Rodolfo Juarez
Não dá
para reclamar dos resultados que os atletas brasileiros que representam o
Brasil nas Olimpíadas do Rio estão obtendo.
Há uma
relação direta entre os resultados e o treinamento; entre o treinamento e os
apoios logísticos; entre os apoios logísticos e o sistema de educação no
Brasil.
Apenas
para lembrar: o Plano Nacional de Educação começou a ser implantado onze anos
depois da data prevista e que criou a expectativa para justificar a realização
de uma olimpíada no Brasil.
Ainda
está vivo na memória as comemorações feitas pelas autoridades brasileiras, na
Europa, quando a notícia foi divulgada pelo Comitê Olímpico Internacional, há 7
anos, de que o evento esportivo seria no Brasil.
Foram
abraços, declarações efusivas e que justificavam os principais dirigentes
brasileiros e os dirigentes cariocas a fazer promessas que não foram cumpridas
e a falar do legado, mesmo que para isso fosse concretizado, algumas
providências teriam que ser processadas a partir da base.
A
principal base seria a Educação através do Plano Nacional de Educação, que
também fazia parte da exigência de organizações internacionais para o
desenvolvimento econômico e social.
O que
era fundamental não foi feito e, pior, o que vinha sendo projetado foi engolido
por um sistema corrupto que levou a prejuízos astronômicos a maior empresa
brasileira e aquela que mais poderia, pelo seu gigantismo, contribuir, de
maneira séria e produtiva com os atletas nacionais.
Tudo o que aconteceu foi na conta-mão do que
era preciso fazer, inclusive com o adiamento do começo da implantação do Plano
Nacional de Educação. Além do que os professores - um dos principais elos da
corrente -, foram perdendo a paciência e, primeiro nas universidades e faculdades
e, depois, nas escolas públicas de ensino médio passou a vigorar o grevismo.
O
prejuízo imediato foi sentido na educação física e os talentos que estavam
selecionados e que precisavam ser preparados foram se perdendo pelo caminho,
devido a falta de professores e um programa sério de preparação prometido para
o evento – as Olimpíadas do Rio.
A
alternativa de levar para a caserna alguns dos atletas com potencial foi,
então, a maneira encontrada e que assim foi entendida pelas forças armadas que
deram guarida, farda, patente e esperança para aqueles que buscaram e não
encontraram arrego nas escolas públicas, com os seus professores de educação
física e nos programas públicos que nunca foram efetivados.
A
resposta daqueles que conseguiram pelo menos a tranquilidade para treinar nas
horas de folga foi o que garantiu, até agora, as medalhas: uma de ouro, uma de
prata e duas de bronze.
Um país
de corruptos não combina com um país de medalhistas olímpicos.
Não que
nos países campeões de medalhas tudo esteja às mil maravilhas com a educação,
mas, uma questão é certa, todos estão tratando bem os seus talentos, sejam os
atletas ou os seus empresários, funcionários públicos e os responsáveis pela
inovação.
O
desempenho abaixo do esperado é o resultado da fantasia produzida pela mídia e
que prefere a ilusão à realidade, pois, assim podem vender os produtos que
anunciam e garantir os gordos salários dos seus contratados permanentes ou
temporários.
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