quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Dia das Crinaças

Rodolfo Juarez

Hoje é o Dia das Crianças. Um momento que cria motivo para movimentar o comércio local, afinal de contas as crianças são preciosidades dos adultos responsáveis por elas.

Mesmo em um ambiente como este, os empresários do comércio, com raras e honrosas exceções, não foram arrojados na comunicação com seus clientes costumeiros e potenciais, informando o que tinham de novidade e de inusitado para as crianças. As inserções na televisão e no rádio, patrocinadas, foram poucas e os clientes não tiveram oportunidade de conhecer o que havia nas lojas e que poderiam ser o objeto do seu presente para uma criança.

Também as redes sociais foram pouco usadas. E aqueles que já usam as redes de forma costumeira puderam comemorar as vendas online e ainda colocar, no seu cadastro, clientes potenciais para novas datas de interesse do comércio e, também, para o cotidiano ou quando o dinheiro der.

Quem deixou de participar deste momento de extrema importância para o meio social integral, foram os Poderes do Estado, onde estão concentradas as melhores condições salariais dos seus formadores e que, perderam o bom costume de, através das suas organizações associativas, promoverem momentos de encontro com a realidade das crianças que não recebem qualquer presente ou lembrança no seu dia - o Dia das Crianças.

Antes, e não faz muito tempo, o Governo do Estado, através de suas secretarias, aquelas que lidam diretamente com as propostas e soluções dos problemas sociais, tinham programas de atendimento às crianças, meninos e meninas, filhos dos seus funcionários mais pobres, um momento de atenção, conscientização social, festas e de entrega dos presentes.

Programa nesse mesmo sentido havia para as crianças, filhos de pais que não ganham o suficiente para o regular sustento das famílias, e que ficam impossibilitados de atender um simples pedido de seu próprio filho ou da sua própria filha.

Investir na segurança pública, no sentido de proteger o vizinho do seu vizinho, o home do próprio homem é apenas uma etapa, não sendo, seguramente, a mais importante, para a criação de um ambiente social adequado. Aliás, se assim fosse, a sociedade macapaense e a sociedade santanense, seriam aquelas que não precisariam testemunhar a dizimação de jovens, a pouco crianças, por investidas do próprio Poder Público e das conhecidas milícias e facções.

É preciso investir noutro sentido. Acreditar na força da organização social. Estabelecer programas sociais que possam ser avaliados com índices sociais, inclusive de satisfação social de pais e crianças. A reunião desses personagens, pais e filhos, com as autoridades sempre deu bons resultados.

Os resultados do modelo atual são sentidos nas estatísticas das polícias, nas aglomerações nas casas de saúde e, infelizmente, no cemitério.

O eleitor elege dirigentes para pensar, planejar e executar programas através dos funcionários admitidos de forma regular ou disfarçada no serviço público. Parte dessa responsabilidade é dos representantes do povo eleitos regularmente (deputados e vereadores) que recebem a incumbência, e não cumprem, de legalizar nesses programas e acompanhar a sua execução. Se não fizer assim, teria o Judiciário para fazer valer as regras vigentes e o Ministério Público para fiscalizar.

Quem está falhando?

Todos?

Dois destes órgãos, três destes órgãos?

Resta àqueles que precisam desta atenção, mesmo no Dia das Crianças, também verificar se estão fazendo o que a população esperava.

Se não estão...

 

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