Rodolfo Juarez
Desde o
dia 13 de julho que os empregadores e os trabalhadores brasileiros estão
conhecendo as novas regras que entrarão em vigor depois dos 120 dias, contados
a partir daquele dia 13, quando foi sancionada a reforma trabalhista mais
profunda feita desde 1943 quando entrou em vigor a Consolidação das Leis do
Trabalho, a CLT.
Os
ajustes em regras pensadas em 1943, quando ainda a população se deparava com a
segunda guerra mundial e se experimentava as alterações provocadas pela
ditadura Vargas, mostravam-se necessários.
Desde
lá, 1943, o Brasil passou por diferentes momentos com alternâncias de governos
não democráticos e até uma ditadura militara, com fortalecimentos e
enfraquecimento de setores, com a economia fortemente atrelada à política e à
vontade dos governantes, que definiam pelos trabalhadores, o que é melhor para
eles em um país do tamanho e a diversidade do Brasil.
Depois
da Constituição de 1988 algumas das conquistas dos trabalhadores no período
foram consagrados na Carta Magna devido aos acordos internacionais firmados e
também, ao fortalecimento com o crescimento da classe trabalhadora brasileira.
Mas
recentemente houve o impulso da internet no meio social, mostrando a necessidade
de novas relações e de novas regras que pudessem colocar o avanço tecnológico
proeminente à disposição dos trabalhadores e da sociedade.
As
novas empresas surgiram, as antigas empresas se modernizaram, os trabalhadores,
por outro lado, não participavam desse modernismo, uma vez que a relação era
impossível modificar sem que as regras reconhecessem os novos métodos
gerenciais.
Enquanto
isso a robotização ganhava espaço e os trabalhadores tinham que voltar à
estudar para não ser prejudicado ainda mais.
Abraçados,
política e economia seguiam sem poder se desvencilhar uma da outra. Mesmo com
as tentativas feitas, mas dentro das mesmas regras, os corruptos viram crescer
a oportunidade e se aliaram aos políticos garantindo-lhes os mandatos desde que
eles lhe garantissem vantagens, a maioria delas, como agora se sabe sem
subterfúgios, se apossando do dinheiro do Estado, pago pelo contribuinte, como
se deles fosse.
Ficou
mais fácil para um legislador garantir a sua reeleição fazendo leis para
favorecer empresários ou governantes emitindo Medida Provisória para dar
vantagem para os seus financiadores.
Com a
necessidade alegada de governabilidade houve a divisão do poder entre os
aliados dos governantes, suficiente para indicações para cargos importantes
tendo o indicado, como objetivo, abastecer as alegas necessidades do
parlamentar que o indicou ou do administrador que pouco ou nada se importava
com a sua responsabilidade.
As
diversas leis que possibilitem penas aos corruptos e corruptores foram sendo
modificadas, mas sempre encontravam condições para inserir um artigo defensivo
ou um inciso protetor, ou um parágrafo disfarçado.
As
relações de trabalho se modificavam. Aumentava o número de brasileiros em
condições de trabalho, diminuíam os postos tradicionais para os quais o
trabalhador estava preparado e o resultado foi, e como ainda está sendo, um
número assustador de desempregados.
Abrir
novas condições para o relacionamento entre o trabalhador e o empregador era
uma necessidade.
Ainda
falta muita coisa e esse passo não pode ser experimental, mas também não pode
ser para atender aqueles que preferem o Brasil esperando marcando passo, sem
sair do lugar, enquanto as dificuldades da maioria aumentam.
A
solução não está em eleições, em prisões, em denúncias ou qualquer medida que
não abra saídas para o futuro. A solução está na melhoria das relações entre os
empregadores e trabalhadores.
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