domingo, 7 de agosto de 2016

As diferenças entre 2004 e 2016 além dos 12 anos

Rodolfo Juarez
Ao contrário do que parece, o governador do Estado disse que as últimas posses no primeiro escalão “oxigenam a administração” e que esse é o estilo que tem usado para governar o Estado do Amapá.
É evidente que está querendo se referir ao que aconteceu em 2004 quando, também em profunda crise administrativa, com ameaça de ver-se impitimado, fez mudanças no primeiro escalão do Governo e na estratégia de gerência interna dos interesses da Administração, que mudaram completamente o rumo do Governo do Estado, levando à espetacular vitória sobre todas as forças políticas locais, elegendo-se, em 2006, no primeiro turno de votação, para o segundo mandato de governador do Amapá.
Em 2004 houve alteração no quadro de colaboradores onde os problemas estavam acontecendo e, para lembrar, a falta de cumprimento dos pagamentos de pessoal e de serviços era um dos principais focos dos fracos resultados obtidos pelo Governo.
Desta feita o que há de semelhança é o período do Governo que, também, vem de dois anos perdidos na Administração, com motivação identificas nas promessas de campanha que se tornaram impossíveis de serem realizadas pelo falta de um bom dimensionamento da realidade.
Uma equipe fraca, sem criatividade e que não conseguiu resolver o emaranhado de problemas que se juntaram devido alguns providências tomadas de forma atabalhoada, antes e depois da posse, em janeiro de 2015.
A necessidade de atender os aliados dos dois momentos da campanha de 2014, seja no primeiro turno ou no segundo turno, acabou atrofiando as escolhas que agora começam a atravessar na garganta do gestor por causa das interpretações mal feitas ainda quando fez a primeira seleção dos colaboradores que nunca alcançaram a condição de trabalho em equipe e, ao contrário, sempre buscaram a evidência como fator de mídia ou simplesmente autopromoção.
Tem algumas regras básicas na composição de uma equipe para trabalhar. Uma das mais importantes é aquela que orienta para “não escolher alguém para nomear que não tem condições de exonerar”.
Foram precisos 18 meses (um ano e meio) para perceber que não tinha mais como continuar navegando com os mesmos “marujos”, mas nem percebeu que precisa trocar quase toda a tripulação e não apenas um ou outro e ainda movimentar as mesmas pessoas, trocando-as de lugar.
A interpretação da governabilidade pelo viés exclusivamente político é uma falácia que, mesmo com boa dose de ingenuidade mantém o seu propósito corrosivo e destruidor do corpo, sem preocupação com qualquer tipo de seleção.
A governabilidade moderna depende do equilíbrio entre as medidas de ordem política e as de ordem técnica, sendo que as duas ordens devem estar afinadas com a gestão, através da administração como ciência e não como instrumento de poder.
O Estado do Amapá carece de um plano de desenvolvimento de longo prazo, onde estejam contempladas as alternativas que serão usadas, de forma escalonada no tempo, em favor da população e não em favor daqueles que estão, eventualmente, no poder.
Interpretar o momento da Administração Pública Estadual a partir das dificuldades é um erro elementar que deve ser corrigido, bastando ter nas mãos as referências do que pretende para o futuro. Não basta querer, tem que tornar possível para depois caçá-lo sob todas as formas.
Dividir a autoridade é importante, mas abdicar dela, na prática, se perde a liderança e deixa que os fatos se sobreponham, independente do que seja o almejado pela Administração e pela população.

Desta feita as mexidas ainda são tímidas, em lugares errados o que entrega aos dissabores da iminente derrota até aqueles que entram para “oxigenar” o próprio Governo. 

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