Rodolfo Juarez
Apesar
de serem poucas as obras de infraestrutura administrativa iniciadas e
concluídas pela atual gestão estadual, é importante ser revestida de cautela as
inaugurações feitas de afogadilho, com o objetivo de constar no rol de
realizações que serão enumeradas e apresentadas durante a campanha eleitoral.
O
eleitor precisa estar atendo ao comportamento dos cabos eleitorais, alguns
travestidos de funcionários públicos, cargos que exercem precariamente como
paga pelo esforço que fizeram levantando e movimentando a bandeira do partido
durante a campanha eleitoral de 2014.
Há uma
espécie de necessidade, nesse momento, de apresentar realizações que ainda
estejam pela metade ou no pensamento daqueles que estão dirigindo o Estado
nestes últimos anos.
A
inauguração de um prédio, seja qual for a finalidade, deve contar com uma
equipe de pessoas que possam fazer do ambiente físico um local útil para
prestar serviço de atendimento à comunidade.
O que
se tem observado é que, as inaugurações feitas recentemente não contaram com
essa preocupação. Apenas a guisa de exemplo vamos analisar duas obras
inauguradas no interior do Estado que, mesmo considerado o tempo da demora,
quase ficam de fora do catálogo de obras feiras na gestão: o quartel do corpo
de bombeiro militar de Porto Grande e a praça cívica de Oiapoque.
Todos
sabiam que para funcionar o quartel da sede do município de Porto Grande
haveria necessidade de pessoas treinadas, desde oficiais até os soldados. Mesmo
assim, depois da inauguração do prédio percebeu-se que não havia sido prevista
a lotação.
E
agora, o que fazer?
Restou
a convocação de urgência de soldados, cabos, sargentos, aspirantes e oficiais
para que fosse espantado o “elefante branco” que tomava conta das mentes e
corações dos desatentos gestores e criava outros fantasmas sabendo da resposta
da população e o aborrecimento dos eleitores.
A outra
inauguração é a da Praça Cívica de Oiapoque, que foi completamente destruída em
2009 pelas autoridades públicas do governo de então, com a promessa de que
antes de 2010 estaria tudo restaurado e pronto para uso da população.
Passaram-se
9 anos. Isso mesmo, nove anos, para que fosse entregue, muito mais para ser
colocada no catálogo de inaugurações da gestão, do que para atender às
necessidades da comunidade do local que viu passar todo esse tempo, sempre
carregado de desculpas e promessas não cumpridas.
Pois
bem, a obra finalmente foi “inaugurada”.
Festa
oferecida para a população que participou de longe, desconfiada, pois tinha
acompanhado todo o moroso serviço (e bote moroso nisso...) e desconfiava dos
resultados, devido à mudança do projeto que havia sido mostrado quando foi
feito a derrubada da praça anterior e colocado o tapume que mais parecia uma
cerca de proteção e que caiu mais de uma vez.
Bastou
uma chuva para aparecer o resultado do serviço mal feito!
A
drenagem não funcionou, a água ficou retida, as instalações elétricas
distribuíram energia por onde não podia, até um parquinho para crianças ficou
energizado, criando preocupação para os pais e um perigo iminente para os
pequeninos.
As
notícias também narram que os banheiros estavam entupidos, as pias sem
torneiras e não havia apoio ao frequentador.
Esqueceram-se
da vigilância, das orientações aos usuários e logo no primeiro dia de uso foi
registrada a ação de vândalos. A população foi tomada pelo medo devido às
armadilhas elétricas que se formaram com a água invadindo o sistema energizado.
O
Governo emitiu nota sobre o assunto, recuou da informação que havia passado
para a imprensa de que a Praça Ecildo Crescêncio havia sido inaugurada, e que
por isso os problemas detectados ainda seriam corrigidos.
Simplesmente
blefes!
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