Rodolfo Juarez
A
recente inspeção feita pela Promotoria de Defesa da Saúde do Ministério Público
co Amapá (MP/AP), no Hospital de Clínicas Alberto Lima (HCAL), revelou para
todos, situação absolutamente preocupante, mas que retrata o momento do
principal centro de prestação de serviços de saúde a cargo do governo estadual
à população amapaense.
Logo no
início da inspeção foi constatado que os serviços de execução de obras,
inclusive do Centro Cirúrgico, estão completamente parados, estando ainda sem
qualquer equipamento básico, afrontando o cronograma anunciado e que teve a sua
primeira versão elaborada ainda no governo anterior, em 2013/2014.
Instados,
representantes da Secretaria de Infraestrutura informaram que a interrupção da
reforma deve-se (imaginem!) à não providência para a liberação das áreas
indispensáveis ao andamento da dita reforma, citando como exemplo a Central de
Materiais Esterilização (CME).
A
versão dada pela administração do Hospital de Clínicas Alberto Lima (HCAL) para
o constatado é de que falta a instalação da rede de ar comprimido, utilizado
pelas autoclaves (máquinas de esterilização), que já fora solicitado, porém sem
dada prevista para ser realizada.
Continuando
a inspeção os representantes do Ministério Público do Amapá foram até aos
locais recém-reformados para verificar a qualidade dos serviços prestados a
população e anotaram que no setor de imagem apenas o aparelho de Raios-X está
funcionando. O aparelho de ultrassonografia está quebrado e o exame está sendo
realizado com a utilização de um aparelho portátil, com baixa qualidade da
imagem, o que pode comprometer o diagnóstico. Não estão sendo realizadas no
HCAL a ultrassonografia de tireoide e a ultrassonografia de mama.
Outro
importante aparelho que não funciona há mais de um ano é o tomógrafo, com
problemas técnicos e já com o assunto sendo motivo de audiência recente com
autoridades estaduais que se comprometeram a fazer o reparo com urgência, mas
não cumpriram a promessa, permanecendo aquele hospital, até hoje, sem poder
realizar os exames de tomografia.
No
momento o eletroencefalograma está sem uso por falta de médio para emitir os
lados. A informação prestada é de que o médico do setor está de férias e não
foi designado outro profissional para substituí-lo. Os procedimentos que
necessitam de sedação não estão sendo realizados por falta de anestesista. Nos
casos de endoscopia e colonoscopia, devido o hospital contar com apenas um tubo
flexível utilizados nos aparelhos, os exames são feitos apenas nos pacientes
internados na nefrologia ou oncologia.
Na
Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) foi constatado que continuam faltando os
itens básicos como: dipirona, hidrocortisona, aminofilina, plasil, ranitida,
omeprazol, dentre outros. A direção do hospital informou que para amenizar a
situação vem comprando medicamentos via fundo rotativo, alegando a falta na
Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF).
Dos 11
leitos de UTI foi constatado que apenas 6 estão funcionando, devido à falta de
ventiladores pulmonares. Um dos médicos do setor desabafou dizendo: “fiz curso
de medicina, não de milagres”. Até os exames de gasometria, necessários para
pacientes em UTI, estão terceirizados, além do que, desde o dia 13 de julho, os
pacientes da UTI e Unacon estão sem possibilidade de fazer os exames de
hemogasometria.
Este
cenário, além de indesejado, está impossibilitando a internação de pacientes
eletivos e implicando no cancelamento de cirurgias que já haviam sido marcadas.
A
situação constatada é grave e que precisa mudar com urgência para que os
serviços prometidos e esperados pela população voltem a ser prestado, no
atendimento da população que se sente cada vez mais desassistida pelo governo
estadual.
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