Rodolfo Juarez
A
população amapaense demonstra estar muito preocupada com as notícias que vêm
dos lados da Companhia de Eletricidade do Amapá – CEA, que está atuando no
Amapá como prestadora de serviços para a Eletrobrás, desde que teve decretada a
caducidade do contrato de concessionária para distribuição de energia elétrica.
O
empréstimo autorizado pelos deputados estaduais e efetivado pelo governo do
Estado junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, o
maior até agora feito de um mesmo agente financeiro, no montante de R$ 1,4
bilhão, e que seria utilizado para pagar as dívidas da empresa com
fornecedores, inclusive de energia, e outras diversas, inclusive sociais,
acabou se juntando aos negócios mal feitos que o Estado havia fechado ao longo
dos anos.
Apesar
dos prognósticos feitos, as medidas tomadas foram inadequadas e o dinheiro
emprestado se tornou insuficiente, desiludindo aqueles que defendiam a CEA,
afirmando que era “um patrimônio do povo”.
Até
mesmo a federalização da administração passou a ser uma saída desejada pelos
próprios funcionários da empresa que viam as dificuldades avançando e deixando
a empresa sob os estertores do indesejado.
A
partir de um determinado momento, ainda com a receita menor que a despesa e a
qualidade dos serviços em queda vertiginosa, o jeito foi romper o contrato e
desabilitar a CEA da condição de concessionária e dar-lhe o status de
prestadora de serviço, enquanto não chega a nova empresa com a atribuição de,
na condição de concessionária, distribuir a energia no Estado do Amapá.
A CEA,
por estar inadimplente e não ter dinheiro, não comprou a energia das
hidrelétricas instaladas no Amapá por ocasião dos leilões que ofereciam o
produto restando-lhe a energia mais cara oferecida no mercado. Foi nesse
estágio que apareceu a incongruência que o consumidor custa a acreditar,
ficando exposto e com a possibilidade de pagar a energia elétrica que consome
mais cara, função de uma tarifa inflada pela compra mal feita.
No ano
de 2015 houve a mudança da gestão da empresa, coincidindo com a necessidade de
investimentos na infraestrutura de distribuição, com construção de estações
abaixadoras, entre outras coisas, que possibilitasse a utilização da energia do
Sistema Nacional.
Os
problemas de resultado econômico continuaram e se agravaram a cada mês. A
receita não atendia às necessidades das despesas e as alternativas se
concentraram em cima dos contribuintes: primeiros os devedores, depois os que
pagavam o consumo por estimativa e mais recentemente, aqueles que passaram a
ser responsáveis pela diferença entre o total de energia comprada e distribuída
e o total de energia paga.
Sem
qualquer confirmação, se comenta que o déficit da empresa já chega aos 3(três)
bilhões de reais.
Recentemente
a empresa criou mais uma diretoria – a Diretoria Comercial – e foi buscar, no
nordeste, um experiente diretor, desconhecido das rodas técnicas e políticas
locais, trazendo a incumbência de equilibrar a receita e a despesa.
O novo
diretor se chama Anselmo Souza que está com “carta branca” para fazer as
negociações, efetivar cortes, acabar com as ligações de emergência e demonstrar
que o mercado de distribuição de energia elétrica no Amapá é viável e, assim,
possa atrair empresas interessadas em assumir o compromisso de concessionária.
O que
não agrada é a notícia da Agência Nacional de Energia Elétrica está fazendo
audiências públicas para aumentar o preço da tarifa em percentual totalmente
fora da realidade do consumidor amapaense.
Os
novos problemas já começaram e se juntam aos antigos que afetam o interior, com
falta e energia, por dias, e nos principais núcleos urbanos, como Macapá e
Santana, a instabilidade da distribuição constrói o castelo de incertezas e a
insatisfação do consumidor, mais uma vez o grande prejudicado.
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