quinta-feira, 30 de novembro de 2017

As manchetes da semana no Estado do Amapá

Rodolfo Juarez
Esta semana o Estado do Amapá foi manchete espontânea em todo o Brasil, como também manchete forçada no Estado do Amapá.
Na manchete forçada, os deputados federais, principalmente eles, procuraram chamar atenção para si sobre o resultado e, para o pouco divulgado placar da aprovação de 345 votos a favor a 17 votos contra, da PEC 199. Não deixando dúvidas que houve um entendimento de justiça generalizado e não o convencimento dos deputados, pelos deputados do Amapá que procuravam, de todas as formas, mostrar que estiveram na votação daquela noite.
A proposta aprovada altera a Constituição Federal para prever a inclusão, em quadro em extinção da administração pública federal, de servidor público, de integrante da carreira de policial, civil ou militar, e de pessoa que haja mantido relação ou vínculo funcional, empregatício, estatutário ou de trabalho com a administração pública dos ex-territórios ou dos estados do Amapá ou de Roraima, inclusive suas prefeituras, na fase de instalação dessas unidades federadas.
O texto que já havia sido aprovado em março pelos senadores segue, agora, para a promulgação pelo Congresso, não precisando da sanção presidencial.
As manchetes forçadas, com destaques na imprensa nacional, foram do pedido de anulação da transferência do controle acionário da empresa Anglo Ferrous para a empresa Zamin, revelando negociata, segundo o MP/AP, havida com o envolvimento da Assembleia Legislativa do Amapá, para ser concedida a anuência. O Ministério Público aponta o ex-presidente da Assembleia Legislativa, Júnior Favacho, como o principal implicado.
A outra manchete da semana também envolve deputados estaduais. Desta feita a atitude considerada irregular pela Justiça Estadual foi dos deputados estaduais Jaci Amanajás, Edna Ausier e Aparecida Salomão, acusados de nepotismo e viram os seus bens desfalcados, por bloqueio judicial, no valor total de um pouco mais de 130 mil reais. Desrespeitaram a ordem contida na Súmula Vinculante n.º 13, do Supremo Tribunal Federal, que veda esse tipo de comportamento.
Também ganhou a primeira página dos jornais nacionais a Operação Minamata, deflagrada pela Polícia Federal no último dia de novembro, nos estados do Amapá, São Paulo e Rio de Janeiro. Os mandados de prisão preventiva, temporária, condução coercitiva e de busca e apreensão foram cumpridos e há, preliminarmente, acusações inclusive de redução de trabalhadores à condição análoga a de escravos. Também nesta operação há referências ao envolvimento de políticos.
Se prestarmos bem atenção podemos compreender que, enquanto os gestores do Governo do Estado se ocupam em fatiar a gestão em troca de tempo de televisão, terceiros se aproveitam o cenário e causam todos os problemas sem que os órgãos estaduais responsáveis pelo controle da ação de terceiros, demonstrem quaisquer interesse em evitar que ações criminosas sejam perpetradas no Estado.
Não é possível que a Secretaria Estadual de Meio Ambiente não tenha condições de acompanhar as irregularidades que foram levantadas pela polícia federal. Como responsável pela legalidade das ações ambientais no Estado, não poderia a SEMA não perceber que havia a exploração de mina de ouro e de trabalhadores.
Ainda recordo da reunião havida no Palácio do Setentrião onde o então secretário de Meio Ambiente anunciava, em festa, a disponibilização no prédio da Secretaria, de uma sala equipada para os garimpeiros. Naquele momento pensavam os observadores que se tratava de uma estratégia para trazer o potencial agressor do meio ambiente para exercer as suas atividades com orientação técnica. Agora se percebe que não era isso...

A população precisa estar atenta aos movimentos que são feitos no sentido de prejudicar a economia e a sociedade do Amapá em disfarce de cuidar da gente. Os administradores e gestores precisam cuidar do Amapá e dar uma folga para as polícias e o MP. 

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