Rodolfo Juarez
Mais da
metade dos estados brasileiros já estourou a Lei de Responsabilidade Fiscal,
esses estados estão com sérios problemas para elaborar os relatórios de final
de mandato que servem para avaliar tecnicamente a gestão e politicamente o
compromisso assumido no primeiro dia de governo quando fez juramento prometendo
agir obedecendo a Constituição da República e as leis da Administração Pública.
Depois
do problema consolidado recorrem ao Governo Central pedindo ajuda ou propondo
um novo pacto federativo que possibilite encobrir a irresponsabilidade
administrativa adotada durante os quatro anos de mandato.
Alguns
dos 14 estados que estouraram o limite máximo de gastos com pessoal
estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal estão na “casa do sem jeito” e
procurando uma saída para a enroscada em que se meteram.
Nos últimos anos o Governo Central encontrou
paliativos para “resolver” o problema dos governadores, principalmente com
relação ao pagamento do décimo terceiro salário, se valendo de leis
oportunistas que criaram o não-crime por tempo determinado e permitiu que
sonegadores legalizassem suas fortunas, algumas sem origem conhecida e que
estavam em paraísos fiscais escondidos a espera de uma artimanha para
reingressá-las no Brasil como legais.
Lembram
a história da repatriação de ativos que estavam nos paraísos fiscais cujos
“donos” pagaram uma pequena taxa e puderam trazer para o Brasil o dinheiro que
nem avisaram que tinham levado?
Pois
bem, foi o dinheiro da taxa da legalização desse ativo que foi arrecadado e
repartido entre a União e os Estados, no final de 2016, e que serviu para o
pagamento do 13.º salário dos funcionários do Estado do Amapá.
Depois,
já em 2017, a segunda parte de uma operação complementar da situação anterior,
com mais vantagem para os sonegadores, que, outra vez, entrou no Tesouro da
União que repartiu com os Estados.
Mesmo
sabendo que essa operação era finita, os governadores não controlaram os seus
gastos com pessoal e faltou dinheiro para pagamento dos funcionários que
passaram a receber parcelado e no mês seguinte ao trabalhado.
O
Governo do Amapá não teve argumento para aguentar a pressão dos servidores e
começou a “jogar para a plateia”, pensando na reeleição e o secretário de
planejamento, como recompensa pelo que dizia, teve prometido apoio para disputa
de uma das vagas para a Câmara Federal. Perdeu!
Para se
ter uma ideia o número de contrato administrativo, no Governo do Amapá cresceu
42,15%, passado dos 2.014 em março/2016 para 2.863 em outubro/2018, elevando a
folha de contratos em 42,15% passando de R$ 8,83 milhões em março/2016 para R$
13,63 milhões em outubro/2018.
O Amapá
ainda não está na lista dos 14 estados que já ultrapassaram o limite de gastos
com pessoal estabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal, isto segundo as
informações do próprio Governo do Estado, entretanto está na fase que se
conhece como de “grande atenção”, ou seja, muito próximo do limite e sem espaço
para novas contratações ou aumento de salário.
Mesmo a
esperada economia feita com a transposição de funcionários pagos pelo Estado e
que foram para a folha da União, o reflexo não foi sentido devido ao
crescimento do número de cargos e de contratos, além do aumento salarial dos
efetivos.
A
equação não é impossível, mas é para quem sabe resolvê-la!
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