
regras impostas pelos legisladores e cobradas pelas organizações de
fiscalização externa ao Executivo acabam fazendo uma exigência subliminar que
não está sendo observada: a segurança do objeto contratado.
De
repente se está prestando atenção apenas para o aspecto legal da formalização
dos contratos de serviço, desde a cotação de preços, licitação e contrato
propriamente dito, do que para a execução, deixando essa importante etapa sem a
cobertura técnica necessária.
Fora do
Amapá se tem o resultado desastroso de uma obra viária no centro de Belo
Horizonte, um prédio de vários andares no Rio de janeiro e, mas recentemente, a
queda da ciclovia projetada para ser um legado dos Jogos Olímpicos de agosto
deste ano.
As
prefeituras têm demonstrado dificuldades para manter equipes técnicas e exigir,
seja lá de quem for, acompanhamentos que definam, claramente, as
responsabilidades técnicas.
Até
agora ninguém foi responsabilizado pela queda do porto de minério em Santana
onde morreram 6 pessoas, duas das quais sem, sequer, ter o corpo encontrado nas
buscas realizadas pelos órgãos oficiais e pela própria empresa responsável.
As
perícias técnicas nunca são concluídas e a sociedade começa a duvidar da
capacidade dos técnicos envolvidos na construção, manutenção e os responsáveis
pela definição de riscos.
Já
tivemos problemas nas barragens, inclusive com morte na que está sendo
construída em Laranjal do Jarí e desastres ambientais provocadas pelas que
estão no rio Araguari e, mesmo assim, o tempo passa e vai deixando esse rastro
para outras obras que estão por terminar ou que terminadas não estão recebendo
a manutenção necessária.
Um
desses pontos é todo o passeio da orla do Perpétuo Socorro, integrante da orla
da cidade de Macapá e que está em uma situação absolutamente crítica,
precisando, urgentemente receber reparos que, a cada dia que passa, são mais
caros devido o progresso do desgaste que se nota a olho nu. Vale observação
também para o terminal do píer 2 do bairro Santa Inês.
O
próprio parque do forte, conhecido como Lugar Bonito, precisa de urgente
atenção. Os equipamentos estão destruídos, faz tempo, e seria interessante e
necessário que ao completar 10 anos de funcionamento, o que ocorre no dia 10 de
junho, estivesse em condições de lembrar o que levou o parque forte a ser
chamado de Lugar Bonito no dia da inauguração.
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