domingo, 24 de setembro de 2017

Oportunismo sem regra

Rodolfo Juarez
Neste final de mês o noticiário nacional e internacional tem chamado muito mais atenção do que o noticiário local aqui no Estado do Amapá.
Este ambiente acaba sendo muito favorável para os gestores locais que ficam mais livres para fazer o que bem entender, de bom e de ruim, selecionar o que quer e o que não quer que a população saiba.
São noticiados tantos problemas de violência no Rio de Janeiro que a violência daqui, principalmente em Macapá, Santana e Laranjal do Jari, vira números que são apresentados e comentados conforme o apresentador ou o comentarista, situação favorável para aqueles que não têm resposta para as questões que se acumulam e precisam ser resolvidas.
Aliás, nesse aspecto, quem ficou em uma saia justa foi o deputado estadual Ericláudio Alencar que deixou o mandato que lhe foi dado pelo povo, para assumir um cargo que lhe foi oferecido pelo governador.
Nessa movimentação foi confirmada a máxima de que, na política, na administração e na vida, não existe vácuo e quando ele aparece, se aparece, é imediatamente preenchido.
No caso do deputado Ericláudio Alencar, quando se levantou da cadeira na Assembleia Legislativa para sentar na cadeira número um da Secretaria de Estado da Segurança Pública, a fila andou e a suplente “costa quente”, Telma Gurgel, imediatamente sentou na cadeira vaga na Assembleia. Voltar a fila agora está muito difícil e não depende apenas da decisão do secretário Ericláudio.
Além disso, fenômenos da natureza foram registrados na América Central e na América do Norte. Os furacões nas ilhas caribenhas e nos Estados Unidos da América foram devastadores e muito violentos, completando o cenário de sacrifício dos mexicanos com dois terremotos com grande capacidade destruidora, tanto que o segundo deixou mais de 40 prédios no chão e quase 300 pessoas mortas e outro tanto até agora como desaparecidas.
Esses fatores, aliados à reviravolta nas delações dos donos da JBS e do bambuzal do ex-PGR na direção do presidente da República do Brasil, deixaram o ambiente próprio para os marqueteiros locais, ou de outros estados, mas que trabalham para os políticos locais, livres para propor peças publicitárias, em desacordo com a realidade, consolidando, mais uma vez, o estado virtual só percebido pelos administradores do estado real.
No meio disso tudo a incerteza da Reforma Política e, nesse tom as lideranças começaram a fazer e refazer seus planos de campanha, alguns já em execução desde o começo do ano sob os olhares daqueles que deveriam fiscalizar a campanha eleitoral antecipada.
Olhando apenas para o adversário vizinho, órgãos de comunicação se ajustam à proposta do Executivo Estadual, exibindo peças publicitárias sem compromisso com a verdade e tendo que ler testemunhais com os quais não concorda, mas, se não ler, sai do processo e do sistema de pagamento da publicidade oficial.
Até assuntos muito importantes para o Amapá saíram rapidamente do ambiente de debate. A Renca foi esquecida, mesmo sem nada ter mudado, apenas deixou-se de se falar em Caetano Veloso, Ivete Sangalo, Gisele Bündchen, entre outros e de ouvir, nas redes sociais, uma das “melodias” de mau gosto que foi gerada no período e interpretada por artistas locais, alguns, hoje, completamente arrependidos da empreitada.

 Ah! Nesse contexto ainda aconteceu o equinócio e o rock in rio, este, exatamente na cidade em que está instalado um estados paralelo formado por foras-da-lei. Mesmo assim, os cariocas continuam cantando que o Rio de Janeiro continua lindo.

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