Rodolfo Juarez
Hoje é o Dia das
Crianças. Um momento que cria motivo para movimentar o comércio local, afinal
de contas as crianças são preciosidades dos adultos responsáveis por elas.
Mesmo em um
ambiente como este, os empresários do comércio, com raras e honrosas exceções,
não foram arrojados na comunicação com seus clientes costumeiros e potenciais,
informando o que tinham de novidade e de inusitado para as crianças. As
inserções na televisão e no rádio, patrocinadas, foram poucas e os clientes não
tiveram oportunidade de conhecer o que havia nas lojas e que poderiam ser o
objeto do seu presente para uma criança.
Também as redes
sociais foram pouco usadas. E aqueles que já usam as redes de forma costumeira
puderam comemorar as vendas online e ainda colocar, no seu cadastro, clientes
potenciais para novas datas de interesse do comércio e, também, para o
cotidiano ou quando o dinheiro der.
Quem deixou de
participar deste momento de extrema importância para o meio social integral,
foram os Poderes do Estado, onde estão concentradas as melhores condições
salariais dos seus formadores e que, perderam o bom costume de, através das
suas organizações associativas, promoverem momentos de encontro com a realidade
das crianças que não recebem qualquer presente ou lembrança no seu dia - o Dia
das Crianças.
Antes, e não faz
muito tempo, o Governo do Estado, através de suas secretarias, aquelas que
lidam diretamente com as propostas e soluções dos problemas sociais, tinham
programas de atendimento às crianças, meninos e meninas, filhos dos seus
funcionários mais pobres, um momento de atenção, conscientização social, festas
e de entrega dos presentes.
Programa nesse
mesmo sentido havia para as crianças, filhos de pais que não ganham o
suficiente para o regular sustento das famílias, e que ficam impossibilitados
de atender um simples pedido de seu próprio filho ou da sua própria filha.
Investir na
segurança pública, no sentido de proteger o vizinho do seu vizinho, o home do
próprio homem é apenas uma etapa, não sendo, seguramente, a mais importante,
para a criação de um ambiente social adequado. Aliás, se assim fosse, a
sociedade macapaense e a sociedade santanense, seriam aquelas que não
precisariam testemunhar a dizimação de jovens, a pouco crianças, por investidas
do próprio Poder Público e das conhecidas milícias e facções.
É preciso investir
noutro sentido. Acreditar na força da organização social. Estabelecer programas
sociais que possam ser avaliados com índices sociais, inclusive de satisfação
social de pais e crianças. A reunião desses personagens, pais e filhos, com as
autoridades sempre deu bons resultados.
Os resultados do
modelo atual são sentidos nas estatísticas das polícias, nas aglomerações nas
casas de saúde e, infelizmente, no cemitério.
O eleitor elege
dirigentes para pensar, planejar e executar programas através dos funcionários
admitidos de forma regular ou disfarçada no serviço público. Parte dessa
responsabilidade é dos representantes do povo eleitos regularmente (deputados e
vereadores) que recebem a incumbência, e não cumprem, de legalizar nesses
programas e acompanhar a sua execução. Se não fizer assim, teria o Judiciário
para fazer valer as regras vigentes e o Ministério Público para fiscalizar.
Quem está falhando?
Todos?
Dois destes órgãos,
três destes órgãos?
Resta àqueles que
precisam desta atenção, mesmo no Dia das Crianças, também verificar se estão
fazendo o que a população esperava.
Se não estão...
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