Rodolfo Juarez
Com a população do Estado do Amapá se
aproximando de um milhão de habitantes há algum tempo se nota as dificuldades
que têm os pacientes renais crônicos para serem assistidos, seja pela oferta
menor e procura maior de máquinas e clínicas, seja pela absoluta ausência de um
processo preventivo que poderia evitar que muitos pacientes chegassem à
necessitar de uma máquina de hemodiálise.
Os profissionais médicos, enfermeiros,
técnicos em enfermagem, nutricionistas, assistentes sociais, fisioterapeutas,
entre tantos profissionais que são definidos por protocolo do Ministério da
Saúde para atendimento àqueles que tiveram as funções renais, tão necessárias
para a qualidade de vida, estão esperando uma oportunidade para exercerem suas
atividades na plenitude as suas profissões.
Os pacientes, mais de 500 no Estado do Amapá,
são dependentes da máquina de hemodiálise para viver, já com a expectativa de
que vai ter muitos problemas para viver por causa da falta de alternativa para
o transplante em uma unidade médica aqui do Estado.
Nefrologia é uma especialidade médica dedicada ao diagnóstico e
tratamento clínico das doenças do sistema urinário, principalmente relacionadas
ao rim. O médico especializado nas doenças do sistema urinário chama-se
nefrologista.
Para se ter uma ideia, no Brasil o tempo para formar um nefrologista é
de 10 anos de estudos (6 anos do curso médico, 2 anos de residência ou estágio
em clínica médica e mais 2 anos de residência ou estágio em nefrologia). São
poucos os profissionais médicos nefrologistas que estão atuando no Amapá.
Os locais onde são realizadas as sessões de hemodiálise no Estado do
Amapá: três em Macapá (Uninefro e a Unidade de Nefrologia do Hospital das
Clínicas Alberto Lima e a Unidade de Nefrologia do Hospital São Camilo e São Luiz),
e uma em Santana (na unidade de nefrologia vinculada ao Hospital de Santana),
em muitos momentos estão superlotados.
Está em fase de deslanche no Brasil a Campanha do Dia Mundial do Rim,
que tem como objetivo disseminar informações sore as doenças renais, com foco
na prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado. Esses objetivos estão
resumidos no tema central denominado “SAUDE DOS RINS E EXAME DE CREATININA PARA
TODOS” A coordenação no território brasileiro da campanha será feita pela
Sociedade Brasileira de Nefrologia.
Para este ano o tema específico é “CUIDAR DOS VULNERÁVEIS E ESTAR
PREPARADO PARA OS DESAFIOS INESPERADOS”
Os desafios
enfrentados pelos sistemas de saúde nos últimos anos, quer seja por eventos
globais, como a pandemia da Covid-19, ou por catástrofes locais, como
enchentes, desabamentos, desastres ambientais, demonstraram a necessidade de
todos os setores da sociedade estarem preparados para o inesperado.
E isso,
especialmente, para proteger e cuidar dos mais vulneráveis. Quando esses
eventos acontecem, os pacientes com doenças renais estão entre os que
apresentam maior vulnerabilidade.
Na área da
saúde renal o tema é tratado como um dos grandes desafios a serem enfrentados
no nosso país. Os portadores da insuficiência renal crônica são socialmente
mais vulneráveis, principalmente por terem o diagnóstico em fases mais
avançadas da doença. Nesses casos, para os pacientes e seus familiares, o
próprio diagnóstico da doença renal é um desafio inesperado.
O Dia Mundial
do Rim será agora, dia 9 de março de 2023, e várias ações por todo o Brasil
estão programadas, no Amapá, entretanto, não há uma ação pública voltada para
abranger o grande público, desde governantes, legisladores, educadores,
profissionais de saúde e a população em geral.
Por outro
lado, em mais de 800 localidades pelo Brasil, nenhuma no Amapá, estarão
divulgando peças publicitárias produzidas para chamar atenção para a questão
dos Doentes Renais Crônicos, como também monumentos e prédios públicos serão
iluminados com o objetivo de chamar a atenção para a tema.
A realidade
dos Doentes Renais Crônicos (DRC) pode ser modificada com uma atuação na
prevenção, através de uma campanha de exame de creatinina.
Por outro
lado, considerando que por aqui não se faz transplante de rim, se deve lutar
pela instalação no Hospital Universitário, de um centro de cirurgia para
transplante de rim e, ao mesmo tempo, deslanchar um programa de capacitação de
profissionais para tirar o Amapá do fim da fila com relação ao transplante de
rins.
Nenhum comentário:
Postar um comentário