quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Consumidor de energia elétrica no Amapá:o grande prejudicado

Rodolfo Juarez
A população amapaense demonstra estar muito preocupada com as notícias que vêm dos lados da Companhia de Eletricidade do Amapá – CEA, que está atuando no Amapá como prestadora de serviços para a Eletrobrás, desde que teve decretada a caducidade do contrato de concessionária para distribuição de energia elétrica.
O empréstimo autorizado pelos deputados estaduais e efetivado pelo governo do Estado junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, o maior até agora feito de um mesmo agente financeiro, no montante de R$ 1,4 bilhão, e que seria utilizado para pagar as dívidas da empresa com fornecedores, inclusive de energia, e outras diversas, inclusive sociais, acabou se juntando aos negócios mal feitos que o Estado havia fechado ao longo dos anos.
Apesar dos prognósticos feitos, as medidas tomadas foram inadequadas e o dinheiro emprestado se tornou insuficiente, desiludindo aqueles que defendiam a CEA, afirmando que era “um patrimônio do povo”.
Até mesmo a federalização da administração passou a ser uma saída desejada pelos próprios funcionários da empresa que viam as dificuldades avançando e deixando a empresa sob os estertores do indesejado.
A partir de um determinado momento, ainda com a receita menor que a despesa e a qualidade dos serviços em queda vertiginosa, o jeito foi romper o contrato e desabilitar a CEA da condição de concessionária e dar-lhe o status de prestadora de serviço, enquanto não chega a nova empresa com a atribuição de, na condição de concessionária, distribuir a energia no Estado do Amapá.
A CEA, por estar inadimplente e não ter dinheiro, não comprou a energia das hidrelétricas instaladas no Amapá por ocasião dos leilões que ofereciam o produto restando-lhe a energia mais cara oferecida no mercado. Foi nesse estágio que apareceu a incongruência que o consumidor custa a acreditar, ficando exposto e com a possibilidade de pagar a energia elétrica que consome mais cara, função de uma tarifa inflada pela compra mal feita.
No ano de 2015 houve a mudança da gestão da empresa, coincidindo com a necessidade de investimentos na infraestrutura de distribuição, com construção de estações abaixadoras, entre outras coisas, que possibilitasse a utilização da energia do Sistema Nacional.
Os problemas de resultado econômico continuaram e se agravaram a cada mês. A receita não atendia às necessidades das despesas e as alternativas se concentraram em cima dos contribuintes: primeiros os devedores, depois os que pagavam o consumo por estimativa e mais recentemente, aqueles que passaram a ser responsáveis pela diferença entre o total de energia comprada e distribuída e o total de energia paga.
Sem qualquer confirmação, se comenta que o déficit da empresa já chega aos 3(três) bilhões de reais.
Recentemente a empresa criou mais uma diretoria – a Diretoria Comercial – e foi buscar, no nordeste, um experiente diretor, desconhecido das rodas técnicas e políticas locais, trazendo a incumbência de equilibrar a receita e a despesa.
O novo diretor se chama Anselmo Souza que está com “carta branca” para fazer as negociações, efetivar cortes, acabar com as ligações de emergência e demonstrar que o mercado de distribuição de energia elétrica no Amapá é viável e, assim, possa atrair empresas interessadas em assumir o compromisso de concessionária.
O que não agrada é a notícia da Agência Nacional de Energia Elétrica está fazendo audiências públicas para aumentar o preço da tarifa em percentual totalmente fora da realidade do consumidor amapaense.
Os novos problemas já começaram e se juntam aos antigos que afetam o interior, com falta e energia, por dias, e nos principais núcleos urbanos, como Macapá e Santana, a instabilidade da distribuição constrói o castelo de incertezas e a insatisfação do consumidor, mais uma vez o grande prejudicado.

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