Rodolfo
Juarez
O tempo
passa, as circunstâncias se modificam, as exigências mudam, os orçamentos
públicos crescem e as cidades amapaenses continuam piorando a qualidade urbana
que oferecem para os moradores.
Todos
os estudiosos, os profissionais urbanos, os chefes políticos sabem disso e, até
mesmo aqueles que se candidatam a prefeito de qualquer uma delas, prometem que
vão fazer e acontecer caso seja eleitos para qualquer dos cargos, pouco
importando se estão disputando o cargo de governador ou de vereador, a promessa
é a mesma – melhor as cidades ou uma específica cidade, sede de um dos
municípios.
Aliás,
foi isso que aconteceu na eleição regional de 2014 quando foram eleitos o
governador e o vice-governador do Estado, quando a chapa vencedora destacou
como motivo de seu interesse pelo voto a vontade de “cuidar das pessoas e das
cidades”.
Passados
18 meses e a promessa não foi cumprida ou sequer ensaiada. O que se vê é o
descaso costumeiro pelo futuro das pessoas e das cidades e o pouco caso pelo
passado que precisa dessas mesmas pessoas e dessas mesmas cidades, cada vez
oferecendo queda na qualidade de vida.
Já são
muitos os setores urbanos que apresentam sintomas de ruínas tanto aqui na
Capital como no interior do Estado. Já estão asseguradas dificuldades maiores
do que em outros tempos para a manutenção do que existe e não há qualquer
indício de que se está construindo elementos capazes de substituir aqueles que
entram em colapso, seja pelo mau uso ou mesmo pelo desgaste provocado pelo
tempo.
Alguns
serviços essenciais encolhem ou por questão relativa, devido o aumento da
população; ou por questão de desgaste pela desativação.
O
sistema de coleta de esgoto é uma das referências mais vergonhosas para os
administradores, todos eles, dos últimos 20 anos de administração e desmandos
administrativos. Mas o mesmo se pode falar do fornecimento de água tratada, de
um sistema de transporte coletivo transparente, de um sistemático plano de
manutenção das vias urbanas, dos parques, jardins, praças e outras áreas
comuns.
Nem
mesmo o muro de arrimo da frente da cidade escapa. E não se está falando do
plano de expansão que deveria ter tido a sequência e que acabou por ser tornar
uma série de promessas e um poço de mentiras onde estão enterradas as “ordens
de serviços”, as “pedras fundamentais” e os perdidos discursos de tantas
promessas feitas a moradores que, cansados de esperar tiveram que de lá mudar
para não ser tragado pela água do Rio Amazonas.
A
cidade fica sem proteção, feia, arriscada, com aspecto de abandonada, com
alguns aproveitando a situação para derramar a sua frustração e deixar que o
sofrimento do povo fale por ele mesmo, tão dura é a realidade de nossas
cidades.
E os
problemas de Macapá se interiorizam e chegam a Santana com o mesmo impacto,
indo pela estrada ou pelo rio, andam pelas estradas chegando ao sul e ao norte
do Estado de maneira surpreendentemente simultânea e deixando a mesma
frustração e indesejada certeza de que os políticos deixaram os seus princípios
e passaram a dirigir todas as suas forças para ludibriar o povo e tirar
vantagem do mandato.
Os
eleitos e empossados deixam a impressão que não sabem escolher a equipe de
trabalho e que preferem escolher os auxiliares da próxima campanha, aqueles que
podem comandar um partido como aliado e que possa lhe garantir votos para
continuar na estratégia de não atender ás necessidades das pessoas e das
cidades.
O
eleitor já percebeu tudo isso, mas ainda não resolveu posicionar-se contra e
ainda acredita que os modos dos velhos políticos ainda são eficientes apesar
dos resultados que estão à mostra todo final de mandato.
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