Rodolfo Juarez
Faz
muita falta uma política pública que dê melhor condição para os municípios com
menor poder de arrecadatório e, em consequência, baixa condição de intervir
para resolver às necessidades da população.
Os
problemas dos municípios têm muito a ver com os objetivos para os quais foram
criados, e a pequena identificação que os gestores municipais e os
representantes parlamentares têm com a população acabam distorcendo os planos
dos administradores e criando uma desconfiança na população.
Não é
possível que, em apenas seis meses a população de um município já tenha
perdido, completamente, a confiança naqueles que voluntariamente escolheu para
administrar o interesse de todos. Isso mesmo, nos pequenos municípios, depois
dos primeiros seis meses de mandato, a população, se pudesse, escolheria outro.
As
questões administrativas são tão graves que a primeira grande briga pública
fica reservado para o prefeito e o seu vice. Aliás, em um município pequeno
para que serve o vice-prefeito?
A outra
briga é muito mais permanente e inexplicável. Como pode em um município onde
falta gente para tomar decisão, ainda se formam facções dentro da Câmara
Municipal.
Em
regra, o prefeito quando assume tem que se preocupar com uma base de apoio na
Câmara Municipal, não importa o tamanho do município nem do seu orçamento.
É claro
que não há espaço para briga, ou melhor, não há motivo para dissensão, toda a
administração municipal depende do cumprimento das regras de forma coerente e
respeitando a voz da população.
Mas não
é assim.
O mais
comum é se ter notícia de desentendimento entre o prefeito e o vice-prefeito;
entre o prefeito e os vereadores.
Do lado
de fora, esperando por trabalho de todos eles, a população reclama, se apega a
uns e outros e, nesse momento, aparecem os “professores” querendo ensinar para
o prefeito e para os vereadores, como eles devem se comportar. É como se
precisassem ser adestrados.
Para
acalmar os adversários, enquanto pode o prefeito “leva no papo”, acontece que
isso apenas não é suficiente. É preciso que o gestor tenha a confiança.
O
interessante que, na maioria dos casos, os vencedores são baluartes que
sustentaram durante muito tempo uma proposta que pareceu adequada para a população,
tanto que os eleitores escolheram-no para comandar o município. Quando chega na
prefeitura não sabe como sair-se dos problemas menos enrolados e ai começa o
calvário, que leva ao arrependimento e, muitas vezes, o abandono das causas
sociais.
É
verdade que para alguns a conquista de um mandato tem a ver com o poder. Seja o
poder do seu partido, do seu líder político, ou de sua família. Poucas vezes é
colocada em primeiro plano às necessidades da população, principalmente com
relação ao trabalho.
Isso é tão
verdade que os prefeitos entram reclamando do anterior. Querem logo ver a
possibilidade de decretar uma situação de emergência, para depois começar a
governar, pouco interessando que antes da posse, mas depois da eleição, existe
quase noventa dias pra programar, não a solenidade de posse, mas a gestão de,
pelo menos, o primeiro ano.
Do lado
dos vereadores, os considerados “da base” precisam deixar de querer do prefeito
vaga na administração para este ou para aquele, e os da “oposição” não
selecionar as alternativas para apresentar para os administradores.
O fato
é que a administração municipal dos pequenos municípios precisa ser socorrida
para ter tranquilidade, ver que nem tudo é muito ruim e que está ali para
cumprir uma missão que ganhou como reconhecimento dos munícipes.
Agora,
se nada der certo, só resta pedir o boné e ir embora.
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