segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Olimpíadas: o outro lado da moeda

Rodolfo Juarez
O povo brasileiro anda mesmo muito carente de alegria e de motivos que possam representar uma festa.
A abertura as olimpíadas do Rio de Janeiro, com um mínimo de organização, alguns arranjos, muita festa e decisão de noticiar apenas um lado da moeda é a mais recente prova da nossa carência.
Os cariocas estão confinados em suas casas, nos bairros mais próximos de onde tenha uma competição olímpica, com atletas de outros países ou por onde passem os turistas, que mesmo desconfiados da segurança e da poluição, tem o espírito aventureiro e enfrenta mesmo todos os perigos e todas as dificuldades.
O lugar do Brasil, mesmo com as olimpíadas no país verde-amarelo, é pelo meio da tabela.
Não estaremos nem entre os três primeiros no quadro de medalhas, muito embora as classificações para as etapas mais difíceis dos jogos estejam sendo comemoradas como se fosse uma conquista, na tentativa de incutir no consciente coletivo algo que não é verdadeiro e que não inspira confiança.
É óbvio que o Brasil não cuidou da sua população como devia e do atleta nacional para se apresentar no mesmo nível daqueles de outros países.
Então, como esperar resultados dourados?
As possibilidades de o Brasil melhorar a sua posição no quadro de medalhas das Olimpíadas do Rio são remotíssimas. Os esportes estão vinculados fortemente com a educação continuada, sem problemas, exatamente o que não ocorre no Brasil onde há um clima desfavorável entre os professores, inclusive de Educação Física, e os dirigentes das esferas de poder deste País.
Esperar milagre dos céus ou que as declarações dos bem pagos locutores das principais reses de televisão se transformem em realidade é exigir demais de atletas que estão entrando aos diversos ambientes de competição com uma imensa carga nos ombros, seguramente muito maiores do que aquela que pode carregar e ainda sobrar forças para representar bem o esporte brasileiro nas competições.
Os treinadores não tiveram tempo e as condições necessárias para preparar os seus atletas, muito embora, entre eles, haja verdadeiros prodígios que precisariam apenas ser vistos como atletas para garantir medalhas e pódiuns e, quem sabe, uma subida no quadro geral de medalhas.
A abertura foi boa, cheia de mensagem, mas só isso. Não deu para perceber a efetividade no outro dia, pois, mesmo em ambientes de competição, como a Baia de Guanabara, se nega todo o cuidado pregado na mensagem básica para livra o meio ambiente da sujeira.
Se, ao invés de todo aquele teatro que contou com milhares de “voluntários” e diretores de cinema e televisão renomados e bem pagos, tivessem entregado a festa para a Liga das Escolas de Samba do Rio de janeiro, para realizar um desfile de carnaval, certamente o espetáculo agradaria muito mais.
Mesmo assim vai dar para tirar lições, muito embora não se possa dizer que os aplausos dos outros sejam suficientes. Há urgente necessidade de ser espetaculares para o povo brasileiro e os dirigentes do Rio de Janeiro, para o povo carioca.
O tempo do pão e circo para dopar a população está sendo consumido pelos prejuízos que essa mesma população contabiliza a cada desastrada gestão pública, dando a impressão que tudo foi desaprendido ou que dirigentes públicos nada sabem fazer.

Para acontecer as Olimpíadas do Rio foi preciso deixar o povo distante e com a promessa do legado que nem sabem se vai servir para alguma coisa. 

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