Rodolfo Juarez
A
Assembleia Legislativa do Estado do Amapá precisa recuperar o seu papel
constitucional, importante para o desenvolvimento do estado e fundamental para
a defesa dos interesses da população.
Os
abalos que vem sofrendo ao longo das três últimas legislaturas até agora
desafiam os deputados estaduais, à demonstrar aos eleitores e à população que
representam, que estão dispostos a fazer com que o Poder Legislativo passa a
desempenhar o papel que lhe foi reservado nos diplomas constitucionais e
legais.
A
Constituição Federal de 1988 foi elaborada, com o constituinte imaginando um
Poder Legislativo respeitado, disposto a explorar a inovação, absolutamente
transparente e como o Poder que fosse o representante fiel dos interesses do
povo.
A
Constituição Estadual de 1991, atualizado pelas Emendas Constitucionais números
35 e 36, ambas de 2006, destina 25 artigos para a Assembleia Legislativa, sendo
que os artigos 96 e 97 definem os direitos e os deveres dos deputados.
Os
direitos, pelo menos até agora, não sofreram qualquer restrição aparente, agora
os deveres, precisam ser alinhados e, fundamentalmente praticados, no sentido
da população ver cumprido o que manda a Constituição Estadual.
Ler,
diariamente, o artigo 97 da Constituição do Estado deveria ser um compromisso
diário de cada um dos 24 parlamentares estaduais que ocupam as cadeiras do
Plenário e da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa durante as sessões, com a
obrigação de despachar em seus gabinetes quando não estivesse em Plenário.
Nem
essa elementar obrigação se observa na Assembleia Legislativa do Estado do
Amapá. As faltas, com justificativas a maioria delas inconfiáveis, e a ausência
costumeira do gabinete de atendimento à população são as primeiras práticas
observadas por qualquer um daqueles que analise o comportamento de um deputado.
Muito
diferente do que se vê na sala de atendimento do presidente da Mesa Diretora
que sempre está lotada de deputados querendo “um particular” como presidente,
principalmente quando tem uma matéria especial para ser votada.
Fora da
Assembleia Legislativa o comportamento ainda é mais incomum, especialmente
quando tem matéria na pauta, de interesse do Poder Executivo, para ser votado.
A busca do conluio é prioridade e a satisfação de todos é o objetivo.
A
Constituição Estadual, desde a diplomação do deputado estadual, define
proibições e limites para atividades privadas, vedando, inclusive, ser
proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor decorrente de
contrato com pessoa jurídica de direito público, além de outros limites que o
próprio constituinte entendeu oportuno inserir na Carta do Estado.
O
descrédito acumulado ao longo dos últimos 12 anos contaminou todo o Poder,
deixou desconfiado o eleitor e completamente desprotegido a população que vê o
nível de confiança nos deputados despencar a cada dia, devido à apatia como
essa estrutura importante da administração estadual, vem sendo trabalhada.
Sucessivos
presidentes, alguns sem qualquer suporte político, em uma casa política
mostrando completamente desinteressado em mudar o rumo do Poder, levando suas
principais “lutas” para dentro do Judiciário e lá vendo confirmadas e negadas
as suas pretensões, tantos os erros primários cometidos.
Devido à
baixa aceitação que hoje têm os deputados estaduais, têm dificuldades para
melhorar a confiança da população, sua grande e principal aliada, devido aos
escândalos sucessivos, alguns internos e outros que são escancarados pelas
denúncias do Ministério Público.
Em 2018
muitos não terão cacife para arcar com o preço político do que está fazendo
agora e tendem ter os seus mandatos não renovados, independente dos partidos,
mas, e principalmente, pela sua ação individual. É só aguardar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário