Rodolfo Juarez
Esta semana a
imprensa local divulgou notícia, sem análise, do Ranking do Saneamento 2022,
lançado pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados,
analisando os indicadores das capitais brasileiras e que mostra Macapá, tanto o
município como a cidade, na última posição do ranking de 2022, repetindo a
colocação de 2021.
Segundo o Instituto
Trata Brasil, o objetivo da divulgação do ranking é apresentar os desafios que
o país enfrenta para atender a população com saneamento básico. O relatório
procura fazer uma análise dos indicadores do Sistema Nacional de Informações
sobre Saneamento (SNIS), ano 2020.
Dos dados
analisados pelo menos 9 capitais possuem 99% do abastecimento total de água,
para uma média de 94,49%. A situação no país, entretanto, é muito diversa, uma
vez que foi constatado que, na Região Norte, o abastecimento de água tratada
para a população das capitais, os indicadores estão próximos ou abaixo de 50%,
como Rio Branco, no Acre; com 53,16%, Macapá, no Amapá, com 37,56%; e Porto
Velho, em Rondônia, com 32,87%.
O Ranking do
Saneamento de 2022 traz um alerta para os municípios que se encontram na parte
debaixo da tabela, pois observa-se que eles estão se distanciando dos
municípios que estão no meio da tabela.
Em relação à coleta
total de esgoto, apenas sete capitais têm o índice com mais de 90% de
atendimento, entre elas, Boa Vista, capital do Estado de Roraima, muito embora
as outras capitais do Norte do Brasil não tenham seguido o desempenho de
Roraima. Outra vez, Macapá fica em penúltimo lugar, por coletar apenas 10,78%
do esgoto.
Com relação ao
tratamento do esgoto, os problemas são maiores. Apenas Curitiba (95,09%) e
Brasília (90,03%) tratam, ao menos, 90% do esgoto produzido. Por outro lado, as
capitais brasileiras avançaram, em média, 9,41 pontos percentuais, merecendo
destaque o avanço ocorrido em Roraima (RR), Palmas (TO), Cuiabá (MT) e Rio de
Janeiro (RJ), que aumentaram em mais de 20% o tratamento de esgoto.
Macapá é um caso
que precisa ser cuidado agora!
A equipe da área de
saneamento e saúde do governador Clécio Luis precisa encontrar o caminho para
melhorar, não apenas a colocação de Macapá na tabela do Ranking do Saneamento
do Instituto Trata Brasil, mas para dar a população mostra de que não está
satisfeita com a situação constatada e informada a toda a nação.
O resultado
apresentado é decorrência do pouco investimento feito. Nos dois últimos anos,
segundo o ranking apresentado, o Governo do Estado do Amapá investiu, nos
últimos 5 anos, R$ 28,84 milhões, o que corresponde, em média, R$ 5,76 milhões
por ano.
Desde julho de 2022
a Companhia de Água e Esgoto
do Amapá (Caesa) começou administrada pelo Consórcio Marco Zero com a
denominação de Concessionária de Saneamento do Amapá (CSA). O serviço foi arrematado em leilão para a iniciativa
privada pelos próximos 35 anos e contempla os 16 municípios do Estado.
A manifestação, a
propósito da divulgação do Ranking do Saneamento de 2022, foi simplória do
representante da CSA. Limitou-se a declarar os investimentos para recuperar o
sistema de coleta de água bruta, muito distante do que a população esperava
ouvir.
A concessionária
precisa apresentar melhores resultados à população ou, pelo menos, perspectivas
e estudos, mesmo que tenha que se espelhar na gestão adotada para Boa Vista, em
Roraima, aqui do Norte, com menor população, com menor orçamento, mas com
resultado efetivo.
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