quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Jaime Nunes, o enigma.


Rodolfo Juarez
Jaime Nunes acaba de ser eleito vice-governador do Estado do Amapá, como um filiado ao PROS e na chapa que teve Waldez Góes como candidato a governador. Jaime Nunes ainda é uma incógnita. Durante a campanha não apareceu nos programas de televisão e não participou dos programas de rádio, muito embora tivesse frequente aparição nas caminhadas e nas reuniões, sempre ao lado do candidato cabeça de chapa.
 Jaime Nunes é um dos maiores empresários do Amapá, com diversificadas atividades empreendedoras e um dos maiores empregadores privados do Estado. Presidente da Associação Comercial do Amapá por mais de uma vez, foi membro efetivo do Conselho Deliberativo do Sebrae/AP, e participa de outras instituições voltadas para o Comércio e para o Serviço.
Esta não foi a primeira vez que se candidatou ao mesmo cargo. Já havia colocado o seu nome noutra oportunidade, sem obter o sucesso de ser eleito como foi no pleito deste ano.
Durante a campanha Jaime Nunes foi um candidato inibido, não demonstrou ao eleitor e ao povo, por que queria ser vice-governador. Limitou-se a aplaudir as promessas, sem novidades, do candidato cabeça de chapa, dando a entender que pretende ser um ouvinte até o momento de uma eventual necessidade de substituir o titular na falta ou impedimento o titular.
O histórico dos vice-governadores eleitos com o governador Waldez Góes não recomenda uma boa relação. Bastam recordar os dois mandatos do vice-governador Pedro Paulo que encerraram a carreira política daquele médico, mesmo tendo assumindo o Governo do Estado durante nove meses, quando Waldez Góes se candidatava ao cargo de Senador da República, em 2010.
Na intimidade Pedro Paulo reclamava muito da falta de espaço que tinha na Administração Estadual tendo que se conformar com um projeto social de atendimentos aos idosos, o mesmo que já desenvolvia antes mesmo de ser vice de Waldez.
O vice-governador do atual mandato e que está se encerrando foi o também médico, ex-senador da República, Papaleo Paes.
Este preferiu renunciar ao cargo, protagonizando uma crise dentro de outra crise, que foi diluída sem qualquer explicação ao eleitor, muito embora tenha saído insatisfeito com membros da equipe do governador, alguns os chamando “menudos” e recomendando aos órgãos de controle uma investigação.
O governador fez-se com “ouvido de marcador” e não mandou apurar nada e ainda aceitou, tacitamente, uma “nota de repúdio” publicada pelos auxiliares diretos do governador que se consideraram ofendidos pelo vice-governador e isso tudo sem qualquer manifestação de apoio ao seu vice que renunciava, ou reprimenda ao auxiliar impertinente.
Jaime Nunes entra sujeito a tudo isso. Conhece perfeitamente como é o comportamento do governador nas relações com o vice-governador. A regra é não dar espaço e acha que está agradando com um gabinete sem expressão administrativa que possa auxiliar o titular na definição dos rumos do Estado.
Tomara que ambição pelos nove meses de mandato de governador a partir de abril de 2022 não frustre Jaime Nunes e não lhe transforme em mais um desiludido com a política local.
Dele depende a forma como vai se comportar na gestão, sabendo engolir os gigantescos sapos, ou deixando-se como o outro sapo, cozido em água morna.

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