Rodolfo Juarez
As
cidades do Estado do Amapá, especialmente a capital do Estado e as sedes dos
municípios, onde reside de 95% da população estão oferecendo à esta população
situações que não são razoáveis e que estão recebendo.
A
indefinição do perímetro urbano provoca situações indesejadas com o Governo do
Estado funcionando como prefeituras e as prefeituras tendo que se adaptar com
os resultados que poderiam ser diferentes.
Macapá,
Santana, Laranjal do Jari, as três maiores cidades do Estado, estão dando muito
trabalho para as administrações municipais que, mesmo dispondo do poder de
polícia, não o exerce porque compreende as dificuldades que as pessoas passam,
principalmente pelo crescimento desordenado e imprevisto, muitas vezes
definidos por pessoas que precisam de um “canto” para morar, procuram os
órgãos, não têm a resposta que espera e, resolvem à sua maneira, em regra,
colocando mais variáveis no problema que precisa ser resolvido.
Ninguém
sabe para onde a cidade deve crescer ou pode crescer. Os serviços públicos já
disponíveis e, assim, os que precisam morara seguem a sua intuição, ocupando
áreas que deveriam ser preservadas.
Os
investidores capitalizados chegaram por aqui e compraram o principal cinturão
para o desenvolvimento e passaram a construir os conjuntos habitacionais, não
desprezando a possibilidade do bom lucro e pouco se preocupando com a qualidade
dos serviços públicos que precisam ser oferecidos a todos da população.
Assim,
a cada momento se cria entreve para o transporte coletivo, uma vez que o comum
é a ocupação ser feita em locais onde a via é de chão e o transporte coletivo
tem dificuldade para integrar no seu roteiro, assim como carro de bombeiros,
ambulâncias e de polícia não podem ser eficientes no atendimento às
necessidades dos moradores.
Os
paliativos e os remendos passam a ser a constante, a malha viária cresce fora
de qualquer controle, a água, a energia, o gás, a internet não atendem aqueles
todos que necessitam.
É
importante destacar que o Estado do Amapá conta com profissionais formados aqui
ou para aqui vindos por outras circunstâncias, e com instituições que poderiam
perfeitamente contribuir com para encontrar melhores resultados urbanos,
através de seminários, audiências públicas, workshops e outros muitos
mecanismos capazes de fazer das cidades amapaenses, verdadeiros laboratórios no
sentido de melhorar a condição de quase 30% dos moradores que ocupam as
baixadas, sem perspectivas e se sentindo abandonado pelos seus conterrâneos.
O
Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo, o Conselho Regional de Engenharia
e Agronomia, a Universidade Federal do Amapá, a Universidade Estadual do Amapá,
entre outras organizações técnicas, poderiam começar um programa que objetivasse
entregar par a população um plano urbano, definindo as zonas urbanas onde
acomodasse com mais dignidade a população, provocando um interesse público
comum que funcionaria a favor da técnica e minimizava a improvisação.
As
administrações públicas, principalmente as prefeituras, passariam a dispor de
um plano de desenvolvimento urbano e deixaria de justificar as suas
necessidades se valendo do apoio de um plano de diretriz como na atualidade.
As
cidades amapaenses podem melhorar, e muito, mas não apenas com o uso da
vertente política. Nesse momento a técnica é a mais recomendada para a
otimização dos poucos recursos que as administrações públicas municipais dispõem
e quem sabe melhorando os serviços e os atendimentos aos cidadãos.
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