sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Eleição sem líder e sem novidades

Rodolfo Juarez
Estão, outra vez, os partidos políticos e os eleitores, com a responsabilidade de encontrar administradores que possam compreender o que a população quer e o que cada um precisa que seja feito, de forma imediata, para melhorar as perspectivas.
A eleição para prefeito de cada um dos 16 municípios amapaenses não pode ser confundida com uma mera campanha, onde cada candidato diz o que quer, esteja ou não sabendo o que diz ou mesmo com a vontade de externar o seu verdadeiro pensamento.
Faz tempo que uma eleição municipal não revela um líder político. Aliás, faz tempo que uma eleição municipal, regional ou nacional apresente um resultado que traga um líder que pense na população antes de se preocupar consigo mesmo ou apenas aqueles de seu grupo mais próximo, no qual inclui a família.
O Estado deixou, faz tempo, de ser o objetivo das pessoas que recebem o mandato da população. Normalmente, depois de eleito, o detentor do mandato passa a interpretar o papel onde se coloca no centro dos acontecimentos e dos resultados, ignorando tudo o que disse na campanha e o que a população acreditou para selecioná-lo como um dos seus representantes ou um administrador dos interesses do Município, do Estado ou da União.
As eleições municipais são a oportunidade para os primeiros passos daqueles que selecionados para serem os líderes de uma população que precisa se ocupar em produzir e entregar para os escolhidos a definição da melhor forma de atender aos interesses da coletividade.
Mais uma vez as eleições municipais, principalmente em Macapá, mostram para o eleitor que os partidos têm encontrado dificuldades para renovar os seus quadros e, por isso, provavelmente, apresentam com candidatos figurinhas repetidas.
Os sete pretendentes ao cargo de prefeito de Macapá a partir do dia 1.º de janeiro de 2017, cinco homens e duas mulheres, são muito mais “figurinhas carimbadas” do que novas apostas dos partidos. Dessa forma já se tem uma certeza: as mudanças possíveis são praticamente nulas, principalmente quando se avalia a rejeição dos candidatos.
A eleição municipal também oferece para o eleitor habilitado e apto a votar a oportunidade de escolher os legisladores municipais que, com exercício nas respectivas câmaras, tem a incumbência de ser o porta-voz da população e o fiscal da gestão.
Acontece que muitos dos candidatos ao cargo de vereador querem, em verdade, um emprego que possa garantir o seu sustento durante os quatro anos e não a responsabilidade de interpretar a vontade do povo.
Também há os que entendem que é mais importante aderir aos interesses prefeito, às vezes não tão republicanos, a continuar representando os interesses do povo. Por isso, para alguns, basta uma proposta do prefeito, que pode até não ser decente, para que, em nome da “governabilidade” deixe de ser um fiscal do povo para ser um ajudante do prefeito nas “votações de interesse da prefeitura”.
Deixa de perceber, assim, que as “votações de interesse da prefeitura” além de desviar a sua função (ou missão) o coloca em uma linha que leva para “autoridade preferencial” no atendimento no Gabinete ou ao atendimento de um pedido para contratar um parente ou aliado político.

Bem que alguma coisa diferente poderia ser feito nesta eleição e o resultado pudesse indicar novos tempos, mas pela disposição do quadro de candidatos, tanto a prefeito como vereador, as expectativas de mudanças estão completamente anuladas e nem mesmo a manutenção da vexatória situação atual tem indicadores que possam garantir melhoras no quadro.  

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