Rodolfo Juarez
É
desesperador quando se tem a necessidade de servir a dois senhores,
principalmente quando o desejado é continuar fazendo o que faz.
São
grandes as chances de desagradar aos dois e a todos aqueles que, de alguma
forma, ainda se agarra às presilhas, do que imagina ser uma boia, para
continuar sobrevivendo.
A
política tem seus segredos e os seus bônus, mas também exige um rumo
determinado para que o político seja um líder, ou aquele que necessita liderar
por um determinado espaço de tempo.
A
sinuca em que se meteu o pré-candidato do PDT ao Governo do Estado, na busca de
motivos para agradar aliados e os seus próprios partidários, no sentido de ter
densidade na campanha que deslancha com dificuldades para renovar o mandato,
bateu no teto do razoável.
E
agora? Lula (PT) ou Ciro (PDT).
Mesmo
estando falando e cantando nas duas, prestando solidariedade e apoio, em uma
delas dando o seu voto na condição de convencional, fica difícil compreender
qual a verdadeira intenção do pré-candidato, ou então está escrevendo uma
estória do sua estada múltipla no Palácio do Setentrião, na qualidade de
governador.
Mas foi
isso mesmo: no lançamento da pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, no Amapá, lá estava o governador prestando irrestrito apoio ao
candidato do PT; na outra semana estava ele em Brasília, desta feita na
condição de convencional do PDT, indicando para o mesmo cargo pretendido por
Lula, o cearense Ciro Gomes.
Da
primeira vez os pedetistas ficaram bicudos e, agora, os petistas foram aqueles
que têm motivos para se considerarem ofendidos, ou traídos, avaliando o apoio
com o qual havia se comprometido.
Dizer
que a política tem disso, não justifica. Muito ao contrário, a política precisa
de homens muito sérios e competentes para mostrar-se ao eleitor, dono da
escolha que fará no dia 7 de outubro, para administrar os seus interesses ou
representá-lo quando da estruturação do país e do estado no sentido de
encontrar o desenvolvimento desejado e esperado pela população.
Pré-candidatos
volúveis ou mutantes não deveriam fazer parte do processo de escolha,
principalmente no momento em que o País e o Estado estão precisando definir
novos rumos para o desenvolvimento, tendo que demonstrar competência para
romper a barreira da mesmice que está deixando o Estado do Amapá sem
perspectiva.
A
situação é muito grave, mas os amapaenses têm na memória não só os nomes, mas,
também, os métodos daqueles que levaram o Amapá a esse estado de penúria e de
atraso em que se encontra a administração e o desenvolvimento do Amapá.
Os
eleitores vêem, a cada dia, à medida que se aproximam as eleições, a
necessidade de mudar, não apenas pela vontade de mudar, mas pela necessidade de
contar com novas propostas, outros métodos, e não vê repetidos discursos que
apenas defendem a incompetência e enterram as decisões que poderiam dar novo
ânimo a esta Unidade da Federação, tão necessitada de um governante que possa
assumir a liderança social dessa população.
As
soluções simples estão sendo abandonadas. As fontes de desenvolvimento estão à
espera de decisões de pessoas que possam acumular credibilidade e não das
indecisões de pessoas que se acostumaram a ter no Governo do Estado como uma
vaca leiteira, ainda jovem, e em condições de alimentar os famintos ou gulosos aliados.
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