quinta-feira, 19 de abril de 2018

O desenvolvimento urbano empírico prejudica as cidades


Rodolfo Juarez
As cidades do Estado do Amapá, especialmente a capital do Estado e as sedes dos municípios, onde reside de 95% da população estão oferecendo à esta população situações que não são razoáveis e que estão recebendo.
A indefinição do perímetro urbano provoca situações indesejadas com o Governo do Estado funcionando como prefeituras e as prefeituras tendo que se adaptar com os resultados que poderiam ser diferentes.
Macapá, Santana, Laranjal do Jari, as três maiores cidades do Estado, estão dando muito trabalho para as administrações municipais que, mesmo dispondo do poder de polícia, não o exerce porque compreende as dificuldades que as pessoas passam, principalmente pelo crescimento desordenado e imprevisto, muitas vezes definidos por pessoas que precisam de um “canto” para morar, procuram os órgãos, não têm a resposta que espera e, resolvem à sua maneira, em regra, colocando mais variáveis no problema que precisa ser resolvido.
Ninguém sabe para onde a cidade deve crescer ou pode crescer. Os serviços públicos já disponíveis e, assim, os que precisam morara seguem a sua intuição, ocupando áreas que deveriam ser preservadas.
Os investidores capitalizados chegaram por aqui e compraram o principal cinturão para o desenvolvimento e passaram a construir os conjuntos habitacionais, não desprezando a possibilidade do bom lucro e pouco se preocupando com a qualidade dos serviços públicos que precisam ser oferecidos a todos da população.
Assim, a cada momento se cria entreve para o transporte coletivo, uma vez que o comum é a ocupação ser feita em locais onde a via é de chão e o transporte coletivo tem dificuldade para integrar no seu roteiro, assim como carro de bombeiros, ambulâncias e de polícia não podem ser eficientes no atendimento às necessidades dos moradores.
Os paliativos e os remendos passam a ser a constante, a malha viária cresce fora de qualquer controle, a água, a energia, o gás, a internet não atendem aqueles todos que necessitam.
É importante destacar que o Estado do Amapá conta com profissionais formados aqui ou para aqui vindos por outras circunstâncias, e com instituições que poderiam perfeitamente contribuir com para encontrar melhores resultados urbanos, através de seminários, audiências públicas, workshops e outros muitos mecanismos capazes de fazer das cidades amapaenses, verdadeiros laboratórios no sentido de melhorar a condição de quase 30% dos moradores que ocupam as baixadas, sem perspectivas e se sentindo abandonado pelos seus conterrâneos.
O Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, a Universidade Federal do Amapá, a Universidade Estadual do Amapá, entre outras organizações técnicas, poderiam começar um programa que objetivasse entregar par a população um plano urbano, definindo as zonas urbanas onde acomodasse com mais dignidade a população, provocando um interesse público comum que funcionaria a favor da técnica e minimizava a improvisação.
As administrações públicas, principalmente as prefeituras, passariam a dispor de um plano de desenvolvimento urbano e deixaria de justificar as suas necessidades se valendo do apoio de um plano de diretriz como na atualidade.
As cidades amapaenses podem melhorar, e muito, mas não apenas com o uso da vertente política. Nesse momento a técnica é a mais recomendada para a otimização dos poucos recursos que as administrações públicas municipais dispõem e quem sabe melhorando os serviços e os atendimentos aos cidadãos.

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