sábado, 23 de julho de 2016

Os modos dos velhos políticos

Rodolfo Juarez
O tempo passa, as circunstâncias se modificam, as exigências mudam, os orçamentos públicos crescem e as cidades amapaenses continuam piorando a qualidade urbana que oferecem para os moradores.
Todos os estudiosos, os profissionais urbanos, os chefes políticos sabem disso e, até mesmo aqueles que se candidatam a prefeito de qualquer uma delas, prometem que vão fazer e acontecer caso seja eleitos para qualquer dos cargos, pouco importando se estão disputando o cargo de governador ou de vereador, a promessa é a mesma – melhor as cidades ou uma específica cidade, sede de um dos municípios.
Aliás, foi isso que aconteceu na eleição regional de 2014 quando foram eleitos o governador e o vice-governador do Estado, quando a chapa vencedora destacou como motivo de seu interesse pelo voto a vontade de “cuidar das pessoas e das cidades”.
Passados 18 meses e a promessa não foi cumprida ou sequer ensaiada. O que se vê é o descaso costumeiro pelo futuro das pessoas e das cidades e o pouco caso pelo passado que precisa dessas mesmas pessoas e dessas mesmas cidades, cada vez oferecendo queda na qualidade de vida.
Já são muitos os setores urbanos que apresentam sintomas de ruínas tanto aqui na Capital como no interior do Estado. Já estão asseguradas dificuldades maiores do que em outros tempos para a manutenção do que existe e não há qualquer indício de que se está construindo elementos capazes de substituir aqueles que entram em colapso, seja pelo mau uso ou mesmo pelo desgaste provocado pelo tempo.
Alguns serviços essenciais encolhem ou por questão relativa, devido o aumento da população; ou por questão de desgaste pela desativação.
O sistema de coleta de esgoto é uma das referências mais vergonhosas para os administradores, todos eles, dos últimos 20 anos de administração e desmandos administrativos. Mas o mesmo se pode falar do fornecimento de água tratada, de um sistema de transporte coletivo transparente, de um sistemático plano de manutenção das vias urbanas, dos parques, jardins, praças e outras áreas comuns.
Nem mesmo o muro de arrimo da frente da cidade escapa. E não se está falando do plano de expansão que deveria ter tido a sequência e que acabou por ser tornar uma série de promessas e um poço de mentiras onde estão enterradas as “ordens de serviços”, as “pedras fundamentais” e os perdidos discursos de tantas promessas feitas a moradores que, cansados de esperar tiveram que de lá mudar para não ser tragado pela água do Rio Amazonas.
A cidade fica sem proteção, feia, arriscada, com aspecto de abandonada, com alguns aproveitando a situação para derramar a sua frustração e deixar que o sofrimento do povo fale por ele mesmo, tão dura é a realidade de nossas cidades.
E os problemas de Macapá se interiorizam e chegam a Santana com o mesmo impacto, indo pela estrada ou pelo rio, andam pelas estradas chegando ao sul e ao norte do Estado de maneira surpreendentemente simultânea e deixando a mesma frustração e indesejada certeza de que os políticos deixaram os seus princípios e passaram a dirigir todas as suas forças para ludibriar o povo e tirar vantagem do mandato.
Os eleitos e empossados deixam a impressão que não sabem escolher a equipe de trabalho e que preferem escolher os auxiliares da próxima campanha, aqueles que podem comandar um partido como aliado e que possa lhe garantir votos para continuar na estratégia de não atender ás necessidades das pessoas e das cidades.

O eleitor já percebeu tudo isso, mas ainda não resolveu posicionar-se contra e ainda acredita que os modos dos velhos políticos ainda são eficientes apesar dos resultados que estão à mostra todo final de mandato.

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