Rodolfo Juarez
Terminadas
as eleições de 2018, a população ao voltar à rotina percebe que os candidatos,
os partidos políticos e as coligações, em regra, desenvolveram as mesmas
técnicas e estratégias utilizadas noutras campanhas, se sustentando em
promessas que sabem que não vão cumprir e em afirmações que terão dificuldades
em confirmar.
Nesse
formato o eleitor reelegeu o governador, um dos senadores da República, três
dos deputados federais e treze dos deputados estaduais, ou seja, dos 35 que
detinham o mandato eletivo, 18 foram reeleitos, o que equivale a 51,42%, em
número absoluto, ou relativamente propenso a manter a situação atual começada em
2015, quando extrapolada para as perspectivas do que vai ocorrer em 2019.
As
chances de o Governo do Estado diminuir o seu gigantismo administrativo são
pequenas, mesmo considerando as dificuldades que deverão ser experimentadas
pelos administradores a partir do exercício de 2019, quando todas as despesas
com pessoal e corrente precisarão de reforço e só dispondo o Tesouro, e do
total que está reservado para investimento.
A
partir de 2019 termina o prazo, já ampliado, para gastar os recursos do
empréstimo junto ao BNDES e que tinha a finalidade de ser a fonte de pagamento
do Programa de Desenvolvimento Regional Integrado (PDRI) que, por estimativa já
consumiu próximo de 70% do valor do financiamento, mas que ainda não alcançou
nem a metade das metas.
Faz tempo
que o Governo do Estado não investe na construção de suas próprias instalações,
preferindo locar prédios e adaptá-los para o funcionamento de secretarias,
coordenadorias e até mesmo da Procuradoria Geral do Estado.
O
prejuízo é dobrado para a população. Primeiro porque concentra renda nas mãos
dos proprietários daqueles imóveis e, doutro lado, não abre frente de trabalho
para construção de obras públicas, sempre um dos melhores meios para criação de
postos de trabalho e ocupação, além do que movimenta o comércio de material de
construção, qualifica os profissionais e abre janelas de empregos.
As
obras públicas que estão completamente paradas em todos os municípios do Estado
têm orçamento para conclusão daquelas obras estimado em valor superior a um bilhão
de reais e o orçamento público certamente, não estará contemplando nem 10% desse
montante, conforme se tem notícia conhecendo o projeto de orçamento anual do
Estado que os deputados estaduais terão que aprovar até o recesso regulamentar
programado para começar no dia 20 de dezembro.
O preço
descontrolado e fora da realidade da energia elétrica é outro fator inibidor do
desenvolvimento do Estado do Amapá, que na situação em que se encontra precisa
ter esse problema resolvido, especialmente pela precariedade da empresa
responsável pela distribuição de energia, a CEA, que não tem capacidade de
negociar aquisição em melhores bases com as geradoras e compra caro, e a
população paga caro.
Os
entraves provocados por comportamentos inadequados na gestão do interesse
público, principalmente na área de terras e da floresta, com sucessivas
operações policiais que afastam dirigentes do Imap e do IEF, órgão que precisam
recuperar a confiança do investidor, são fortemente nocivos ao desenvolvimento
de uma política fiscal atraente e adequada para aquele setor.
Há
necessidade de uma virada no método adotado até agora, no tratamento das
questões socioeconômicas que sob o encargo e responsabilidade do Governo do
Estado do Amapá.
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