Rodolfo Juarez
Jaime
Nunes acaba de ser eleito vice-governador do Estado do Amapá, como um filiado
ao PROS e na chapa que teve Waldez Góes como candidato a governador. Jaime
Nunes ainda é uma incógnita. Durante a campanha não apareceu nos programas de
televisão e não participou dos programas de rádio, muito embora tivesse
frequente aparição nas caminhadas e nas reuniões, sempre ao lado do candidato
cabeça de chapa.
Jaime Nunes é um dos maiores empresários do
Amapá, com diversificadas atividades empreendedoras e um dos maiores
empregadores privados do Estado. Presidente da Associação Comercial do Amapá
por mais de uma vez, foi membro efetivo do Conselho Deliberativo do Sebrae/AP,
e participa de outras instituições voltadas para o Comércio e para o Serviço.
Esta
não foi a primeira vez que se candidatou ao mesmo cargo. Já havia colocado o
seu nome noutra oportunidade, sem obter o sucesso de ser eleito como foi no
pleito deste ano.
Durante
a campanha Jaime Nunes foi um candidato inibido, não demonstrou ao eleitor e ao
povo, por que queria ser vice-governador. Limitou-se a aplaudir as promessas,
sem novidades, do candidato cabeça de chapa, dando a entender que pretende ser
um ouvinte até o momento de uma eventual necessidade de substituir o titular na
falta ou impedimento o titular.
O
histórico dos vice-governadores eleitos com o governador Waldez Góes não
recomenda uma boa relação. Bastam recordar os dois mandatos do vice-governador
Pedro Paulo que encerraram a carreira política daquele médico, mesmo tendo
assumindo o Governo do Estado durante nove meses, quando Waldez Góes se
candidatava ao cargo de Senador da República, em 2010.
Na
intimidade Pedro Paulo reclamava muito da falta de espaço que tinha na
Administração Estadual tendo que se conformar com um projeto social de
atendimentos aos idosos, o mesmo que já desenvolvia antes mesmo de ser vice de
Waldez.
O
vice-governador do atual mandato e que está se encerrando foi o também médico,
ex-senador da República, Papaleo Paes.
Este
preferiu renunciar ao cargo, protagonizando uma crise dentro de outra crise,
que foi diluída sem qualquer explicação ao eleitor, muito embora tenha saído
insatisfeito com membros da equipe do governador, alguns os chamando “menudos”
e recomendando aos órgãos de controle uma investigação.
O
governador fez-se com “ouvido de marcador” e não mandou apurar nada e ainda
aceitou, tacitamente, uma “nota de repúdio” publicada pelos auxiliares diretos
do governador que se consideraram ofendidos pelo vice-governador e isso tudo
sem qualquer manifestação de apoio ao seu vice que renunciava, ou reprimenda ao
auxiliar impertinente.
Jaime
Nunes entra sujeito a tudo isso. Conhece perfeitamente como é o comportamento
do governador nas relações com o vice-governador. A regra é não dar espaço e
acha que está agradando com um gabinete sem expressão administrativa que possa
auxiliar o titular na definição dos rumos do Estado.
Tomara
que ambição pelos nove meses de mandato de governador a partir de abril de 2022
não frustre Jaime Nunes e não lhe transforme em mais um desiludido com a
política local.
Dele
depende a forma como vai se comportar na gestão, sabendo engolir os gigantescos
sapos, ou deixando-se como o outro sapo, cozido em água morna.
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