Rodolfo Juarez
Estão,
outra vez, os partidos políticos e os eleitores, com a responsabilidade de
encontrar administradores que possam compreender o que a população quer e o que
cada um precisa que seja feito, de forma imediata, para melhorar as
perspectivas.
A
eleição para prefeito de cada um dos 16 municípios amapaenses não pode ser
confundida com uma mera campanha, onde cada candidato diz o que quer, esteja ou
não sabendo o que diz ou mesmo com a vontade de externar o seu verdadeiro
pensamento.
Faz
tempo que uma eleição municipal não revela um líder político. Aliás, faz tempo
que uma eleição municipal, regional ou nacional apresente um resultado que
traga um líder que pense na população antes de se preocupar consigo mesmo ou
apenas aqueles de seu grupo mais próximo, no qual inclui a família.
O
Estado deixou, faz tempo, de ser o objetivo das pessoas que recebem o mandato
da população. Normalmente, depois de eleito, o detentor do mandato passa a
interpretar o papel onde se coloca no centro dos acontecimentos e dos
resultados, ignorando tudo o que disse na campanha e o que a população
acreditou para selecioná-lo como um dos seus representantes ou um administrador
dos interesses do Município, do Estado ou da União.
As
eleições municipais são a oportunidade para os primeiros passos daqueles que
selecionados para serem os líderes de uma população que precisa se ocupar em
produzir e entregar para os escolhidos a definição da melhor forma de atender
aos interesses da coletividade.
Mais
uma vez as eleições municipais, principalmente em Macapá, mostram para o
eleitor que os partidos têm encontrado dificuldades para renovar os seus
quadros e, por isso, provavelmente, apresentam com candidatos figurinhas
repetidas.
Os sete
pretendentes ao cargo de prefeito de Macapá a partir do dia 1.º de janeiro de
2017, cinco homens e duas mulheres, são muito mais “figurinhas carimbadas” do
que novas apostas dos partidos. Dessa forma já se tem uma certeza: as mudanças
possíveis são praticamente nulas, principalmente quando se avalia a rejeição
dos candidatos.
A
eleição municipal também oferece para o eleitor habilitado e apto a votar a
oportunidade de escolher os legisladores municipais que, com exercício nas
respectivas câmaras, tem a incumbência de ser o porta-voz da população e o
fiscal da gestão.
Acontece
que muitos dos candidatos ao cargo de vereador querem, em verdade, um emprego
que possa garantir o seu sustento durante os quatro anos e não a
responsabilidade de interpretar a vontade do povo.
Também
há os que entendem que é mais importante aderir aos interesses prefeito, às
vezes não tão republicanos, a continuar representando os interesses do povo.
Por isso, para alguns, basta uma proposta do prefeito, que pode até não ser
decente, para que, em nome da “governabilidade” deixe de ser um fiscal do povo
para ser um ajudante do prefeito nas “votações de interesse da prefeitura”.
Deixa
de perceber, assim, que as “votações de interesse da prefeitura” além de
desviar a sua função (ou missão) o coloca em uma linha que leva para
“autoridade preferencial” no atendimento no Gabinete ou ao atendimento de um
pedido para contratar um parente ou aliado político.
Bem que
alguma coisa diferente poderia ser feito nesta eleição e o resultado pudesse indicar
novos tempos, mas pela disposição do quadro de candidatos, tanto a prefeito
como vereador, as expectativas de mudanças estão completamente anuladas e nem
mesmo a manutenção da vexatória situação atual tem indicadores que possam
garantir melhoras no quadro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário