terça-feira, 11 de julho de 2017

A maldição da primeira obra no Amapá

Rodolfo Juarez
Algumas coisas acontecem e que precisam ser analisadas com mais cuidado para que tenhamos explicações para o que parece obvio.
Uma dessas “coisas” é a primeira obra de um gestor. Exatamente aquela com a qual ele abre o mandato com anúncios, os mais curiosos e, depois percebe que não era nada daquilo que disse ou anunciou e que agora, só resta registrar na “coluna do esquecimento” como se isso fosse possível.
Vamos destacar três dessas que foram as primeiras obras de três gestores diferentes: a obra de reforma do Estado Municipal Glicério de Souza Marques, a construção do Píer 2 do Santa Inês e a reforma do Trapiche Eliezer Levy.
A Reforma do Estádio Municipal Glicério de Souza Marques foi a primeira obra impactante idealizada pelo prefeito Roberto Góes. Tinha motivo e clamor para que fosse realizada, ou seja, havia a necessidade da reforma e a população queria que fosse feira.
Ainda tinha o reforço de ser o prefeito também o presidente da Federação Amapaense de Futebol, em tese, a entidade que mais utilizaria aquele histórico local que já está, para sempre, na memória amapaense pelo que significa para a cidade e, também, por ser um das referências da população.
Pois bem, a obra começou e depois degringolou. Não houve esforço dos administradores do estádio, pedidos dos clubes esportivos e atletas, e clamor popular que motivasse a administração municipal, comandada por Roberto Góes, então prefeito e atual deputado federal, para continuara a reforma, mesmo estando com o contrato vigente, a empresa no canteiro e a obra começada.
Além de não reformar o que precisava ser reformado, o estádio ficou completamente abandonado, vem piorando as condições que tinha e sendo hoje um “elefante caído” que precisa ser reanimado para, outra vez, chamar a atenção dos amapaenses pela sua importância e sua localização.
Outra obra considerada como “maldição” é a da Construção do Píer 2 do Santa Inês. Foi exatamente a primeira obra autorizada pela equipe do Governador Camilo Capiberibe.
Havia uma emenda prometida pela ex-deputada federal Fátima Pelaes, hoje na Secretaria de Política para as Mulheres da Presidência da República, com status de ministro de estado, com valor anunciado de 8  milhões de reais. Pois bem, foi dada a ordem de serviço, a obra começou e, depois de alguns meses, parou e assim se encontra até agora. O Governo acabou rescindindo o contrato com a empresa e o pagamento da mediação feita foi com recursos do Tesouro do Estado. O dinheiro prometido na emenda da então deputada federal não apareceu, ou se apareceu, não foi aplicado.
O que resta agora é um esqueleto de trapiche, sem qualquer serventia e ainda se tornando um obstáculo perigoso para a navegação na área.
A terceira “maldição” refere-se à Reforma do Trapiche Eliezer Levy. Esta foi a primeira obra autorizada pelo atual Governador Waldez Góes. Começou como uma pequena reforma, de pouco mais de 100 mil reais, depois cresceu, engordou, coube no orçamento até uma torre de aço na “cabeça” do trapiche que até hoje não se sabe se um dia servirá para alguma coisa.
Quando aprontou ninguém quis locar os espaços de lanchonete, sorveteria e outros serviços, muito embora houvesse mais de duas tentativas com editais publicados.
Atualmente, um dos mais importantes pontos turísticos de Macapá, o Trapiche Eliezer Levy, está fechado para visitação, frustrando a população que pagou alto pela reforma e dela nada usufrui.

Essas obras ou reformas foram as primeiras de três administrações diferentes e nenhuma delas está servindo à população e, para os mais supersticiosos, estão no grupo de obras sujeitas à “maldição da primeira obra”. 

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