domingo, 16 de abril de 2017

A corrupção, os corruptos e os corruptores.

Rodolfo Juarez
É chocante constatar que o pai de todos os corruptos vivos e de muitos mortos, Emílio Odebrecht, vá para a televisão e, sorridente, relate os relações absurdas e irresponsáveis que mantinha com o Poder sob as mais diferentes formas de corrupção.
Ele construiu e comandou um Brasil Particular, com a capacidade de influir nas principais decisões do Brasil Real, pouco lhe interessando que no Brasil Real habitasse uma população cheia de necessidades, as mais primárias, esperando pelos serviços que lhe havia sido dito que estariam a sua disposição, em troca dos altos impostos que paga todos os dias.
A frieza, a insensibilidade e uma aparente satisfação de ter feito o que fez, comprando agentes públicos que passavam, de forma direta, a trabalhar segundo os seus interesses, nos diversos ambientes, desde aquele onde as leis são aprovadas até aqueles onde as ordens são dadas.
Para alcançar os seus objetivos não importava os meios, os fins que lhes interessavam é o que prevalecia, pouco importando as consequências e aqueles que seriam afetados por elas.
Depois de dominar as entranhas do Poder no Brasil, estendeu os seus tentáculos para outros países, antes mapeando seus objetivos usando como escadas as “conquistas” daqui, tendo como degrau os personagens influentes sob seu domínio no Brasil e, tendo como suporte, mais uma vez, o dinheiro que o contribuinte brasileiro havia entregado para aqueles maus brasileiros administrarem.
A Odebrecht crescia corrompendo as autoridades brasileiras, enquanto o Brasil apequenava-se pelas decisões das autoridades corruptas, que não demonstravam, claramente, não confiar no Brasil, tanto que preferiam contas nos exterior para agasalhar o que recebiam da corrupção.
A Odebrecht funcionou como um imã e atraiu outras empresas que adotaram o mesmo sistema, “para crescer” como dizem seus donos.
A criação do departamento da “roubalheira estruturada” na Odebrecht é a constatação da realidade dos objetivos da empresa, para administrar o Brasil que lhes interessava e deixar o Brasil da população para ser conduzido por agentes seus, encarregados de acobertar tudo o que sabiam, a priori, que estava fora da Lei.
O povo passou a ser manipulado, direta e indiretamente, nos eventos que chamavam de eleição. Faziam o que queriam. Elegiam quem queriam.
O Poder Executivo e o Poder Legislativo era a parte do Poder Geral que mais lhe interessava. Elegiam presidentes, senadores, governadores, deputados federais, prefeitos, deputados estaduais e até vereadores de municípios que entravam para a sua lista de interesse. Objetivavam certeza de cem por cento, tanto que financiavam candidatos que definiam como viáveis, independentemente dos partidos.
Sob a forma de contribuição, várias delas criminosas, dominavam os dirigentes partidários e, em consequência, os partidos políticos. Os dirigentes, também de forma criminosa, aceitavam a contribuição e internavam boa parte do dinheiro em suas contas com a desculpa de que seriam usadas em campanhas políticas.
A corrupção, roubalheira, o caixa 2, serviam para destruir o resultado das eleições e diplomar corruptos e empossar pessoas que se deixaram castrar pelo poder do dinheiro, pela incapacidade da fiscalização das eleições e, principalmente, pela forma como enganaram o eleitor.
O riso de Emílio Odebrecht, o corruptor mor, é o desafio para cada brasileiro. O herdeiro Marcelo Odebrecht, o príncipe dos corruptores, usou a sua capacidade para estruturar o Poder e saquear o que pudesse saquear.

As outras empresas, que se alinharam conforme a ordem tácita daquele comportamento, agiram e “pescaram” homens sem caráter, que iludiram a população, conquistaram a confiança dela, venceram eleições, foram diplomados e tomaram posse daquilo que não lhes pertencia e aderiram à corrupção, à lavagem do dinheiro, ao caixa 2 e tantas outros crimes para saquear o Brasil, ofender o seu povo e prejudicar a cada brasileiro.

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