Rodolfo Juarez
O povo
brasileiro anda mesmo muito carente de alegria e de motivos que possam
representar uma festa.
A
abertura as olimpíadas do Rio de Janeiro, com um mínimo de organização, alguns
arranjos, muita festa e decisão de noticiar apenas um lado da moeda é a mais
recente prova da nossa carência.
Os
cariocas estão confinados em suas casas, nos bairros mais próximos de onde
tenha uma competição olímpica, com atletas de outros países ou por onde passem
os turistas, que mesmo desconfiados da segurança e da poluição, tem o espírito
aventureiro e enfrenta mesmo todos os perigos e todas as dificuldades.
O lugar
do Brasil, mesmo com as olimpíadas no país verde-amarelo, é pelo meio da
tabela.
Não
estaremos nem entre os três primeiros no quadro de medalhas, muito embora as
classificações para as etapas mais difíceis dos jogos estejam sendo comemoradas
como se fosse uma conquista, na tentativa de incutir no consciente coletivo
algo que não é verdadeiro e que não inspira confiança.
É óbvio
que o Brasil não cuidou da sua população como devia e do atleta nacional para
se apresentar no mesmo nível daqueles de outros países.
Então,
como esperar resultados dourados?
As
possibilidades de o Brasil melhorar a sua posição no quadro de medalhas das
Olimpíadas do Rio são remotíssimas. Os esportes estão vinculados fortemente com
a educação continuada, sem problemas, exatamente o que não ocorre no Brasil
onde há um clima desfavorável entre os professores, inclusive de Educação Física,
e os dirigentes das esferas de poder deste País.
Esperar
milagre dos céus ou que as declarações dos bem pagos locutores das principais
reses de televisão se transformem em realidade é exigir demais de atletas que
estão entrando aos diversos ambientes de competição com uma imensa carga nos
ombros, seguramente muito maiores do que aquela que pode carregar e ainda
sobrar forças para representar bem o esporte brasileiro nas competições.
Os
treinadores não tiveram tempo e as condições necessárias para preparar os seus
atletas, muito embora, entre eles, haja verdadeiros prodígios que precisariam
apenas ser vistos como atletas para garantir medalhas e pódiuns e, quem sabe,
uma subida no quadro geral de medalhas.
A
abertura foi boa, cheia de mensagem, mas só isso. Não deu para perceber a
efetividade no outro dia, pois, mesmo em ambientes de competição, como a Baia
de Guanabara, se nega todo o cuidado pregado na mensagem básica para livra o
meio ambiente da sujeira.
Se, ao
invés de todo aquele teatro que contou com milhares de “voluntários” e
diretores de cinema e televisão renomados e bem pagos, tivessem entregado a
festa para a Liga das Escolas de Samba do Rio de janeiro, para realizar um
desfile de carnaval, certamente o espetáculo agradaria muito mais.
Mesmo
assim vai dar para tirar lições, muito embora não se possa dizer que os
aplausos dos outros sejam suficientes. Há urgente necessidade de ser
espetaculares para o povo brasileiro e os dirigentes do Rio de Janeiro, para o
povo carioca.
O tempo
do pão e circo para dopar a população está sendo consumido pelos prejuízos que
essa mesma população contabiliza a cada desastrada gestão pública, dando a
impressão que tudo foi desaprendido ou que dirigentes públicos nada sabem
fazer.
Para
acontecer as Olimpíadas do Rio foi preciso deixar o povo distante e com a
promessa do legado que nem sabem se vai servir para alguma coisa.
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