Rodolfo Juarez
Outra
vez Macapá, capital do Estado do Amapá, é mal avaliada em uma pesquisa nacional
realizada por uma empresa de consultoria e publicada em uma revista de alcance,
também nacional.
A metodologia
adotada está perfeitamente definida na publicação e o universo abrangido
também, deixando pouca margem para se duvidar dos resultados publicados que,
certamente, devem motivar contra argumentações daqueles que foram escolhidos
pela população, através do eleitor nas eleições regionais e municipais.
A nós,
como na estória do sapo na água fervente, resta lamentar a situação, sem que
isso influa na forma como queremos continuar aqui, mesmo sabendo que temos que
exigir daqueles que a população escolheu e paga bem para exercer o poder
decorrente da escolha, e que façam o que precisa ser feito.
Basta
considerar que Macapá é banhada pelo maior rio do mundo e, ainda, que está na
margem esquerda desse rio, em posição para receber, frontalmente, os ventos filtrados
pela vegetação amazônica, para entender que Macapá está em posição certa da
geografia e errada da pesquisa, ou seja, muito mais pela inação dos governantes
do que por qualquer “castigo” da natureza.
Além de
tudo isso, Macapá tem a primazia de “ver” em seu território o que seria a
projeção da linha imaginária do Equador, com fenômenos únicos em nossos
quintais, como os equinócios. Dois por ano.
Então,
o que nos falta?
Não é
possível que o eleitor esteja sempre errando. Não é possível que a população
seja tão passiva para deixar a cidade se apresentar para o Brasil como uma das
piores capitais brasileiras para se viver.
A
natureza nos deu tudo o que precisávamos em termo de situação, localização,
condição para exercitar a engenharia urbana com praças, parques, reservas, vias
largas, bem sinalizadas, feiras, mercados, tudo com muita água, muito sol,
exuberante floresta, rios e lagos que encantam a todos.
Mesmo
assim os dirigentes deixaram chegar ao penúltimo ponto da escala de capitais
brasileiras na listagem decrescente das cidades com melhor qualidade de vida.
Os
pontos levantados na pesquisa já foram apontados por mais de um dos que
analisam a vida urbana em Macapá, todas as vezes que a coloca em comparação com
as outras 25 cidades capitais de estado. Já nos resta apenas ser ultrapassado
por uma cidade para ficar em último lugar.
Educação
e cultura, penúltimo lugar, só ficou à frente de Maceió; saúde, penúltimo
lugar, só à frente de São Luiz; saneamento e sustentabilidade, penúltimo lugar,
à frente apenas de Porto Velho; e segurança, oitavo lugar, melhor posição, à
frente de 18 capais. Na avaliação geral de todos os índices, Macapá ficou na
última posição. Ninguém depois e distante com 0,434 contra 0,470 da que ficou
em 25º lugar.
Precisamos
fazer por onde mudar esse quadro. Não podemos ficar apenas querendo dizer que
amamos Macapá e ficar por isso. É exatamente o que os irresponsáveis dirigentes
querem que a gente diga e faça, além de reclamar, ficar irritado e negar o
resultado.
Temos
que criar pontos de referência, indicadores, para apurar para onde está indo a
cidade de Macapá. Não dá mais para permitir que o desenvolvimento de Macapá
seja utilizado para ser bandeira de campanha política, maneira de disfarçar os
erros dos agentes públicos, e motivo para desculpas pela falta de resultados.
Precisamos
levar Macapá a sério, todos, inclusive os desleixados dirigentes!
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