terça-feira, 25 de julho de 2017

Empresas não cumprem contrato

  Rodolfo Juarez
Um dos grandes problemas enfrentados para dinamizar o modo de desenvolvimento do Estado do Amapá pode ser a dificuldade para se chegar ao Estado vindo do sul, do sudeste ou do centro-oeste do Brasil.
Sem alternativa rodoviária para o deslocamento de pessoas e com a falta de estrutura adequada para uso do transporte fluvial para se sair ou chegar aos portos de Macapá e Santana, muitos investidores em potencial acabam desistindo desde a hora que se propõem a sair daquelas regiões para vir ao Amapá.
Desde as prospecções, que precisam ser feitas pelos investidores aqui no local, até ao transporte de equipamentos, as dificuldades são tantas que, provavelmente, estejam retardando, demais, o desenvolvimento do Estado.
A dependência do transporte aéreo é muito grande, acima do que seria imaginado por aqueles que ainda não vieram ao Amapá.
Ninguém tem certeza de que, no dia marcado e na hora prometida, se chega à Capital do Estado, tantas são as conexões e tantas são as incertezas e dificuldades que, não raro, as viagens, mesmo as de negócio, se transformam em aventuras, obrigando o passageiro a pernoites fora da programação e a atrasos irrecuperáveis.
As companhias aéreas, alegando probabilidade de alta taxa de desocupação nas aeronaves, reduzem o número de voos, superlotam os aviões, e, em consequência disso elevam os preços das passagens a níveis absurdos quando comparados, inclusive com as tarifas de voos internacionais.
Além disso, ainda tem pouco zelo pelas conexões deixando pelo caminho os passageiros com justificativas absurdas e causando prejuízos de toda ordem para aqueles que se tornaram passageiros de aeronaves de empresas que sabem que tudo isso tem alta possibilidade de acontecer, mas que pouco liga, numa espécie de pouco caso com os passageiros que, sem alternativa, confiaram e adquiriram as passagens pelos preços que as empresas decidem cobrar.
A questão não é só o preço da passagem. A incerteza do cumprimento do contrato firmado entre o passageiro e a companhia também é uma questão que se torna um problema quando se percebe os resultados diversos do combinado de forma unilateral, e aceito pelo passageiro.
Largar o passageiro onde encontra uma justificativa está na previsão da empresa e isso não é dito e nem recompensado ao passageiro.
Mas por ser assim devemos, os usuários do transporte aéreo deixar por isso? Dizer que esta na casa do sem jeito? Conformar-se que é assim, porque é assim?
Devemos entender que não.
Reagir. Denunciar. Demonstrar os prejuízos, tanto material como moral.
As empresas precisam entender que, quando se propuseram a atender a população que sai ou entra pelo aeroporto de Macapá têm que cumprir o que prometem ou, de outra forma, ser responsabilizada todas as vezes que prejudicar um passageiro.
No momento, a forma induz a pensar-se em uma manipulação de oportunidade ou uma forma de demonstrar o pouco caso com os passageiros que saem ou vêm para Macapá, principalmente estes, colocando Macapá na lista das cidades mais difíceis de chegar, prejudicando os negócios e as relações e indicando que, para negociar, trabalhar e morar no Amapá é uma incerteza temporal, que depende da seriedade das empresas de transporte aéreo de passageiros que para Macapá se destinam.
Isso precisa mudar.

Não é mais questão de caso fortuito ou força maior.

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