Rodolfo Juarez
Hoje vou fustigar
minhas lembranças e ativar o meu reconhecimento pelo trabalho, a disposição e a
vontade de servir de uma pessoa que foi muito importante para minha família e
para mim.
Vou falar de um
homem com grandes qualidades, de quilate diferenciado, com brilho nos olhos no
exercício da nobre profissão que escolheu para contribuir com a sua comunidade,
dando respostas adequadas, confortadoras e que inspiravam confiança em todos
aqueles que buscavam seu conhecimento para resolver um problema.
Sempre atencioso
com seus pacientes. Estivesse onde e como estivesse. Nunca deixou de priorizar
o seu verdadeiro ministério. Comportamento que o diferenciava da maioria e que
o levava para a maior consideração dos pequeninos e dos responsáveis por eles.
A formação trazida
do berço apoiava a formação construída na juventude e estruturada quando
acadêmico de Medicina.
Dedicado, mostrava
essa dedicação todas as vezes que atendia o que considerava uma convocação de
um membro da sua comunidade quando lhe levava uma questão para ser resolvida, o
que fazia sempre com uma explicação convincente e uma orientação de
credibilidade que passava a ser uma ordem unida praticada por todos de uma
mesma família.
Antes de ser médico
descobriu que tinha uma vocação professoral muito forte e escolheu praticá-la
sendo um verdadeiro escoteiro e, até hoje não consigo definir se havia maior
influência do lema “sempre alerta” da turma de escoteiro ou do juramento feito
por ocasião de receber o grau de médico, na turma de médicos contemporâneos,
que levou a sério quando disse: “juro, solenemente que, ao exercer a arte de
curar, mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da
ciência, penetrando no interior dos lares, meus olhos serão cegos, minha língua
calará os segredos que me forem revelados, o que terei como preceito de honra”.
Sempre disposto a
ajudar a quem precisava, exercitava paciência e confiança nas suas tomadas de
decisão, mexendo com a mais íntima relação de confiança que pudesse ser
estabelecida entre o paciente e o médico, entre o aprendiz e o mestre.
Foi assim o meu
amigo Doutro José Roberto, médico pediatra com todos os predicados dos grandes
profissionais. Atencioso, comprometido e sempre estudioso, falo com orgulho
deste que foi um dos contemporâneos mais caros e sempre disponível a atender a
qualquer chamado.
Foi médico de todos
os meus filhos.
Sei que devo a vida
de um deles, o Rodson, ao doutro José Roberto, quando praticando uma de suas
mais importantes características médicas, a investigação, foi certeiro, como
precisava ser naquele momento, apontando que meu filho estava acometido de uma
otite e não de uma infecção intestinal como havia sido diagnosticado em um dos
hospitais de Macapá e que tinha levado meu filho a dois choques anafiláticos.
O atendimento de
urgência, em casa, foi tão preciso que bastaram duas horas para que o paciente
apresentasse sensíveis melhoras e assim continuasse até ficar completamente
curado com os medicamentos recomendados pelo médico José Roberto.
José Roberto nos
deixou esta semana aos 71 anos de idade, quando partiu para outra dimensão onde
já está para o merecido descanso.
Imagino que os anjos o levem para o melhor lugar, o lugar que merecia e que Deus o tenha como mais um anjo que prestou grandes serviços durante todo o tempo que esteve na Terra, entre nós.
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