Rodolfo Juarez
Os
horizontes anunciam problemas para o final do atual mandato do governador do
Estado, reeleito com 191.741 votos, 37,46% dos eleitores aptos a votar no dia
em que foi realizado o segundo turno, 28 de outubro deste ano, e que foi
considerado um resultado espetacular pela coordenação de campanha e pelo próprio
candidato.
Mas os
problemas começaram a ser evidenciados logo depois do encerramento da apuração
quando, olhando para traz, ficou claro a grande encrenca em que havia se
metido, depois de analisar as promessas feitas e os compromissos assumidos.
Um dos
registros mais evidentes ficou na análise da folha de pagamento de
funcionários, quando percebeu o estouro que teve o total no segundo semestre de
2018, depois de ter se mantido o total da folha bem comportado no primeiro
semestre, entretanto, no segundo semestre houve o “estouro” especialmente em
setembro e outubro quando o total bruto superou os R$ 191 milhões mensais.
Uma
análise técnica da folha bruta de pagamento do pessoal do Governo do Estado
informou à gestão que o crescimento do número de cargos e de contratos
administrativos havia superada diminuição de cargos efetivos em decorrência da
transposição de funcionários da folha de pagamento do governo do estado para a
folha de pagamento da União.
O
número de cargos cresceu 34,51%, como também cresceu o número contratos
administrativos em 42,15%, tendo como referência o número anterior. Com relação
ao salário médio pago houve crescimento na oferta para os contratados por
contrato administrativo, levando a média desses contratos para próximo da média
dos salários pago a todos os servidores, chegando aos R$ 4.762,64.
Foram
notadas distorções importantes como a que ocorre na Secretaria de
Desenvolvimento das Cidades, que conta com 87 funcionários sendo: 53 cargos, 15
funcionários efetivos, 9 federais e 10 contratos. Ou seja, tem menos
funcionários do que chefes. São 53 chefes para comandar os 34 funcionários não
chefes.
Outra
distorção incrível é obervado na Gasap, uma empresa do Governo do Estado, que
tem apenas um funcionário, o presidente.
Ainda é
notado problema de ordem de gestão estrutural, quando se observa que três
grupos de atividade, compostos por 14 unidades de custo, representam o custo de
85% da folha bruta de pagamento dos funcionários do governo, ficando os 15%
para os outros 6 grupos de atividade, compostos por 47 unidades de custo.
Os três
grupos que representam 85% do total da folha bruta de pagamento são: Educação
(43,64% ou R$ 66,45 milhões por mês), Segurança Pública (26,62% ou R$ 51,07
milhões por mês) e Saúde (23,74% ou R$ 45,54 milhões por mês).
Este
ano, sem repatriação de ativos de brasileiros que foram encontrados em paraísos
fiscais e que foram decisivos para o pagamento do 13.º salário dos
funcionários, o Governo do Estado terá que ser econômico e criativo para honrar
o pagamento da 2.ª parcela do décimo sem afetar o pagamento de outros
compromissos já assumidos e que não podem entrar em restos a pagar.
A
expectativa é que se repita - sem espaço para essa repetição -, os registros de
outros anos quando os fornecedores não receberam as suas faturas e nem
documentaram os débitos decorrentes, assumindo todos os riscos, inclusive com
os funcionários das empresas prestadoras de servidos fornecedoras de material.
Este
ano,caso haja superávit na arrecadação de tributos, o resultado será repartido,
proporcionalmente entre o Executivo e os Poderes, diferente do que está
previsto na LDO para 2019.
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