quarta-feira, 5 de julho de 2017

No Amapá: municípios sem rumo e sem orçamento

Rodolfo Juarez
Faz muita falta uma política pública que dê melhor condição para os municípios com menor poder de arrecadatório e, em consequência, baixa condição de intervir para resolver às necessidades da população.
Os problemas dos municípios têm muito a ver com os objetivos para os quais foram criados, e a pequena identificação que os gestores municipais e os representantes parlamentares têm com a população acabam distorcendo os planos dos administradores e criando uma desconfiança na população.
Não é possível que, em apenas seis meses a população de um município já tenha perdido, completamente, a confiança naqueles que voluntariamente escolheu para administrar o interesse de todos. Isso mesmo, nos pequenos municípios, depois dos primeiros seis meses de mandato, a população, se pudesse, escolheria outro.
As questões administrativas são tão graves que a primeira grande briga pública fica reservado para o prefeito e o seu vice. Aliás, em um município pequeno para que serve o vice-prefeito?
A outra briga é muito mais permanente e inexplicável. Como pode em um município onde falta gente para tomar decisão, ainda se formam facções dentro da Câmara Municipal.
Em regra, o prefeito quando assume tem que se preocupar com uma base de apoio na Câmara Municipal, não importa o tamanho do município nem do seu orçamento.
É claro que não há espaço para briga, ou melhor, não há motivo para dissensão, toda a administração municipal depende do cumprimento das regras de forma coerente e respeitando a voz da população.
Mas não é assim.
O mais comum é se ter notícia de desentendimento entre o prefeito e o vice-prefeito; entre o prefeito e os vereadores.
Do lado de fora, esperando por trabalho de todos eles, a população reclama, se apega a uns e outros e, nesse momento, aparecem os “professores” querendo ensinar para o prefeito e para os vereadores, como eles devem se comportar. É como se precisassem ser adestrados.
Para acalmar os adversários, enquanto pode o prefeito “leva no papo”, acontece que isso apenas não é suficiente. É preciso que o gestor tenha a confiança.
O interessante que, na maioria dos casos, os vencedores são baluartes que sustentaram durante muito tempo uma proposta que pareceu adequada para a população, tanto que os eleitores escolheram-no para comandar o município. Quando chega na prefeitura não sabe como sair-se dos problemas menos enrolados e ai começa o calvário, que leva ao arrependimento e, muitas vezes, o abandono das causas sociais.
É verdade que para alguns a conquista de um mandato tem a ver com o poder. Seja o poder do seu partido, do seu líder político, ou de sua família. Poucas vezes é colocada em primeiro plano às necessidades da população, principalmente com relação ao trabalho.
Isso é tão verdade que os prefeitos entram reclamando do anterior. Querem logo ver a possibilidade de decretar uma situação de emergência, para depois começar a governar, pouco interessando que antes da posse, mas depois da eleição, existe quase noventa dias pra programar, não a solenidade de posse, mas a gestão de, pelo menos, o primeiro ano.
Do lado dos vereadores, os considerados “da base” precisam deixar de querer do prefeito vaga na administração para este ou para aquele, e os da “oposição” não selecionar as alternativas para apresentar para os administradores.
O fato é que a administração municipal dos pequenos municípios precisa ser socorrida para ter tranquilidade, ver que nem tudo é muito ruim e que está ali para cumprir uma missão que ganhou como reconhecimento dos munícipes.
Agora, se nada der certo, só resta pedir o boné e ir embora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário