Rodolfo Juarez
No artigo de
sexta-feira, dia 10, destaquei a importância do planejamento estratégico e a
demora que a administração pública, principalmente dos estados do Norte do
Brasil e as prefeituras desses estados, perdendo tempo, vêm deixando de adotar
esse plano. Foram muitas as respostas e uma delas foi a de Adrimauro Gemaque,
graduado em Administração Pública, que se manifestou, no dia seguinte ao artigo
11 de março. Depois de ler e interpretá-lo, pedi para publicar a sua análise.
Ele permitiu. É assim:
Boa tarde, meu
ilustre e estimado professor e amigo Dr. Rodolfo Juarez!
Como sempre você,
com a sua sapiência traz em seus artigos temas para nossa reflexão, esse agora
sobre o Planejamento Estratégico merece sim, uma profunda
atenção dos nossos governantes.
Com muita
propriedade você discorre em seu artigo a importância do Planejamento
Estratégico.
O Planejamento
Estratégico, até então muito utilizado nas empresas privadas ficava
distante da Administração Pública, atualmente essa ferramenta é um instrumento
do cotidiano nas instituições públicas como o no terceiro setor.
A busca incessante
pela modernização na Administração Pública, no que se refere aos processos,
passou a ganhar força devido à necessidade de adaptação às constantes mudanças
nos ambientes em curto prazo.
Nos últimos anos
uma onda pelo uso eficiente dos recursos chegou também à Administração Pública.
O “cliente-cidadão” com um nível de exigência cada vez mais elevado vem
contribuindo para esta quebra de paradigmas. Com isso os órgãos governamentais
incorporaram nas suas práticas cotidianas hábitos de preocupação no sentido de
terem uma gestão mais eficiente e estão buscando e implementando muitas ações
concretas de melhoria nesse sentido.
O Planejamento
Estratégico, nas instituições públicas também visa auxiliar a utilização
racional dos recursos, o orçamento e controle passam a ser os produtos de maior
visibilidade e expectativa justificada pelo reflexo de suas ações e esforços
almejados pelo governo e pelo grau de coerência destas despesas com a receita
estimada.
A não observância
de um Planejamento Estratégico, tem possibilitado a não
visualização de atividades que podem ser aperfeiçoadas nos próximos anos e
as iniciativas têm um foco em tarefas, cujos resultados podem ser percebidos
rapidamente.
Com isso envolve o
uso inadequado de recursos financeiros. Tomo como exemplo, o que acompanhei nas
redes sociais de duas prefeituras aqui do estado recentemente de se utilizarem
de parte do orçamento para contratar artistas nacionais de renome para festas
locais, enquanto os seus moradores clamam por serviços de saúde e melhoras na
educação.
Todavia, vale
destacar que a ausência de indicadores confiáveis quando da sua
elaboração, não irão medir os serviços que impactam os cidadãos. Sem essa
referência, torna-se mais complicado implantar uma cultura voltada para o
planejamento e a melhoria de serviços públicos de qualidade que não iram chegar
à população.
As resistências e
as dificuldades são ainda maiores quando se trata de organizações públicas, as
quais, em sua maioria, atuam em ambientes pouco competitivos, com demandas
pouco claras e estão sujeitas a restrições orçamentárias elásticas (não há
correspondência entre serviços prestados e a dotação orçamentária ou a
arrecadação). Além do mais, essas organizações caracterizam-se, historicamente,
pela estabilidade, regularidade, fidelidade ao passado, modelos de gestão
centralizados, estruturas verticalizadas, lentidão no processo decisório,
imobilismo, privilégios estabelecidos.
A multiplicação de
estruturas e níveis gerenciais, sem preocupação com a técnica e a racionalidade
administrativas, e o desempenho de tarefas e serviços que não lhes são próprios,
são práticas que ainda persistem no âmbito dessas organizações, especialmente
as estabelecidas há mais tempo (GIACOBBO,1997).
Me desculpe por me
alongar no meu comentário. Porém, me senti provocado como sou Graduado em
Administração Pública e não poderia deixar de expressar meu ponto de vista. Abs.
AG.
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