quarta-feira, 19 de setembro de 2018

As pessoas sentem que o Estado do Amapá sem governo


Rodolfo Juarez
Mesmo com todos os limites que a legislação impõe para o candidato que disputa a reeleição ao cargo de governador são evidentes as dificuldades que o mandatário tem para concentrar a sua atenção na responsabilidade que assumiu perante a população que, antes de qualquer coisa, é de gerenciar os interesses do Estado.
A administração estadual, desde quando começou a pré-campanha visando às eleições de 2018, que a população vem sentindo o reflexo do abandono, quase completo, da gestão estadual por parte do governador e, agora durante a campanha, ainda é mais sentida esta ausência pela falta do vice-governador que, em condições normais, deveria estar assumindo a administração enquanto o titular se dedica à campanha.
Fazer só uma das duas coisas já consome todo o tempo do administrador ou do candidato, fazer as duas ao mesmo tempo é impossível, mesmo sem a exigência da eficácia das medidas tomadas no período.
A população se aborrece com os resultados da administração por diferentes faces e uma delas é o abandono da gestão para poder estar presente nos eventos próprios de uma campanha política que ocupa todo o tempo do candidato.
Nesse contexto são prejudicados: a administração estadual e a campanha do candidato à reeleição que têm como referencia principal uma única pessoa que assume, ao mesmo tempo, a condição de governador e de candidato. Assim, uma dessas duas condições é muito prejudicada, pois, não há como conciliar os interesses e muito menos o tempo que é finito.
Com a proximidade do dia da eleição mais tempo será dedicado para o candidato e, consequentemente, menos tempo para o governador. Isso é muito grave, especialmente quando são pequenas as chances de sucesso no pleito eleitoral.
Esse panorama está levando a eficácia da administração estadual a índices piores do que aqueles que foram apurados quando na normalidade administrativa. A população, muito mais informada que noutros tempos, está atenda e, através do eleitor, crava altos índices de rejeição ao governador e que se reflete, naturalmente, no desempenho do candidato.
Com relação ao desempenho do governador as consequências são observadas na insatisfação da população que não se conforma ter um governador que não governa, pois se dedica à campanha eleitoral. Com relação ao desempenho do candidato, além dos manejos que precisa fazer para ajustar-se à legislação específica, defronta-se com uma rejeição que precisa ser vencida para melhorar o seu desempenho.
Essas situações acabam implicando em outras, especialmente aquelas em que são usados disfarces de ações, quando convoca funcionários públicos, como aqueles que não têm estabilidade, para fazer número em reuniões no sentido de impressionar os indecisos provocando, inclusive, insatisfação entre aqueles que ocupam eventualmente cargos públicos no Estado, por não concordar com a exigência o que implica, inclusive, em perda de apoiadores.
Então a reeleição poderia ser permitida desde que fossem obedecidas situações que garantissem a normalidade no funcionamento do governo, enquanto o candidato à reeleição estivesse em pré-campanha ou campanha eleitoral.
O Estado do Amapá está sem vice-governador, inviabilizando a divisão de tarefas nesse momento da campanha e o governador completamente ocupado com a sua campanha, buscando mais um mandato. Devido essas circunstâncias os prejuízos sociais se acumulam e as pessoas se sentem sem governo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário