quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Falta medalha e verdade

Rodolfo Juarez
Não dá para reclamar dos resultados que os atletas brasileiros que representam o Brasil nas Olimpíadas do Rio estão obtendo.
Há uma relação direta entre os resultados e o treinamento; entre o treinamento e os apoios logísticos; entre os apoios logísticos e o sistema de educação no Brasil.
Apenas para lembrar: o Plano Nacional de Educação começou a ser implantado onze anos depois da data prevista e que criou a expectativa para justificar a realização de uma olimpíada no Brasil.
Ainda está vivo na memória as comemorações feitas pelas autoridades brasileiras, na Europa, quando a notícia foi divulgada pelo Comitê Olímpico Internacional, há 7 anos, de que o evento esportivo seria no Brasil.
Foram abraços, declarações efusivas e que justificavam os principais dirigentes brasileiros e os dirigentes cariocas a fazer promessas que não foram cumpridas e a falar do legado, mesmo que para isso fosse concretizado, algumas providências teriam que ser processadas a partir da base.
A principal base seria a Educação através do Plano Nacional de Educação, que também fazia parte da exigência de organizações internacionais para o desenvolvimento econômico e social.
O que era fundamental não foi feito e, pior, o que vinha sendo projetado foi engolido por um sistema corrupto que levou a prejuízos astronômicos a maior empresa brasileira e aquela que mais poderia, pelo seu gigantismo, contribuir, de maneira séria e produtiva com os atletas nacionais.
 Tudo o que aconteceu foi na conta-mão do que era preciso fazer, inclusive com o adiamento do começo da implantação do Plano Nacional de Educação. Além do que os professores - um dos principais elos da corrente -, foram perdendo a paciência e, primeiro nas universidades e faculdades e, depois, nas escolas públicas de ensino médio passou a vigorar o grevismo.
O prejuízo imediato foi sentido na educação física e os talentos que estavam selecionados e que precisavam ser preparados foram se perdendo pelo caminho, devido a falta de professores e um programa sério de preparação prometido para o evento – as Olimpíadas do Rio.
A alternativa de levar para a caserna alguns dos atletas com potencial foi, então, a maneira encontrada e que assim foi entendida pelas forças armadas que deram guarida, farda, patente e esperança para aqueles que buscaram e não encontraram arrego nas escolas públicas, com os seus professores de educação física e nos programas públicos que nunca foram efetivados.
A resposta daqueles que conseguiram pelo menos a tranquilidade para treinar nas horas de folga foi o que garantiu, até agora, as medalhas: uma de ouro, uma de prata e duas de bronze.
Um país de corruptos não combina com um país de medalhistas olímpicos.
Não que nos países campeões de medalhas tudo esteja às mil maravilhas com a educação, mas, uma questão é certa, todos estão tratando bem os seus talentos, sejam os atletas ou os seus empresários, funcionários públicos e os responsáveis pela inovação.

O desempenho abaixo do esperado é o resultado da fantasia produzida pela mídia e que prefere a ilusão à realidade, pois, assim podem vender os produtos que anunciam e garantir os gordos salários dos seus contratados permanentes ou temporários.  

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