Rodolfo Juarez
A
Companhia de Eletricidade do Amapá – CEA acaba de anunciar que já está
praticando o aumento que vinha prometendo e que virá na nota fiscal de consumo,
referente ao mês de dezembro; o novo preço da tarifa.
São
três tipos diferentes de aumento no preço da tarifa, todos absurdamente fora da
realidade, inclusive econômica do Estado e do País, e, logicamente, da
população, em descompasso com todas as expectativas, no estado em que a
Administração alardeia que “cuida da nossa gente” depois de ter dito que
“cuidava das pessoas e das cidades”.
Segundo
a própria CEA os aumentos serão diferentes, mas igualmente insuportáveis, em
cada um três tipos de tarifas: 37,36% para consumidores de baixa e alta tensão;
38,59% para consumidores de alta tensão (indústrias); e 37,02% para
consumidores de baixa tensão.
A Aneel
atendeu a uma planilha tarifária elaborada pelos dirigentes da CEA que, ao que
parece, pretendem equilibrar o desequilibrado orçamento da empresa com esse
absurdo aumento que tenta buscar no escasso dinheiro do consumidor, as
condições para compensar os desmandos havidos na Companhia, permitidos pelos
sucessivos governantes do Estado e que provocaram a incapacidade da empresa recuperar-se,
tanto que, depois de ver decretada a caducidade da concessão, tornou-se uma
prestadora de serviços da Eletrobrás, mantendo os padrões salariais daquela
época, sem recuperar a eficiência da gestão.
A CEA
não teve condições fiscais para participar dos leilões que ofereciam energia
por preços mais em conta e adquire hoje no mercado pelos valores máximos.
Também não fez correções na sua tabela de salários, na situação das ligações
clandestinas, no desperdício por deficiência na rede de distribuição, além de
compor uma diretoria que pouco tem a ver com a população local.
O
Linhão do Tucuruí foi mostrado para a comunidade como uma boa solução técnica,
entretanto o que havia nas informações era uma forte vertente de
política-eleitoral, onde “caciques” de então pensavam muito mais na próxima
eleição do que na chegada do Linhão do Tucuruí.
Apesar
de a CEA ser uma autarquia estadual, o Governo do Estado não se importa com os
caminhos que a empresa escolhia. Foi sempre interpretada como um “prêmio para o
aliado”. Depois de perder a concessão e se tornar uma prestadora de serviço,
administrada conforme os interesses da Eletrobrás, então ninguém sabe, ao
certo, em que se transformou a CEA.
Já faz
algum tempo que a Companhia de Eletricidade do Amapá é a empresa mais odiada do
Estado e, agora, com esse absurdo e injustificado aumento, certamente manterá a
posição de “mais odiada” na tabela, e com mais folga.
A
Federação do Comércio do Estado do Amapá – Fecomércio/AP, como entidade
sindical de grau superior, ingressou na Justiça com ação contra o aumento da
tarifa, as razões são óbvias e a motivação é geral.
Enquanto
isso o Governo do Estado, mantêm-se inerte, sem dizer uma palavra, mostrando-se
absolutamente conformado com o problema e deixando para a população os prejuízos
de uma situação para a qual não contribuiu e pela qual já assumiu, a preço de
2014, a responsabilidade pelo pagamento de um bilhão e quatrocentos milhões de
reais, que foram emprestados do BNDES.
O
aumento da tarifa apresentado agora para a população é outra conta, é outro
sacrifício, é outra maldade que é perpetrada com o aval mudo daqueles que
teriam a obrigação de reagir e nos quais o eleitor confiou e votou.
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