Rodolfo Juarez
Ao
contrário do que parece, o governador do Estado disse que as últimas posses no
primeiro escalão “oxigenam a administração” e que esse é o estilo que tem usado
para governar o Estado do Amapá.
É
evidente que está querendo se referir ao que aconteceu em 2004 quando, também
em profunda crise administrativa, com ameaça de ver-se impitimado, fez mudanças
no primeiro escalão do Governo e na estratégia de gerência interna dos
interesses da Administração, que mudaram completamente o rumo do Governo do
Estado, levando à espetacular vitória sobre todas as forças políticas locais,
elegendo-se, em 2006, no primeiro turno de votação, para o segundo mandato de
governador do Amapá.
Em 2004
houve alteração no quadro de colaboradores onde os problemas estavam
acontecendo e, para lembrar, a falta de cumprimento dos pagamentos de pessoal e
de serviços era um dos principais focos dos fracos resultados obtidos pelo
Governo.
Desta
feita o que há de semelhança é o período do Governo que, também, vem de dois
anos perdidos na Administração, com motivação identificas nas promessas de
campanha que se tornaram impossíveis de serem realizadas pelo falta de um bom
dimensionamento da realidade.
Uma equipe
fraca, sem criatividade e que não conseguiu resolver o emaranhado de problemas
que se juntaram devido alguns providências tomadas de forma atabalhoada, antes
e depois da posse, em janeiro de 2015.
A
necessidade de atender os aliados dos dois momentos da campanha de 2014, seja
no primeiro turno ou no segundo turno, acabou atrofiando as escolhas que agora
começam a atravessar na garganta do gestor por causa das interpretações mal
feitas ainda quando fez a primeira seleção dos colaboradores que nunca alcançaram
a condição de trabalho em equipe e, ao contrário, sempre buscaram a evidência
como fator de mídia ou simplesmente autopromoção.
Tem
algumas regras básicas na composição de uma equipe para trabalhar. Uma das mais
importantes é aquela que orienta para “não escolher alguém para nomear que não
tem condições de exonerar”.
Foram
precisos 18 meses (um ano e meio) para perceber que não tinha mais como
continuar navegando com os mesmos “marujos”, mas nem percebeu que precisa
trocar quase toda a tripulação e não apenas um ou outro e ainda movimentar as
mesmas pessoas, trocando-as de lugar.
A
interpretação da governabilidade pelo viés exclusivamente político é uma
falácia que, mesmo com boa dose de ingenuidade mantém o seu propósito corrosivo
e destruidor do corpo, sem preocupação com qualquer tipo de seleção.
A
governabilidade moderna depende do equilíbrio entre as medidas de ordem
política e as de ordem técnica, sendo que as duas ordens devem estar afinadas
com a gestão, através da administração como ciência e não como instrumento de
poder.
O
Estado do Amapá carece de um plano de desenvolvimento de longo prazo, onde
estejam contempladas as alternativas que serão usadas, de forma escalonada no
tempo, em favor da população e não em favor daqueles que estão, eventualmente,
no poder.
Interpretar
o momento da Administração Pública Estadual a partir das dificuldades é um erro
elementar que deve ser corrigido, bastando ter nas mãos as referências do que
pretende para o futuro. Não basta querer, tem que tornar possível para depois
caçá-lo sob todas as formas.
Dividir
a autoridade é importante, mas abdicar dela, na prática, se perde a liderança e
deixa que os fatos se sobreponham, independente do que seja o almejado pela
Administração e pela população.
Desta
feita as mexidas ainda são tímidas, em lugares errados o que entrega aos
dissabores da iminente derrota até aqueles que entram para “oxigenar” o próprio
Governo.
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