quinta-feira, 5 de abril de 2018

PDRI: Programa do Governo de mais de um bilhão sem relatório público


Rodolfo Juarez
Apesar dos indicativos deixados quando da aprovação do orçamento público do Estado do Amapá, que elevou o orçamento de 2018 em 20,33% quando comparado  com o orçamento aprovado para o exercício de 2017, no total de 5,84 bilhões de reais, os reflexos não apareceram na gestão que continuou pagando o salário dos seus funcionários de forma parcelada e, sem regularização dos recolhimentos obrigatórios, especialmente com relação aos empréstimos consignados.
A alegação recorrente de que é repassado muito dinheiro para os poderes e na forma de duodécimo não tem conseguido justificar a alardeada crise que os órgãos de planejamento anunciam de forma recorrente.
Este ano para manter o funcionamento do Tribunal de Justiça, da Assembleia Legislativa, do Tribunal de Contas e do Ministério Público o orçamento alocou pouco mais de 710 milhões, o que representa, apesar do aumento em valor absoluto, uma queda de 1,18% com relação ao ano de 2017.
As dificuldades que as autoridades do Governo do Estado tiveram para convencer os sindicatos e associações que representam os servidores estaduais que atuam no Poder Executivo, por ocasião do anúncio do reajuste no salário de cada qual, escancarou o tamanho do preço que o Estado continua tendo para manter a máquina do Executivo funcionando e os trabalhadores satisfeitos.
Além disso, os recursos para investimentos continuam pingados e as propostas de desenvolvimento emperradas, mesmo com algum esforço de setores que procuram se sobressair para não receber a avaliação que o próprio Governo está recebendo e viver as dificuldades que são as justificativas da gestão.
As obras de infraestrutura que foram iniciadas nesta década não avançam. Nem mesmo aquelas que deveriam ser financiadas pelo empréstimo bilionário feito para custear o Programa Amapá/BNDES: Desenvolvimento Humano Integral (PDRI) que tinha como objetivo “ampliar e modernizar a infraestrutura social e econômica do Amapá”
O preâmbulo do Programa Amapá/BNDES informava que se trata do maior programa de investimento desde a instalação do Estado do Amapá, em 1991, o PDRI tinha a proposta de beneficiar indiretamente toda a população do estado e, diretamente, cerca de 670 mil pessoas, nas áreas urbanas e rurais das 6 Regiões Administrativas de Planejamento e seus 16 municípios.
A preço inicial o PDRI envolvia recursos da ordem de R$ 1,09 bilhão, a ser aplicados em 4 anos e previa a participação do BNDES em 980 milhões de reais (90%), com contrapartida do Estado de 110 milhões de reais (10%).
A Ordem de Serviço foi autorizada e aprovada para que o Programa fosse executado em 24 meses com data de início no dia 18 de março de 2014 e data de término no dia 18 de março de 2016. As planilhas técnicas foram assinadas pelo secretário de Estado do Planejamento, Antônio Teles Júnior e o então coordenador geral do Programa, Otávio Augusto Magalhães da Fonseca.
O contribuinte amapaense que está pagando o empréstimo junto ao BNDES não foi, até agora, informado em que estágio se encontra o PDRI, que está sujeito à auditoria dos órgãos de fiscalização como Assembleia Legislativa, Tribunal de Contas e o Ministério Público.
Sem plano de desenvolvimento em execução, o Executivo Estadual se apresenta com uma folha de pagamento bruta em torno de 170 milhões por mês e como um paquiderme que tem dificuldades para movimentar os seus 60 órgãos, dos quais 23 são secretarias, 7 são institutos e 5 são agências. E ainda tem outros 25 órgãos compondo o Executivo Estadual.

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