Rodolfo Juarez
Um dos
grandes problemas enfrentados para dinamizar o modo de desenvolvimento do
Estado do Amapá pode ser a dificuldade para se chegar ao Estado vindo do sul,
do sudeste ou do centro-oeste do Brasil.
Sem
alternativa rodoviária para o deslocamento de pessoas e com a falta de
estrutura adequada para uso do transporte fluvial para se sair ou chegar aos
portos de Macapá e Santana, muitos investidores em potencial acabam desistindo
desde a hora que se propõem a sair daquelas regiões para vir ao Amapá.
Desde
as prospecções, que precisam ser feitas pelos investidores aqui no local, até
ao transporte de equipamentos, as dificuldades são tantas que, provavelmente,
estejam retardando, demais, o desenvolvimento do Estado.
A
dependência do transporte aéreo é muito grande, acima do que seria imaginado
por aqueles que ainda não vieram ao Amapá.
Ninguém
tem certeza de que, no dia marcado e na hora prometida, se chega à Capital do
Estado, tantas são as conexões e tantas são as incertezas e dificuldades que,
não raro, as viagens, mesmo as de negócio, se transformam em aventuras,
obrigando o passageiro a pernoites fora da programação e a atrasos
irrecuperáveis.
As
companhias aéreas, alegando probabilidade de alta taxa de desocupação nas
aeronaves, reduzem o número de voos, superlotam os aviões, e, em consequência
disso elevam os preços das passagens a níveis absurdos quando comparados,
inclusive com as tarifas de voos internacionais.
Além
disso, ainda tem pouco zelo pelas conexões deixando pelo caminho os passageiros
com justificativas absurdas e causando prejuízos de toda ordem para aqueles que
se tornaram passageiros de aeronaves de empresas que sabem que tudo isso tem
alta possibilidade de acontecer, mas que pouco liga, numa espécie de pouco caso
com os passageiros que, sem alternativa, confiaram e adquiriram as passagens
pelos preços que as empresas decidem cobrar.
A
questão não é só o preço da passagem. A incerteza do cumprimento do contrato
firmado entre o passageiro e a companhia também é uma questão que se torna um
problema quando se percebe os resultados diversos do combinado de forma
unilateral, e aceito pelo passageiro.
Largar
o passageiro onde encontra uma justificativa está na previsão da empresa e isso
não é dito e nem recompensado ao passageiro.
Mas por
ser assim devemos, os usuários do transporte aéreo deixar por isso? Dizer que
esta na casa do sem jeito? Conformar-se que é assim, porque é assim?
Devemos
entender que não.
Reagir.
Denunciar. Demonstrar os prejuízos, tanto material como moral.
As
empresas precisam entender que, quando se propuseram a atender a população que
sai ou entra pelo aeroporto de Macapá têm que cumprir o que prometem ou, de
outra forma, ser responsabilizada todas as vezes que prejudicar um passageiro.
No
momento, a forma induz a pensar-se em uma manipulação de oportunidade ou uma
forma de demonstrar o pouco caso com os passageiros que saem ou vêm para
Macapá, principalmente estes, colocando Macapá na lista das cidades mais
difíceis de chegar, prejudicando os negócios e as relações e indicando que,
para negociar, trabalhar e morar no Amapá é uma incerteza temporal, que depende
da seriedade das empresas de transporte aéreo de passageiros que para Macapá se
destinam.
Isso
precisa mudar.
Não é
mais questão de caso fortuito ou força maior.
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